Relacionamentos Intencionais – Devocional do Encontrinho Graça em São Paulo

Segue esboço e áudio do devocional ministrado por Francine Veríssimo Walsh no Encontrinho do Graça em Flor em São Paulo, em 28 de Abril de 2018.


Queridas, hoje nós estamos aqui em um momento muito especial. Um momento que o Senhor escolheu criar, trouxe à vida, e permitiu que cada uma de vocês estivesse aqui conosco. Isso foi obra das mãos bondosas dEle, e se você está aqui é porque o Criador de todo o Universo te trouxe. Ele tem um propósito nisso, eu tenho certeza. Você não veio por acaso.

Sabe, quando eu vejo tantas mulheres assim juntas, meu coração se enche de expectativa do que Deus vai fazer na igreja através dos relacionamentos que nós teremos umas com as outras. Sonho além – o que Deus vai fazer nesse país através desses relacionamentos.

Se você acompanha o Graça há algum tempo, já sabe que tem um tema que eu sempre falo, incansavelmente – relacionamentos intencionais. E às vezes eu falo tanto que parece que essa é uma ideia minha, que surgiu na minha cabeça. Mas essa ideia é de Deus. Quando eu falo de relacionamentos – e não só daquelas amizades superficiais, mas de relacionamentos intencionais, de dedicação, cuidado e vivência, eu preciso que você volte comigo muito atrás, antes da existência do mundo, porque é lá que começam os relacionamentos intencionais.

Nós cremos em um Deus Trino – três pessoas em um só Deus. O que isso implica? Implica que o Deus em que cremos nunca foi só – apesar de ser um só Deus, Ele sempre foi três pessoas, e três pessoas que sempre se amaram e tiveram um relacionamento umas com as outras. Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo compartilham de uma ligação profunda, de respeito e co-dependência. Ser relacional é parte intrínseca de quem a Trindade é, e quando Eles criaram seres à Sua imagem e semelhança, os criaram também relacionais.

Então quando nós pensamos em relacionamento, não há desculpa. Não podemos dizer “ah, mas eu sou introvertida”, ou “eu prefiro ser só”. Acredite, eu entendo. Eu sou assim. Se puder escolher entre estar sozinha com um livro, ou estar com pessoas, naturalmente eu prefiro a primeira opção. Mas o que por muito tempo eu chamei de “personalidade” acabou virando uma desculpa. Se meu Deus é relacional, quem sou eu para ser individual?

Uma passagem que me fez entender de forma muito mais clara a importância absurda de relacionamentos intencionais está na última oração de Jesus, em João 17. Algumas horas antes de morrer, Jesus orou em voz alta, de forma pública. Ele fez isso porque queria que essas palavras fossem registradas para que nós, aqui em São Paulo no ano de 2018, soubéssemos que Ele orou ao Pai por nós. Que Ele fez pedidos direto do coração dEle, por nós.

Sabe, Jesus estava a poucas horas de um sofrimento que nós jamais entenderemos. Como nós vimos, Ele sempre foi um com o Pai e com o Espírito, mas na Cruz, pela primeira vez na história, Eles se separariam. Jesus clamou “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”, e isso significava “Deus Pai, Deus Espírito, por que me desamparaste?”. O relacionamento perfeito que Eles sempre tiveram se rompeu por um tempo, para que você e eu pudéssemos ser bem-vindas nesse mesmo relacionamento. Esse sofrimento seria tão terrível que a Bíblia diz que Jesus chegou a suar sangue ao antecipar esse momento.

Pois bem, horas antes desse sofrimento terrível, Jesus orou. E orou por nós – por mim e por você.

Se eu te dissesse que existiu uma pessoa que momentos antes de morrer decidiu fazer pedidos a Deus por você, você concordaria que o conteúdo desse pedido seria importante, certo? Você não ia querer saber só que essa pessoa fez um pedido por você. Você quer saber o que ela pediu. Quando nós pensamos que nosso Jesus, em meio a tanto sofrimento que viria, em Suas horas finais, resolveu pedir ao Pai por nós, eu acho que nós podemos concordar que o conteúdo desse pedido importa, e importa muito. Por isso, vamos ler juntas essa passagem e ver o que Ele pediu. Se você trouxe sua Bíblia, no formato físico ou digital, abre comigo para João 17:20-26.

