O que o Cristianismo Não é: Odioso

Estamos na era das redes sociais e o que deveria servir para o diálogo está servindo mais para polarizar pensamentos. Se você não pensar da mesma maneira que o outro, sua exposição de argumentos possivelmente vira um tiroteio de ideias. Os haters surgiram da falta desse diálogo e estão crescendo com o excesso de exposição.

Vivemos em um mundo onde não há nada mais não-aceito do que uma verdade que pode ser absoluta e, por isso, muitos estão declarando guerra contra as Sagradas Escrituras. O verdadeiro cristão, ou seja, o verdadeiro seguidor de Cristo que o ama e guarda seus mandamentos, não se deixa levar por esses discursos inflamados, cheios de ódio contra os princípios bíblicos. O cristianismo não é odioso. Aqueles que confundem o cristianismo com algum tipo de discurso de ódio estão totalmente desinformados.

Mas, então, como agir diante de tanta injustiça contra nosso manual da vida, contra nossos princípios norteadores, para viver em um mundo tão progressista e relativizado? A resposta sempre será o Evangelho da cruz. Na Bíblia encontramos as respostas para lidar com esta confusão. A primeira mensagem do Evangelho para aqueles que pensam que o cristianismo é uma religião que propaga o ódio é sobre o pecado; o que ele é e a quem ele ofende.

O pecado é tudo aquilo que fazemos, falamos ou ouvimos e que não agrada a Deus. Precisamos tomar cuidado para não nos tornarmos juízes daqueles que praticam o pecado. Nossos inimigos não são as pessoas, mas sim as potestades e principados. Ao julgarmos, como cristãos, o pecado dos outros, corremos o risco de nos acharmos mais justos do que eles. Queremos ser justos aos nossos próprios olhos, e nos esquecemos que somos tão pecadores quanto qualquer um e que só alcançamos justiça diante de Deus pela justiça de Cristo que, por graça, recebemos ao crer.

O cristianismo deve obedecer dois mandamentos e nenhum deles é odiar ou julgar: “Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mateus 22:37-39).

Observemos mais a fundo esses dois mandamentos: o primeiro remete à obediência em forma de amor a Deus, onde podemos entender que se isso acontecer sinceramente em nossos corações, será bastante difícil declararmos algo que não seja a Bíblia como verdade absoluta, porque ela é a Palavra de Deus. O segundo mandamento é exatamente o oposto do ódio. Amar ao seu próximo aqui significa amá-lo a ponto de lhe fazer enxergar o pecado de uma maneira que ele enxergue a quem ele está se rebelando e se distanciando. 

Amar ao próximo, não inclui de maneira alguma odiá-lo. Mesmo que o pecado dele ofenda a Deus. Mas,  na busca incansável pela nossa santidade, nós possivelmente conseguimos enxergar isso e nosso irmão não. Isso também não nos deve impedir de alertarmos eles sobre o pecado. O problema é a maneira que isso deve ser feito. 

Devemos buscar sempre apresentar a realidade do pecado, mas se isso acontecer sem a obediência aos dois principais mandamentos, em vez de amar estaremos acusando e impondo nossas verdade e valores sem nenhuma demonstração da graça salvífica de Cristo. 

Estamos errando se fizermos com que a mensagem do Evangelho seja rejeitada pelo nosso comportamento. Se ela tiver que ser rejeitada, que seja pela realidade do pecado e do perdão nela existente e nunca por causa do que dizemos ou escrevemos nas redes sociais. 

Nós precisamos ser vistos como cristão que realmente crêem em valores e verdades absolutas, mas nunca como pessoas que em vez de amar, odeiam. 

É necessário para o cristão seguir à risca o segundo grande mandamento, caso contrário haverá, sim, discurso de ódio em suas palavras. 

O cristianismo precisa transmitir a necessidade de arrependimento ao pecador, mas como uma forma de alerta e EM AMOR, não com um desejo de vingança ou de ódio. 

Em uma época onde a mídia parece querer transformar em discurso de ódio a mensagem de graça e perdão da cruz, fica nosso desafio através de mensagens pacíficas e reconciliadoras apresentar as boas novas de Jesus.

Todo o nosso esforço deve estar em amar ao próximo a tal ponto que em vez de propagar ódio aos irmãos, deixamos claro que nosso ódio é ao pecado. Cabe a nós mostrarmos apenas amor ao pecador.

Ainda que nosso próximo rejeite a mensagem de justiça, qualquer ação que não demonstra amor ao pecador deve ser desprezada. Oremos para que em nossos corações somente haja o amor que pode mudar o mundo. 


Esse post faz parte da nossa série de postagens de Maio com o tema “O que o Cristianismo não é”. Para ler todos os posts clique AQUI.