Nem Feminismo nem Feminilidade Açucarada — Deixe-me ser verdadeiramente mulher
Eu tive o privilégio de crescer indo à igreja, cercada por cristãos. Talvez por causa disso eu nunca tenha tido acesso ao movimento feminista de uma perspectiva de aprovação e aceitação, como muitas de minhas irmãs em Cristo que se converteram na juventude, mas sempre ouvi o lado negativo e os perigos das ideias desse movimento. Para mim Feminismo sempre foi errado, não havia dúvidas, e eu estava sempre pronta a argumentar contrariamente (ainda que, honestamente, eu nem o entendesse totalmente).
Por outro lado eu também cresci, como praticamente todas as outras mulheres da minha geração, cercada de filmes de princesas. Seja as características princesas Disney, seja as comédias românticas, a ideia de donzela indefesa sempre esteve ao meu redor — até mesmo dentro da igreja. Quando eu me tornei adolescente, comecei a receber uma ideia de feminilidade bíblica bastante próxima a esse ideal da princesa Disney: nós precisávamos ser femininas, recatadas, delicadas, prontas para sentarmo-nos em nossas altas torres, esperando o príncipe que nos resgataria. Quando ele viesse, nos levaria para sermos sua esposa e mãe de seus filhos. Abdicaríamos de qualquer ambição profissional em favor de estar em casa com nossos filhos, ainda que tivéssemos terminado a faculdade. Esse era o ideal de mulher cristã, o objetivo de nossas vidas, e eu me preparei durante toda a minha juventude para cumpri-lo.
Mas hoje, pela graça, eu vejo que nem o Feminismo nem o ideal da donzela indefesa expressam verdadeiramente o que eu fui chamada para ser como cristã.
Feminilidade bíblica?
Nesse artigo eu não vou me ater a explicar porque creio que o Feminismo, em seu formato atual, não está correto. Caso você queira saber o que pensamos nesse sentido, por favor assista a esse vídeo.
O que eu quero realmente falar nesse texto é acerca da outra voz errada em nossas cabeças — a voz que nos diz que devemos ser como a Branca de Neve ou a mocinha das centenas de comédias românticas que “ingerimos” durante a vida. Já conversamos inicialmente sobre contos-de-fadas e o quanto eles distorcem nossas visões de relacionamentos (nesse artigo). Mas hoje quero falar sobre como eles distorcem nossa visão de feminilidade.
Há tanto sendo falado sobre feminilidade bíblica hoje em dia, não é mesmo? Artigos, vídeos e postagens gerais aparecem diariamente em nossas redes sociais e as consumimos e compartilhamos, muitas vezes, sem um olhar crítico. Ingerimos a ideia de que a mulher bíblica é aquela cuja aparência física parece ter saído diretamente dos romances de Jane Austen e cuja vida é focada em seu marido e filhos, ou em ser solteira se preparando para a chegada dos tão sonhados marido e filhos. Nossas postagens, conversas da vida “real” e grupos de discipulado não vão para muito além desse centro gravitacional, se formos sinceras. Ainda que falemos de outro assunto, ele sempre volta, de uma forma ou outra, a esses temas, à essa bolha.
E qual o resultado? Centenas de mulheres cristãs que, na busca sincera por agradar a Deus, acabam se reduzindo a esse padrão e se sentindo frustradas ou culpadas caso não caibam nessa “caixa”. Mulheres que não conseguem enxergar para além desse óculos-cor-de-rosa da “feminilidade bíblica” e só leem sobre isso, só conversam sobre isso. Qualquer tipo de serviço, debate, conversa ou estudo para além dessas paredes não são sequer considerados. E isso, irmãs queridas, é triste.
E eu preciso dizer aqui que por muito, muito tempo eu também vivia assim, e consequentemente o Graça em Flor expressou isso. Mas essa questão é algo que, pela graça divina, nós queremos mudar.
Feminilidade bíblica
Se nós vamos falar de feminilidade bíblica, precisamos olhar mais para a própria Bíblia e menos para livros sobre a Bíblia. Não há nada de errado com esse tipo de literatura em si mesmo, mas quando ele se torna nossa fonte primária de conhecimento, muitos erros são acumulados sem que haja reconhecimento. A Bíblia, e nada mais, deve ser nosso norte em qualquer tema, sempre.