“Minha oração não é apenas por eles. Rogo também por aqueles que crerão em mim, por meio da mensagem deles,
para que todos sejam um, Pai, como tu estás em mim e eu em ti. Que eles também estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.
Dei-lhes a glória que me deste, para que eles sejam um, assim como nós somos um:
eu neles e tu em mim. Que eles sejam levados à plena unidade, para que o mundo saiba que tu me enviaste, e os amaste como igualmente me amaste.
“Pai, quero que os que me deste estejam comigo onde eu estou e vejam a minha glória, a glória que me deste porque me amaste antes da criação do mundo.
“Pai justo, embora o mundo não te conheça, eu te conheço, e estes sabem que me enviaste.
Eu os fiz conhecer o teu nome, e continuarei a fazê-lo, a fim de que o amor que tens por mim esteja neles, e eu neles esteja”.

Uau, que palavras. Amadas, há muito a retirar dessas palavras de nosso Jesus, mas para hoje eu quero que foquemos em duas pequenas palavras dessa oração – plena unidade. Foi isso que Jesus pediu ao Pai para você e para mim – que tivéssemos plena unidade.

Jesus fala de dois tipos de unidade – a vertical, entre nós e a Trindade, e a horizontal, entre “nós e nós”, irmãs em Cristo. Vemos isso no verso 21 “Que eles sejam um [entre eles] (…) e que também estejam em nós.”

Queridas, primeiro precisamos entender que só podemos ter relacionamentos intencionais entre nós quando o temos com Deus primeiro. Esse é o nosso mais importante e vital relacionamento intencional. Quando nós tentamos ter amizades sadias e vemos que nunca funcionam, talvez o problema seja justamente que estamos tentando construir uma casa sem os fundamentos, a base. Sem uma intimidade genuína com Deus, não podemos ter intimidade umas com as outras. Se sua vida devocional está ruindo ou fria, eu te desafio hoje a voltar às disciplinas espirituais, não esperando um sentimento vir para que você o faça. O faça apesar do que sente. Creia que ao ser fiel, mesmo quando “não está a fim”, Deus será fiel em falar com você. Por isso que se chamam disciplinas espirituais. Eu li certa vez e concordo, “Não diga que Deus está em silêncio se sua Bíblia está fechada”.

Agora, Jesus também ora para que sejamos um, entre nós. O próprio Jesus mandou que relacionamentos intencionais existissem – isso é poderoso! Não é uma escolha. Não é sobre diferentes personalidades. É um desejo do coração do nosso Jesus, que Ele expressou e pediu ao Seu Pai por nós. Queridas, por isso eu disse que o conteúdo dessa oração final de Jesus é tão importante. Em suas últimas horas Ele quis que nós tivéssemos isso que estamos tendo hoje – esse compartilhar da vida, esse dar as mãos em missão, em propósito; essa intencionalidade em amar e servir umas às outras. Isso não vem da cabeça da Francine, isso vem do coração de Jesus.

E sabe o que é lindo? Que Jesus fala não só que precisamos ter isso, mas Ele fala qual o resultado desses relacionamentos. Vemos no versículo 21: “que eles sejam um (…) para que o mundo saiba que tu me enviaste”. Que sério. Quando o mundo lá fora olha para nós aqui, hoje, de mãos dadas, ou lá fora vivendo relacionamentos intencionais com nossas irmãs, ele crê que Jesus é real. E sabe por quê? Porque precisa existir uma explicação sobrenatural para pessoas sendo capazes de se amar de forma sacrificial. Quando as pessoas veem isso, elas ficam curiosas – “Como pode ser?”, e elas pensam “Como eu posso ter algo assim?”. E nesses momentos nós as apontamos para Jesus, única razão de nós conseguirmos nos amar e servir umas às outras.

Eu penso sempre em Mateus e Simão, discípulos de Jesus. Mateus era um coletor de impostos, ou seja, ele era a favor do governo romano sobre os judeus; e Simão era um Zelote, que era um grupo de rebeldes, prontos para pegar em armar contra o governo romano. E então Jesus, em sua onisciência, escolhe esses dois inimigos naturais para serem irmãos, para partirem o pão juntos, para como família lutarem pela mesma causa, a causa de Cristo. Querida, é isso que significa ser cristã – é por vezes ser família com pessoas que nada têm em comum com você. É ver para além das diferenças aquilo que temos em comum – a redenção pelo sangue de Jesus.

Então vimos que precisamos desses relacionamentos porque fomos criadas para eles, fomos criadas para sermos relacionais; porque eles foram o desejo profundo das horas de finais de Jesus; e porque através deles nós mostramos ao mundo que Jesus é real.

