Quando a balança não muda

Escrito por Hannah Norton, traduzido com permissão por Francine V. Walsh
Artigo original por True Women Blog

Eu olhei para a balança e meus lábios formaram um sorriso inverso. Eu tinha dado à luz havia apenas cinco semanas, e eu mal tinha perdido 3 kg. Suspirando fundo, eu fui até à estante de livros e peguei um antigo livro de dieta. Acho que é hora de realmente fazer isso, [pensei].

Eu passei pelas páginas e encontrei a informação que estava procurando: uma limpeza “low carb” (baixas calorias). Havia funcionado antes, então eu estoquei minha geladeira e dispensa com os items requeridos e segui o plano. Eu mal podia esperar para ver os quilos indo embora.

Cinco dias depois eu pulei na balança, esperando ver grandes resultados. Mas conforme o número apareceu, minha boca se abriu em horror. O que estava errado com esse negócio? Nada tinha mudado!

O jantar chega

Uma amiga havia se voluntariado para nos trazer o jantar naquela noite. Quando a comida chegou e minha casa se inundou com os cheiros deliciosos, meu estômago gritou de desejo. Tinha sido um longo dia, e eu estava com fome – com muita fome.

Eu agradeci minha amiga e abri os pacotes com torta de frango, pães, salada, e cookies de chocolate direto do forno. Ohhhh! Cookies de chocolate. Meu favorito! Minha boca encheu de água, e eu fiquei ali confusa. De todo esse glorioso jantar, apenas a salada se encaixava em meu plano “low carb”. Eu senti as lágrimas enchendo meus olhos enquanto eu encarava o vapor da comida subindo. O que eu ia fazer?

Eu fui ao meu quarto e ali chorei com raiva. Deus, essa dieta havia funcionado antes. Por que não está funcionando dessa vez? Eu estou tentando ser tão fiel, mas estou faminta!

Eu comecei a pensar em minhas opções. Eu poderia esquecer a coisa toda e apenas aproveitar. Mas onde estaria o domínio-próprio nisso? Eu podia apenas ficar com minha dieta e comer a salada, mas eu sabia que isso não encheria meu estômago, me fazendo ainda mais emotiva, e não me daria as calorias que eu tão desesperadamente precisava para alimentar meu bebê.

Meu corpo, templo dEle

Conforme eu me sentei ali, 1 Coríntios 6:19-20 veio à minha mente:

“Acaso não sabem que o corpo de vocês é santuário do Espírito Santo que habita em vocês, que lhes foi dado por Deus, e que vocês não são de si mesmos? Vocês foram comprados por alto preço. Portanto, glorifiquem a Deus com o corpo de vocês.”

Se meu corpo é o templo do Deus Todo-Poderoso, então Ele deve saber exatamente o que meu corpo realmente precisa a cada momento. Talvez eu deva perguntar a Ele o que Ele pensa? E foi isso que eu fiz. Por mais ou menos uma hora, meu bondoso Pai guiou meu coração a várias passagens das Escrituras e começou uma mudança de paradigmas que mudaria minha vida.

”Tudo me é permitido’, mas nem tudo convém. ‘Tudo me é permitido’, mas eu não deixarei que nada domine.” (1 Co. 6:12)

A comida na minha cozinha não era ruim, errada ou pecaminosa se eu a comesse. A questão que eu tinha que considerar é se seria benéfico ou de ajuda que eu a comesse naquele momento.

Eu comecei a ponderar as opções que tinha diante de mim. Se eu desistisse de tudo, e sucumbisse a todas as vontades do meu apetite, a comida que eu estava consumindo se tornaria minha dona.

“‘Eu sou o Senhor, o teu Deus, que te tirou do Egito, da terra da escravidão. ‘Não terás outros deuses além de mim.” (Ex. 20:2, 3)

Naquele momento meus olhos se abriram para a verdade. Se era possível que comida virasse um ídolo em minha vida, então podia ser (mesmo em meu desejo de ser saudável e fazer as coisas direito) que minha dieta também havia se tornado um ídolo para mim? Talvez minha dieta e meu desejo por saúde não estavam exatamente alinhados com o design de Deus para meu corpo.

“Pois tudo o que Deus criou é bom, e nada deve ser rejeitado, se for recebido com ação de graças, pois é santificado pela palavra de Deus e pela oração.” (1 Tm. 4:4-5)

Se eu escolhesse não comer nada daquela comida por medo (das calorias, da balança, de estragar a dieta, etc.), eu estaria revelando um orgulho e uma ingratidão do meu coração. E minha dieta bem-intencionada me levaria para ainda mais longe da mulher que Deus queria que eu fosse.

Meus olhos começaram a clarear conforme eu entendi que minha luta não era com comida. O problema nem sequer era o número que estava na balança ao final do dia. A questão que eu perguntava a mim mesma era de uma postura do coração. A quem ou a quê eu estou me curvando em adoração? Meu apetite? Minha dieta? Alguma ideia de como eu deveria ser?

Em todas aquelas vezes no passado em que eu havia me estressado por causa das regras de uma dieta ou o quão rápido o peso estava (ou não) sumindo, eu estava adorando essas coisas. A dieta e a balança se tornaram meus ídolos. Eu os estava adorando, ao invés de adorar a Deus.

Obrigada Deus, por criar o meu corpo. Perdão por não o estar tratando como Teu templo. Perdão por ter tido minhas próprias ideias do que eu deveria ser ou parecer, de como deveria comer, ou do quanto deveria pesar. Perdão por nunca ter te perguntado. Me dê sabedoria. Tu prometestes me dar quando eu pedisse (Tiago 1:5). Me dê Tua visão para meu corpo físico. Me mostre como cuidar desse templo para Tua glória!

Comida para o estômago e para a alma

Conforme eu voltei para a mesa, nova paz e alegria inundaram meu coração. Eu comi bastante salada e uma porção modesta de torta. E quando eu fui e peguei o cookie, eu senti Deus sorrir.

Eu voltei para meu quarto com aquele cookie, sentei em minha cama, o coloquei perto do meu rosto, e inspirei fundo.

Obrigada, Deus, pela vaca que deu o leite que fez o creme que fez a manteiga que fez esse cookie. Obrigada pela galinha que deu o ovo que foi colocado nesse cookie. Obrigada pelo campo que fez crescer o trigo que produziu a farinha nesse cookie. Obrigada pelo cacau que foi processado em chocolate que deu sabor a esse cookie.

Comendo o Cookie

Aquele cookie de chocolate era provavelmente bastante ordinário. Nada de espetacular foi colocado na receita. Mas quando eu o recebi com um coração de gratidão, foi o cookie mais delicioso que eu já comi!

Às vezes glorificar a Deus com meu corpo significa comer o cookie com gratidão. Outras vezes significa permitir o produzir de domínio-próprio pelo Espírito, deixando o cookie no prato.

Às vezes glorificar a Deus com meu corpo significa comer o cookie com gratidão. Outras vezes significa permitir o produzir de domínio-próprio pelo Espírito, deixando o cookie no prato. Click To Tweet

Aprender a adorar a Deus somente não é um método que sempre parece igual. Conforme eu aprendo que meu corpo é o templo do Espírito, eu tenho visto que o melhor para mim pode ser ou não o que é melhor para minhas amigas. É sobre aprender a caminhar junto a Ele, momento a momento.

Que Deus seja glorificado em nós conforme nós vivemos (e comemos) para Ele!