E o que a Bíblia tem a dizer sobre a feminilidade? Poderíamos escrever livros e livros sobre isso, claro, mas no recorte desse artigo e do que ele busca trazer, quero focar apenas em certos aspectos, olhando especificamente para mulheres cujas histórias a Bíblia narra. Por favor não compreenda isso como uma afirmativa minha de que isso seja tudo o que as Escrituras têm a dizer sobre o tema.
Olhemos primeiramente para algumas das mulheres do Antigo Testamento. A primeira mulher, Eva, foi criada de propósito e com propósito, para ser a “ezer” do homem, a auxiliadora, companheira, aliada na missão (Gn. 2). Abigail foi corajosa ao confrontar, ainda que humildemente, o rei Davi em seu erro e mostrá-lo o certo a fazer, livrando vidas (1. Sm. 25). Rute se submeteu à sabedoria de sua sogra ao mesmo tempo em que teve coragem e força de abandonar tudo o que conhecia para seguir ao Deus verdadeiro. Ester se submeteu, como Rute, à sabedoria de seu tio ao mesmo tempo em que teve tremenda coragem ao colocar o bem do seu povo acima de seu bem próprio, disposta a morrer pelo salvamento do povo de Deus.
Já no Novo Testamento nós vemos primeiramente Maria, mãe de Jesus, uma jovem corajosa, disposta a sofrer grande e profunda rejeição da sociedade para o bem de toda humanidade (Lc. 1). Maria e Marta, as irmãs que aprenderam aos pés de Jesus, e tiveram conversas teológicas profundas com o Mestre (Lc. 10; Jo.11). A mulher samaritana, escolhida apesar de todas as improbabilidades, para ser a primeira pessoa a quem Jesus abertamente declarou ser o Messias (Jo. 4). As mulheres que seguiam Jesus e permaneceram aos pés da cruz, encarando toda a brutalidade daquela tortura, e sendo quem relatou aos apóstolos os detalhes que depois compuseram os Evangelhos. Priscila que, juntamente a seu marido, avançou o Evangelho na igreja primitiva, sendo tão versada na Verdade que até mesmo corrigiu o proeminente pregador Apolo (Atos 18). Lídia que financiou com seu próprio dinheiro muito do ministério do apóstolo Paulo (At. 16). Febe, a quem o apóstolo Paulo confiou a carta aos Romanos (Rm. 16).
Eu poderia continuar, mas creio que a ideia geral pode ser dada por esses exemplos. Você consegue enxergar, então, como nem o Feminismo nem a Feminilidade Açucarada compreendem o que essas mulheres realmente foram?
Os exemplos de feminilidade honrados e louvados pela Bíblia não comportam as ideias feministas de abolição das diferenças entre os sexos. As mulheres da narrativa bíblica não se colocavam acima dos homens, nem tentavam ser exatamente como eles. Havia submissão aos maridos, naquelas que eram casadas, e havia humildade e docilidade de caráter em todas. As mulheres que Deus escolheu manter em seu relato eterno sabiam que eram diferentes. Elas compreendiam que foram criadas mulheres, e não homens, e que isso era bom.
Mas, em contrapartida, as mulheres dos relatos bíblicos também sabiam que eram mais do que donzelas em apuros. Elas não sentaram e esperaram um homem lutar suas batalhas ou vencer as dificuldades que o próprio Deus permitiu que elas sofressem. Elas “arregaçaram as mangas” e viveram corajosamente elas mesmas. Essas mulheres não foram mais fortes que os homens. Elas simplesmente foram mulheres fortes. Entende a diferença? Uma coisa não anula a outra. O exemplo máximo de feminilidade bíblica, a figura da mulher de Provérbios 31, é qualquer coisa menos uma Bela Adormecida indefesa. Ela trabalha, dentro e fora de casa, e mostra sua força e beleza em seu caráter. Por que, então, estamos pregando às nossas irmãs que feminilidade bíblica é sentar bonita, esperando um marido que as resgate?
A figura de Cristo e a Igreja
O argumento que os defensores da Feminilidade Açucarada usam é que essas figuras de donzelas em apuros nos remetem a Cristo resgatando Sua noiva. Eu tenho que ser sincera em dizer que todo o meu interior se contorce quando escuto essa defesa.