Mas, queridas, há algo mais que essa oração final de Jesus nos revela. E essa é minha parte preferida, talvez de toda a Bíblia. Está no versículo 23. Jesus diz, “[Pai], que eles sejam levados a essa unidade para que o mundo saiba [não somente] que tu me enviaste, [mas também] que os amaste como igualmente me amaste”. Querida, deixa isso descer ao seu coração e pesar ali por um segundo. O Pai nos amou como igualmente amou ao Filho. Você entende a profundidade disso? A magnitude desse amor?

O amor que o Pai sente pelo Filho, um amor eterno, que existe desde antes de tudo e existirá até a eternidade, que nunca desiste, nunca acaba, nunca se cansa, é o mesmo amor que Ele sente por nós.

O amor que o Pai sente pelo Filho, um amor eterno, que existe desde antes de tudo e existirá até a eternidade, que nunca desiste, nunca acaba, nunca se cansa, é o mesmo amor que Ele sente por nós. Click To Tweet

Veja o que esse mesmo Pai diz para nós, em Jeremias 31:1-4:

“Naquele tempo”, diz o Senhor, “serei o Deus de todas as famílias de Israel, e eles serão o meu povo.” Assim diz o Senhor: “O povo que escapou da morte achou favor no deserto”. Quando Israel buscava descanso, o Senhor lhe apareceu no passado, dizendo: “Eu a amei com amor eterno; com amor leal a atrai. Eu a edificarei mais uma vez, ó virgem, Israel! Você será reconstruída! Mais uma vez você se enfeitará com guizos e sairá dançando com os que se alegram.”

Deixa eu reler agora com meu nome ao invés de Israel, e peço que você faça o mesmo com o seu nome. Insira ele nesse versículo e veja que poderosa promessa ele é:

“Naquele tempo”, diz o Senhor, “serei o Deus da Francine, e ela será o meu povo.” Assim diz o Senhor: “a Francine que escapou da morte achou favor no deserto”. Quando a Francine buscava descanso, o Senhor lhe apareceu no passado, dizendo: “Eu a amei com amor eterno; com amor leal a atrai. Eu a edificarei mais uma vez, ó Francine! Você será reconstruída! Mais uma vez você se enfeitará com guizos e sairá dançando com os que se alegram.”

Queridas, é isso que o Pai sussurra a nós por causa do Filho. Por causa da morte do Filho de Deus, que veio para morrer em seu lugar, pelo seu pecado, agora o Pai, o próprio Deus, te diz “eu te amei com amor eterno, e te atrai para mim”.

Eu não sei o que você está passando hoje. Talvez relacionamentos intencionais sejam algo completamente distante da sua realidade. Talvez você se sinta sozinha, cansada, abatida. Mas querida, a Palavra de Deus não mente. Se você está em Cristo, se já correu para Ele para ser salva, então Deus sussurra em seus ouvidos que Ele te ama com o mesmo amor que Ele amou o Filho, o próprio Jesus, um amor eterno, incansável, que te busca vez após vez, e te mostra vez após vez que não desistirá de você.

Se você ainda não conhece esse amor, eu te encorajo a conversar com qualquer uma de nós da Equipe antes de ir embora. Nós queremos falar mais com você sobre a salvação que existe em Jesus, e sobre a vida abundante que Ele dá, e queremos orar com você.

Mas, agora eu quero terminar. Nós vimos que precisamos ter relacionamentos intencionais, mas Francine, e agora? Por onde eu começo? Queridas, eu te encorajo a começar de joelhos – peça ao Pai que te envie pessoas para amar, e que te ensine a amar melhor quem você já tem. Não é nenhuma fórmula secreta. É simples assim – amor e serviço, nada mais.

Para além disso, eu te encorajo e participar do nosso Estudo Online que lançaremos em breve, chamado “Florescendo Juntas – Como criar e manter relacionamentos intencionais”. Ele é um estudo de 30 dias, e trará muitas dicas práticas que te ajudarão na busca por esses relacionamentos. Você poderá adquirir esse estudo no nosso site assim que ele lançar, em breve.

Nós teremos também hoje um tempo de oração umas com as outras. Usem esse tempo para conhecer gente nova aqui, Deus nos trouxe aqui para isso. E quem sabe muitos relacionamentos intencionais não começarão hoje ainda?

Vamos orar.

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