Discipulando nossos filhos através da cruz

O desejo de todas as mães, cristãs ou não, é que seus filhos as obedeçam, sejam educados dentro e fora de casa, estudem, consigam um bom emprego e casem-se com uma boa pessoa. Já escrevemos aqui que Deus quer muito mais que isso para eles, mas será que paramos para pensar se realmente estamos educando e criando nossos filhos através do verdadeiro evangelho de Cristo? Será que estamos mostrando a eles a graça maravilhosa de Deus para conosco? Ou apenas ditamos regras para que eles possam obedecê-las? Será que estamos doutrinando ou discipulando nossos filhos?

Precisamos eliminar de nossos lares a ilusão que ao ditar regras de condutas pré-estabelecidas nossos filhos serão verdadeiramente cristãos ou salvos. Muitos lares cristãos acreditam que ao impor regras e leis morais e de conduta seus filhos obterão tudo o que precisam para se tornarem cristãos.

Tenho certeza que algumas irmãs aqui poderiam nos d ar o testemunho de que cresceram em lares cristãos sem nunca ter ouvido o verdadeiro evangelho, apenas obedeciam às regras diante de um Deus que mais parecia um ditador do que um pai amoroso.

Nossos filhos acabarão nos obedecendo verdadeiramente quando perceberem que Cristo já exerceu toda essa obediência diante do Pai e é nEle que devemos colocar nossa obediência.

Nosso filhos devem entender que o relacionamento deles com Deus não depende da obediência que eles realizam, das ordens que cumprem, e sim do que Jesus fez por eles.

Devemos ser exemplos de que o verdadeiro Amor foi, e é, suficiente para que exerçamos todo tipo de obediência.

Um de nossos erros como mães é acreditar que o amor que nossos filhos sentirão por Cristo será através da obediência a regras muitas vezes mal explicadas: “Se você brigar com seu irmão Jesus ficará triste!” “Mas ele brigou comigo primeiro.” “Não importa, façam já as pazes”. Esse diálogo ou algo parecido não é tão difícil de ser ouvido em lares cristãos.

Diálogos com um tom ditador como o citado acima são bem fáceis de fazer, e farão com que nossos filhos nos ouçam e obedeçam apenas por vinte quatro horas, mais ou menos. Mas nosso desejo é que eles nos obedeçam por muito mais tempo, é claro e principalmente, que entendam que a obediência e a honra aos pais é um mandamento de Deus.

Não somos contra obediência e respeito às leis cívicas e morais. Pelo contrário, assim como diz Mateus 5:45, acreditamos nosso Pai celeste as criou para justos e injustos e assim são uma benção. Mas toda obediência deve ser motivada por gratidão a Deus ou ela será perigosa. Fazer com que nossos filhos sintam medo ou culpa não é a maneira correta e nem bíblica de esperar que eles entendam nossas exigências.

Nossos filhos podem estar precisando de ajuda para entender o que é o verdadeiro evangelho. Mas aí surge a dúvida e nos perguntamos: “Nós levamos eles à igreja toda semana, às vezes mais de uma vez. O que mais podemos fazer?” Sem conhecer o verdadeiro evangelho nossos filhos não entenderão, em um nível mais profundo, o que Jesus fez por eles e quão maravilhosa é a graça de Deus para conosco. E, como consequência disso, podem falhar em entender os métodos e as motivações da obediência.

Nosso papel é facilitar esse entendimento. Mas como? Uma coisa é certa: nossos filhos são pecadores como todos nós e carecem de salvação. Quando ela vier, ainda assim, uma mudança no coração e na mente deles será necessária. Não acreditamos que a Bíblia seja um livro mágico e nos deixará livres da nossa luta contra o pecado em um piscar de olhos. E é aí que entramos, tentando mostrar que a fé e a confiança no que Jesus já fez por eles os levará a uma genuína atitude de obediência em vez do comportamento de aceitação às regras unida ao medo e a culpa.

Precisamos fazê-los entender que é falha a obediência não motivada pelo evangelho. Eles precisam a começar a desejar obedecer a partir de um coração grato depois de terem experimentado o quão bom Deus é para eles. Esses versos da carta do apostolo Paulo aos colossenses prova que não somos merecedores de nada e somente na cruz temos vitória: “E, quando vós estáveis mortos nos pecados, e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-vos todas as ofensas, Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz.” Colossenses 2:13,14

Como pais cristãos entendedores da graça de Deus, sabemos que não importa o quanto de esforço nossos filhos façam para tentar obter a motivação para obedecer, sem o evangelho eles jamais conseguirão por eles mesmos. É o nosso papel lembra-los do que está escrito em Romanos 3: 23 “pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus” (NVI). Nada do que eles façam por si mesmos adiantará, porque o pecado o torna culpados e se não for através de Cristo, mesmo o filho mais obediente de todos, não poderá se salvar.

Temos que deixar claro que o amor de Deus por nós, dando seu Filho unigênito para morrer para que pudéssemos viver eternamente, não está baseado em nossas obras e ações. “É nosso dever como mães inculcar em nossos filhos que a única obediência que importa para a salvação é a obediência de Cristo Jesus ao morrer na cruz por pecadores indignos”.

Deuteronômio 6: 1 a 9 nos ensina como fazer isso de maneira prática: “Que todas estas palavras que hoje lhe ordeno estejam em seu coração. Ensine-as com persistência a seus filhos. Converse sobre elas quando estiver sentado em casa, quando estiver andando pelo caminho, quando se deitar e quando se levantar. Amarre-as como um sinal nos braços e prenda-as na testa. Escreva-as nos batentes das portas de sua casa e em seus portões”.

Como mães cristãs devemos entender que a desobediência, o egoísmo e o mau humor comum em filhos adolescentes irão acontecer com bastante frequência, porém nossa reação não deve ser a de impor mais regras. Eles necessitam, assim como todos nós, ntender que somente através da ação salvífica do nosso Senhor Jesus Cristo escaparão de todo o engano que a momentânea obediência trará.

Nosso exemplo deve vir de encontro com a humildade ao nos jogarmos sempre aos pés da cruz e reconhecermos que Cristo pode nos livrar de nossos pecados. Mas lembrem-se, não podemos criar bons filhos sem a presença de Deus em nossas vidas porque não somos bons pais ou mães. Há apenas um bom Pai, e ele teve um bom filho. Juntos, Eles nos tiraram da perdição do pecado e poderão fazer o mesmo com nossos filhos. Que possamos passar para nossos filhos o ensinamento de Jesus ao ser batizado por João Batista no rio Jordão onde Ele diz que convinha que como Filho devesse cumprir toda a justiça e então Deus Pai se agradando do ato de Seu Filho amado diz: “Este é meu filho amado, em quem me comprazo.” Mateus 3:17.