Amadas, o casamento é algo lindo e instituído por Deus para, sim, nos ensinar sobre Jesus e Sua Noiva. Mas isso não significa que um marido humano recebe direção para salvar sua esposa. Podemos apertar e esticar a Bíblia o quanto quisermos, esse conceito simplesmente não está lá. O homem cristão que adentra o casamento é chamado a amar sua esposa sacrificialmente, como Cristo amou a Igreja, e entregar sua vida por ela se preciso for. Mas o único, o único, salvador de almas humanas — sejam elas de corpos masculinos ou femininos — é Jesus Cristo, o Filho de Deus. Como eu disse anteriormente, em uma postagem do Instagram, o único homem que eu preciso para viver é Jesus. Já para romance, me dê um homem humano imperfeito com quem eu possa crescer.
Por mais que eu ame meu marido, o respeite e me submeta à autoridade instituída a ele por Deus dentro de nossa família, eu não preciso dele. Entende? Eu só preciso de Jesus. Essa ideia é feminista? Ouso dizer que não. Essa ideia é central ao Evangelho da glória de Cristo (e não de homens).
Existe uma frase de Elisabeth Elliot que ficou muito famosa que diz, “O fato de eu ser mulher não me faz um tipo diferente de cristã, mas o fato de ser cristã me faz um tipo diferente de mulher”. Sempre que citamos essa frase, focamos na segunda parte. E de fato, por sermos cristãs nós nos tornamos mulheres diferentes — dispostas a serem corajosas, fortes e humildes, como nosso Mestre foi. Mas acho que está na hora de começarmos a focar também na primeira parte da frase.
Nós não somos mais ou menos cristãs, mais ou menos teólogas, mais ou menos necessitadas de Cristo por sermos mulheres. Jesus tratou seus discípulos homens e mulheres da mesma forma, dando a ambos valor, conversando com ambos sobre assuntos espirituais profundos, ensinando a ambos. A ordem bíblica da autoridade masculina na igreja e nos lares não dá aos homens autoridade geral sobre todas as mulheres em todas as áreas. Mas, infelizmente, por causa dessa ideia de Feminilidade Açucarada nós estamos pregando justamente isso.
É hora de pararmos de ensinar nossas irmãs em Cristo que elas, de alguma forma, são menos cristãs por serem mulheres.
É hora de pararmos de ensinar nossas irmãs em Cristo que elas, de alguma forma, são menos cristãs por serem mulheres. Click To TweetÉ hora de pararmos de dizer que ser mulher bíblica é ser dependente de homem. Céus, como isso é contrário ao Evangelho! Que ensinemos nossas irmãs a serem fortes e corajosas, a compartilharem o Evangelho, a servirem, a enfrentarem dificuldades e perseguições, a lutarem a guerra espiritual, a batalharem por Cristo e, ao final das contas, a estarem prontas para morrer por Ele. Porque se formos de volta à Bíblia nós veremos que nenhum desses mandamentos foi dado baseado em gênero.
Que Deus nos ajude.
37 Comments
Francine, que texto maravilhoso! É realmente um fardo ser o tipo de mulher que algumas páginas para mulheres cristãs exaltam. Obrigada por isso!!!!
Tbm sinto como um fardo.
Verdade, também vejo como um fardo enorme, como uma missão impossível. Uma idolatria a perfeição que não temos.
Exato
Lembro que eu me sentia mal por nao ter saias o suficientes ou um cabelo longo para postar no Instagram. Sejamos como a mulher forte de Provérbios 31. Forte e que não tem medo do futuro.
Estava precisando ler um texto assim.A feminilidade açucarada nos dá um padrão para ficarmos quietas sem fazer nada,só esperar o “príncipe perfeito” vim e fazer tudo por nós.
Que Texto Maravilhoso!
Eu quero aqui dizer que esse blog ganhou todo o meu respeito com esse post. Eu sou formada em um curso de exatas e amo fazer ciência, esse conceito de feminilidade açucarada por algum tempo me fez pensar que sou menos feminina, ou que a ideia de feminilidade na Bíblia era dura demais para mim. Principalmente porque amo não só fazer ciência, como produzir conhecimento de todas as áreas, e porque eu deveria ser comparada como feminista cristã em potencial por causa disso? Estou farta de minhas irmãs em Cristo só lerem livros para mulheres, feitos por mulheres e de assuntos de mulheres, como se sair dessa bolha fosse quase pecado. Inclusive, fazia algum tempo que eu não lia o Graça em Flor por causa disso, assim como outros blogs, me passava a impressão de tudo muito florido e açucarado, algo que eu nunca consegui me encaixar. Mas muito obrigada por escrever sobre esse assunto de uma maneira realmente bíblica, o Graça com certeza é um blog que eu quero ler!
