Testemunho #4 – Meus pais parecem não me amar

Escrito por Anônimo e enviado por aqui

Olá meninas do Graça em Flor!

Tenho lido alguns artigos há algum tempo e isso tem me ajudado bastante – conhecer testemunhos e ficar mais perto de Deus, junto à vocês !

Bem, o meu testemunho não é tão forte, mas penso que talvez seja mais frequente com outras meninas do que imagino, também penso que se eu me abrir aqui, outras garotas vão se sentir livres para buscar em Deus o refúgio necessário.

Nasci em um lar evangélico, desde cedo já ia para a igreja, conhecia a teoria do evangelho, mas não conhecia a prática.

Meus pais sempre foram muito brutos, nunca recebi um “eu te amo” ou um abraço sincero. Como nasci gordinha, sempre era humilhada na frente de todos com frases do tipo “menina, você não precisa comer, já tá muito gorda”, “ninguém nunca vai gostar de você”, etc. Como criança, isso era como me matar.

Em Dia dos Pais ou das Mães eu preparava muitas lembrancinhas e sempre as via no lixo no outro dia, o que me machucava sempre. Meu pai, que era pastor desde que nasci, tinha suas atitudes elogiadas na igreja, mas em casa era um homem totalmente diferente do que demonstrava ser na casa do Senhor – um homem totalmente estressado, preguiçoso, qualquer atitude contrária aos gostos dele eram motivos de gritos e discórdias. Cresci nesse lar turbulento, vendo ele brigar com minha mãe, que por sua vez vivia uma vida de mentiras e aparências!

Com meus 12 para 13 anos resolvi me revoltar. Eu buscava um refúgio para essas feridas em atitudes humanas. Se meus pais não viviam o evangelho que tanto pregavam na igreja, porque eu viveria? Decidi permanecer indo aos cultos, participando de eventos como todos os outros, mas eu não evitava andar com roupas vulgares, meu corpo estava passando para a fase de mulher, e eu me aproveitava e sempre tinha um olhar com perversidade para homens mais velhos do que eu.

Nesse sentido, comecei a ficar com vários rapazes por semana, recebia muitos presentes e pedidos de namoro, mas nunca meus pais permitiram. Eu pensava comigo “porque não permitem? Eles não se importam nem se eu estou viva! Porque vão assumir papel de pai e mãe se não o são nos momentos que eu mais preciso?”.

Prossegui até os meus 14 anos ficando com um e outro rapaz, até encontrar um dia um certo moço que demonstrava ser diferente dos outros. Ele dizia que amava a Palavra de Deus, que queria ser pastor e me pediu em namoro sem pedir para ficar comigo. Isso foi só um detalhe para eu me apaixonar. Implorei aos meus pais para que deixassem, e eles permitiram esse relacionamento.

Me deixei levar pelas emoções e chegamos ao ponto de aumentar os nossos toques e beijos. Quando já estávamos prestes a pecar o Senhor usou de misericórdia e parece que jogou um “gelo” no nosso relacionamento. Ele terminou comigo de repente, sem mais nem menos, e eu, claro, reconheci que ele não era um rapaz que agradava a Deus. Depois disso resolvi que não ficaria com mais nenhum rapaz e que a minha vida seria dedicada aos meus estudos e a um lindo ministério com crianças que eu havia descoberto havia pouco tempo.

Me dediquei a buscar o Senhor para me fortalecer e curar as minhas antigas feridas. Hoje, com 17 anos, meus pais não mudaram, continuam me insultando e sendo as mesmas pessoas dotadas de aparências.

Meu pai não suportou permanecer na liderança de uma igreja e pediu para sair, mas eu trabalho com crianças hoje, louvo e ensino sobre a palavra de Deus. Além disso, o Senhor colocou no meu caminho duas amigas que realmente me ajudaram a levantar. Juntas nós oramos uma pela outra e eu já não me sinto mais humilhada e inferior como meus pais diziam quando era criança.

O Senhor me fortaleceu, me deu estratégias para suportar as palavras duras e hoje eu apenas quero retribuir todos os insultos com amor. Faço tudo que mandam e obedeço sempre, porque eu entendo que se Deus permitiu que eles fossem meus pais, isso não mudou a regra “honrai pai e mãe”.

Hoje eu apenas quero retribuir todos os insultos com amor. Click To Tweet

Dedico minha vida em orar e creio que não preciso mais sair [com rapazes] para chamar a atenção dos meus pais. Acredito que eles já sentem a diferença quando entram no meu quarto e eu estou lendo a Bíblia e orando. Faço a diferença nas minhas atitudes para que um dia o Senhor possa transformar o coração deles!

O fato de meus pais não serem amorosos não muda a regra 'honrai pai e mãe'. Click To Tweet

Liberta, pelo amor de Deus, agraciada por sua bondade e misericórdia, hoje eu conheço o verdadeiro Deus!

Continuem orando por mim, e eu oro por vocês! Espero que esse testemunho edifique as suas vidas! Eu entendo melhor esse versículo agora “Mas ele me disse: ‘Minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza’. Portanto, eu me gloriarei ainda mais alegremente em minhas fraquezas, para que o poder de Cristo repouse em mim.” (2 Coríntios 12:9 – NVI)

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Essa querida irmã me enviou seu testemunho de forma anônima, e eu não consegui respondê-la de forma pessoal. Então deixo aqui minha resposta: obrigada, querida. Obrigada por nos ensinar o que é dar a outra face, o que é o amor radical. Tenho certeza que seus pais serão agraciados pelas suas atitudes. Você tem aberto o caminho, deixado que o Senhor aja na vida deles. Isso é uma verdadeira atitude cristã.

Lembre-se sempre: “Antes de eu nascer o Senhor me chamou; desde o meu nascimento ele fez menção de meu nome. Será que uma mãe pode esquecer do seu bebê que ainda mama e não ter compaixão do filho que gerou? Embora ela possa se esquecer, eu não me esquecerei de você! Veja, eu gravei você nas palmas das minhas mãos; seus muros estão sempre diante de mim.” (Isaías 49: 1, 15 e 16 – NVI)

Ele te ama mais do que qualquer pai ou mãe terrenos jamais poderiam.

Em Cristo,
assinatura

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