Obrigada pela sinceridade. Estamos aprendendo, o Senhor vai ensinando… Feliz por te ter conosco.
Abraços fraternais.
Texto maravilhoso. 👏
Sempre me senti mal por não me encaixar no padrão de apenas esposa e dona de casa. Inclusive cheguei a desesperança de encontrar algum homem cristão que me queira da forma que sou. Não me considero feminista, mas gosto de trabalhar e viver além das coisas que a feminilidade açucarada nos destina. É pecado isso? Me sinto preocupada e precionada por todos os lados.
Uau, o que dizer diante da grata surpresa ao me deparar com este post! Apenas GLÓRIA A DEUS! Exaltado seja Deus acima de todas as coisas!! -Inclusive acima das coisas boas que Ele mesmo criou pra nós-. Com certeza este post foi um alento para mim, eu passei por este mesmo processo, cresci na igreja, nunca fui feminista, sempre fui educada pela minha mãe e pela igreja para buscar o casamento. O que por si só já me gerou muitos transtornos na minha adolescência, eu não acreditava na minha dignidade por si só, eu via as minhas amigas da igreja namorando e achava que tinha que namorar também ou então seria uma solteirona frustrada (que inclusive é o retrato que usam frequentemente para dar exemplo de como é terrível ser feminista: não é que você não tem a Deus como principal, o problema é a “falta de homem” e terminar sem família). Passei toda a minha vida assim, fiz a minha escolha de curso na faculdade baseada no fato de que “iria largar o trabalho mesmo” quando fosse ter minha família, não pensei muito nas minhas aptidões, no mercado…em nada! Só no fato de que também seria um conhecimento reaproveitável para quando eu tivesse minha família e o que houve? Eu terminei minha faculdade e não me casei, não estou nem perto de me casar e já estou perto da “idade crítica” que nós mesmas estabelecemos como limite para tal. Estou desempregada e olho ao meu redor, todas as minhas colegas com seus casamentos e já com filhos, grávidas…eu tive uma crise de fé e identidade fortíssima por isso….Hoje pela graça de Deus estou me reerguendo, mas infelizmente, não foi com a ajuda de nenhuma irmã ou igreja, porque pra todo lado que eu olho e tudo que eu escuto é sobre o papel de esposa e mãe e como a mulher é incompleta sem estes,foi só através de única e exclusivamente Deus e sua Palavra que eu me reergui e recuperei uma visão adequada da minha dignidade, o que é maravilhoso, mas não deveria ser assim, pois um fardo carregado sozinho é mais pesado.
Desculpe o desabafo mas não sou só eu, há muitas meninas novas se perdendo com esses ensinamentos na cabeça, há muitas mulheres adultas e mais velhas se perdendo por causa disso, sofrendo muito, carregando um fardo que não é pra carregar. Caindo no pecado da idolatria…Enfim Louvado seja Deus pela vida de cada uma deste ministério e que a visão bíblica sobre a mulher fora dos extremos e sobre Deus prevaleça sobre todas as coisas, em nome de Jesus.
Ah e Francine- e quem mais interessar que sabe ler inglês, (pode apagar este comentário depois), se tiver interesse, recomendo o livro da Gina Dalfonzo: One by one: welcoming singles in the church. É um livro bem interessante, de uma mulher madura solteira- que nunca se casou-, trazendo além da própria vivência dela, diversos outros depoimentos, de mulheres e também de homens sobre como a solteirice é vista e tratada nas igrejas protestantes dos USA (mas cabe perfeitamente no Brasil). Ela fala sobre certos ensinamentos que afastam alguns irmãos e os fazem pensar descabidamente que não há espaço para eles, além do perigo de para combater a desvalorização do casamento os cristãos estejam indo para o extremo oposto como você pontuou. Acho que vale a leitura, não é um livro perfeito, mas é muito bom principalmente pra pastores, líderes, casados refletirem no trato quanto a questão da solteirice, também pra você que mora nos USA e lida com mulheres pode ser fantástico pro teu ministério na igreja e também pode render posts pro graça já que não há tradução para o português. Li pelo kindle. Abraço!
Obrigada por compartilhar, irmã. Me fez chorar. Um pouco diferente de você, eu fiz um curso que realmente queria e que tinha a ver com os dons que o Senhor me concedeu. Sou realizada profissionalmente, mas algumas vezes passo pela mesma crise. Também estou na “idade crítica” e a pressão, que antes era só na igreja, agora vem de dentro de casa. Não morar mais com os meus pais é um alívio nessas horas. rs Enfim… Estou caminhando crendo que o Senhor é bom e que sua vontade é perfeita. Que ele continue nos dando graça.
Que artigo sensacional, eu concordo plenamente com você, penso assim mesmo de alguns anos pra cá! Que Deus continue te usando com esse dom de escrever e compartilhar!
Aprendendo mais e mais com o Senhor! Excelente Post!
Gostei muito do texto. Tenho apenas uma pergunta. Quando leio a narração da criação no Gênesis, num dado momento Deus diz que não é bom que o homem esteja só. Entendo nisso que, num sentido existencial, o “macho” não se basta. Por isso Deus cria a mulher para completar o homem. Portanto, entendo que, num certo sentido, existe uma dependência mútua entre homens e mulheres. O que você acha disso?
Também fiquei com essa dúvida.
Fran, amei o texto. Gosto muito dos seus especialmente. Escreva mais para o insta, fica mais fácil para abrir, se possível Claro! Forte abraço! Deus te abençoe.
Que texto maravilhoso!!!!!!
Estou com o meu coração transbordando gratidão ao Senhor e imensa alegria por Ele usar a sua vida, Fran, para tratar desse assunto, muito importante, por sinal. Meu Deus, cresci com essa ideia de “Feminilidade Açucarada” e por causa disso, sinto ser travada uma luta interna sobre o que significa, de fato, ser mulher, ainda mais quando se trata de usar os talentos e individualidades para a glória de Deus. Ao olhar para o lado, para uma irmã em Cristo que segue para um caminho diferente deste dito feminino, tenho que prestar atenção em meu coração, argumentando comigo mesma de que isso não a torna menos feminina, menos piedosa.
Mas Deus, sempre tão bondoso, tem “renovado a minha mente”, mesmo que ao meu ver seja em passos de tartaruga. Graças a Deus por este consolo “Mas a vereda do justo é como luz da aurora que vai brilhando mais e mais até ser Dia perfeito” (Pv. 4:18).
Amo sua vida, amo o Graça em Flor!
Beijos.
Que texto precioso e verdadeiro! Grata a Deus por finalmente ter lido um texto sobre esse assunto tão equilibrado e verdadeiro!
Parabéns! Deus continue abençoando este ministério!
Sempre as mulheres da bíblia como mulheres fortes e corajosas, e amorosas também.
Eu amo meditar sobre o capítulo 31 de provérbios. Essa figura de mulher virtuosa, doce e empoderada por Deus para servir a sua família e comunidade me faz querer buscar atingir ser alvo, ao mesmo tempo que mostra como ela não precisa de um homem natural para ser bem sucedida em todas as áreas de sua vida, pelo contrário, provérbios 31 fala também que sua beleza e força vem de honrar e temer ao Senhor.
Sou tão grata por esse artigo! Há meses vinha me sentindo oprimida por esse padrão feminino açucarado que as páginas cristãs para mulheres passaram a nos impor. A influência que elas passam é tão extrema que houve momentos que achei que estava pecando por usar roupas mais largas, não passar maquiagem no rosto sempre que ia sair ou seguir uma profissão considerada “masculina” como policial e bombeira, por exemplo, porque exigem da mulher força física, coragem, frieza e muita racionalidade. O conceito de submissão no casamento é muito pior, cheguei a ler que o homem deveria decidir o comprimento do cabelo da esposa. É uma receita impossível e injusta de alcançar. Ser mulher cristã não é seguir estes esteriótipos que elas nos impõe e que nem mesmo estão na bíblica. Obrigada por quem leu esse comentário e Deus te abençõe!
Grata por finalmente ler um texto razoável, e infelizmente contrário a tudo o que temos visto em excesso no meio cristão.
Às vezes tenho a impressão de que essa feminilidade açucarada é reflexo daquilo que Jesus mesmo já nos havia dito: Vocês não conhecem as Escrituras e nem o poder de Deus!
Ansiosa por mais conteúdos realmente relevantes. Em Cristo, até mais.
Só quero somar o meu “ufa” a todos os suspiros aliviados de como vocês estão abordando essa questão. Cresci num lar cristão abençoado, meu pai um pastor biocupacional e minha mãe uma jovem assistente social quando casaram, sempre tiveram uma visão muito mais para o lado de mulheres cristãs “mais engajadas e trabalhadoras”. Eles se casaram na década de 70, minha mãe fez Serviço Social e trabalhou fora durante nossa infância. Sempre foi uma excelente esposa e mãe quando estava presente, mas senti sua falta na infância. Meu desafio foi fazer o caminho inverso: trazer a “doçura” da presença à idéia da maternidade, e também como esposa (pela minha personalidade mais azeda, rs) quando comecei a vivenciar esses papéis. Trabalho meio período. Deixei a carreira meio estagnada para acompanhar meus filhos pequenos e agora estou retomando especializações e etc. Não sei ainda sobre se acertei em todas as decisões. Mas sei que nosso Deus é misericordioso e rico em amor e Graça. Por isso estava meio decepcionada com algumas páginas sobre feminilidade cristã, inclusive esta. O “ser ser mulher crista açucarada” se tornou sim um nota monótona e um fardo pesado para quem ainda não tem muita intimidade com a verdade bíblica tão profunda e clara das escrituras. Que bom que vocês assumiram a busca pelo equilíbrio dos princípios bíblicos. Eles são leves, o jugo é suave. Não é simples, mas é leve. Que Deus nos proteja da vaidade camuflada de santidade, da idolatria camuflada de zelo, do perfeccionismo camuflado de piedade. Só Ele pode nos ajudar a sermos realmente aquilo que Ele nos chamou para ser. Prossigamos para o alvo. Que Deus as abençoe profundamente.
Texto maravilhoso! Acredito que de certa forma essa “feminilidade açucarada” é um tipo de feminismo, pois, como disse nossa irmã a alguns comentários acima “irmãs em Cristo só lerem livros para mulheres, feitos por mulheres e de assuntos de mulheres” realmente, precisamos sair dessa bolha.
Já vi post dizendo que um homem de Deus deve te conduzir pelo caminho, te levar a Cristo, te ensinar as doutrinas da Graça, mostrar seus pensamentos errados acerca de Deus… da forma que colocam parece que a mulher precisa de um mediador, ela não pode buscar por si, estudar a bíblia e doutrinas difíceis por si própria. Só dependemos de Cristo, realmente.
Também já vi post dizendo que nossa escolha no curso da faculdade deve ser algo que traga proveito pra família, como enfermagem, nutrição, pedagogia.. que fazer cursos que fogem dessa possibilidade de trazer proveito para o lar é errado, estamos agindo para nós mesmas se escolhermos assim… já li que mulher não pode trabalhar fora, que trabalha fora pra ter luxos que seriam cortados se só o marido trabalhasse e não são essenciais.
Enfim, por muito tempo acreditei nisso e apesar de ter o desejo de ser dona de casa não vejo isso como uma imposição, jamais.
Acho que deveria falar mais de celibato tb… mostrar que é uma escolha boa tanto quanto o casamento e que não é pecado desejar continuar ser solteira…
Parece q pra ser mulher cristã tem q se encaixar nesse padraozinho criado por grupos teológicos. Nunca em minha vida tinha visto essas imposições, conheço mulheres verdadeiramente cristãs q n se encaixam nem um pouco nesta doutrina. Mas de uns 3 anos pra cá estão querendo colocar esse padrão em nós a todo custo como se fosse um fardo q temos q carregar por sermos mulheres e cristãs. Mas o próprio Senhor diz q o seu jugo eé suave e seu fardo é leve.
Estou deixando este comentário para dizer que gostei bastante do que acebei de ler aqui neste artigo, inclusive já salvei até meu navegador em meus favoritos.
Abraços Super Cap
Hoje eu estava orando e pedindo a Deus um direcionamento sobre minha vida profissional x sentimental e o Senhor me colocou no coração “Leia o graça em flor”…cresci em um lar cristão, e nos meios evangélicos somos preparadas para viver um ideal de esposa e mãe….se vc segue a Deus e tem um chamado….geralmente o que passa pela sua cabeça é que vc precisa ser esposa de um pastor ou “homem de Deus”. Me frustrei muito tentando encontrar um relacionamento e me encaixar neste padrão. Hj tenho entendido que a felicidade está em conhecer a Cristo e com os meus 32 nunca me casei e sou muito feliz solteira.
A questão profissional é muito séria. Porque, muitas vezes. nas igrejas não há estímulo para o desenvolvimento profissional da mulher. Realmente, pouco se fala sobre a mulher solteira, seus ideais e como uma vida cristã pode ser completa sem o casamento, de como existem escolhas incríveis que podem ser feitas. Ser solteira é uma forma de ter mais tempo, de se dedicar a pessoas e coisas que você talvez não teria a oportunidade de viver se estivesse casada. Acho que sou meio mal vista por algumas pessoas….não sou contra o casamento, pelo contrário, é também um desejo do meu coração, mas não é o principal….muitas pessoas casadas são infelizes. Deus sabe o que é melhor para nós em cada tempo. Mas o mais incrível de estar solteira é sentir o amor e o cuidado de Deus, tendo Ele como meu companheiro, como está descrito em isaías 54:
Isaías 54
…4Não temas, porque não tornarás a ficar envergonhada; jamais te sentirás humilhada, porque não ficarás constrangida. Em verdade, hás de esquecer a condição vexatória da tua juventude e não te recordarás mais da humilhação da tua viuvez. 5Pois o teu Criador é o teu esposo, Yahweh, o SENHOR dos Exércitos é o seu Nome, o Santo de Israel e seu Redentor, ele é chamado o Deus de toda a terra. 6O Eterno te chamará de volta como se fosses uma mulher abandonada e aflita de espírito, uma mulher que se casou jovem tão somente para ser rejeitada!”, diz o seu Deus.…
Muito obrigada por essa reflexão!
Muito bom! Que Deus nos capacite cada dia mais para buscarmos a verdade nas Escrituras e que sejamos mulheres como Elisabeth Elliot escreveu “O fato de eu ser mulher não me faz um tipo diferente de cristã, mas o fato de ser cristã me faz um tipo diferente de mulher”. Gostaria de indicar a leitura do Livro: O que Deus diz sobre as mulheres da Kathleen Nielson. Por meio dele consegui quebrar vários paradigmas.
Nossa que mensagem maravilhosa me trouxe uma luz sobre esse assunto, muito obrigado acabei de conhecer seu blog uma amiga me fala enviou o link pois ela disse que leu e se lembrou de mim pois estávamos conversando sobre esse assunto, parabéns ganhou mais uma seguidora. Deus abençoe você e traga expiração e discernimento.
Amando ler seus textos.
Irmã você tem um pé no feminismo, só não admite ainda..
Amei o texto! Realmente, precisamos estar centradas na palavra que está na Bíblia.
Só uma colocação que gostaria de fazer que para mim feminismo e feminilidade açucarada não estão no mesmo nível. Já me intitulei “Feminista cristã de esquerda” (pois é) e hoje depois de muito estudar vejo que esse movimento mente sobre suas supostas conquistas e não compactua com nossa religião (e entender esse movimento vai muito além, história, economia, teologia, e pensamentos anteriores ao movimento estão todos interligados, e estudar só um não dá, ainda estou aprendendo) e infelizmente as igrejas tem medo de falar disso e muitos jovens como eu se deixam levar por falas bonitas. Já as mulheres femininas açucaradas, eu particularmente não seria uma rsrs mas não vejo como uma transgressão às escrituras as mulheres que desejam ser “…femininas, recatadas, delicadas […] Abdicaríamos de qualquer ambição profissional em favor de estar em casa com nossos filhos, ainda que tivéssemos terminado a faculdade”, e sinto que a cada dia menos mulheres estão dispostas assim, em razão da grande onda de ideias progressistas que têm entrado nas igrejas. Mas entendo quando a mulher é ensinada a ser assim e se sente frustrada ao não alcançar esse objetivo. Rótulos só nos condenam.
Estou ansiosa pela divulgação do seu livro, Fran! Que Deus te abençoe e te use como instrumento na vida de todas nós! <3
Simplesmente iluminador, esse texto! Obrigada!
Can you be more specific about the content of your article? After reading it, I still have some doubts. Hope you can help me.
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