O formato do verdadeiro amor

Artigo escrito originalmente por Alicia Bruxvoort, e publicado aqui.
Traduzido, com permissão, por Francine Veríssimo.

A primeira vez que dancei com meu marido meu nariz acabou em sua axila. Nós estávamos deslizando com os braços esticados sob o globo de luz em nossa formatura da oitava série, e eu brinquei que esperava que ele tivesse usado bastante desodorante naquele dia. Seu rosto ficou vermelho-pimentão, a cor subindo em seu pescoço, enquanto ele solenemente me prometia que tinha se protegido com uma dose dupla.

Eu fiquei na ponta dos pés num esforço para diminuir a diferença de altura, mas mesmo com meu cabelo alto cheio de spray no estilo anos 80, aquele menino ainda era mais alto que eu.

É claro que eu não tinha ideia que estava dançando com meu futuro marido naquela noite no ginásio da escola. Eu nunca teria adivinhado que seis anos depois nós dançaríamos sob o globo de luz trocando anéis e prometendo amar um ao outro até que a morte nos separasse.

Apesar de não sermos mais adolescentes no dia do nosso casamento, meu noivo ainda era 25 cm mais alto que eu. Mas eu não estava incomodada pela minha visão de sua axila naquele dia especial; eu tinha colocado meu olhar nas alturas do amor.

Eu dei uma carta ao meu marido horas antes da cerimônia, as palavras rabiscadas pela páginas, capturando minhas esperanças para o futuro: “Não importa o que a vida nos mandar, nosso amor sempre será maior…”

Era uma frase poética, não diferente dessas que você encontra em cartões de dia dos namorados. Mas, depois de 21 anos de casamento, eu comecei a acreditar que meus sentimentos estavam errados.

O amor é, de fato, uma dádiva preciosa e sagrada, mas duas décadas de amar e aprender me ensinou que a marca do verdadeiro amor não é seu tamanho ou sua altura, mas sim sua humildade. O verdadeiro amor não é mais alto, é mais baixo, se curva.

Como vemos em 1 João 4:9-10, Deus enviou Jesus para demonstrar como o amor sacrificial é em sua essência.

O verdadeiro amor se abaixa para pegar o saco de lixo que está na cozinha e se abaixa para olhar uma criança machucada nos olhos.

O verdadeiro amor se prostra para trocar uma fralda ou para limpar a neve da calçada, para dar um beijo de boa noite e oferecer abraços.

O verdadeiro amor se curva para lavar a louça ou ajudar uma criança doente. O verdadeiro amor se preocupa com o machucado e se ajoelha em silêncio para orar.

O verdadeiro amor escolhe o correto ao invés de estar sempre certo, ser servo ao invés de mestre, humildade ao invés de prepotência.

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Vamos ser honestos, o verdadeiro amor não está nas manchetes. Não está nos cartões de dia dos namorados. Não é um hit dos cinemas. O verdadeiro amor é a esperança do Céu, como nós vemos em 1 João 4:10 “Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou seu Filho como propiciação pelos nossos pecados.”

Deus não declarou seu amor por nós com um buquê de rosas. Ele não embrulhou uma caixa de chocolates finos com um cartão meloso. Ao invés disso, Deus embrulhou seu próprio Filho em carne e osso e proclamou Seu amor eterno na cruz do Calvário.

É doido quando você para pra pensar, que o mais verdadeiro amor de todos se curvou o máximo possível para que pudéssemos conhecer o ápice de Sua glória.

Eu não percebi isso enquanto eu era uma noiva animada, mas as alturas do amor só podem ser descobertas nas profundezas da entrega.

As alturas do amor só podem ser descobertas nas profundezas da entrega. Click To Tweet

Parece não natural, não é? Impossível… por nós mesmas.

Mas, 1 João 4:14-17 nos diz que quando confessamos Cristo como nosso Senhor, Ele aperfeiçoa Seu amor em nós. E quando um Salvador humilde faz para Si mesmo morada em nossos corações, nossas vidas proclamam a verdade que o mundo anseia escutar:

O formato do verdadeiro amor não é uma aliança de diamantes. É uma cruz.

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Vamos ser sinceras? Estar em relacionamento é tão difícil! Amar alguém é uma tarefa divina e louca ao mesmo tempo. Por vezes eu quero jogar tudo pro alto e voltar à minha confortável e egoísta vida de ser solteira. Mas, vez após vez o Senhor me lembra: Ele também poderia ter escolhido isso. Ele era perfeito e completo em Si mesmo, na Trindade. Mas, Ele escolheu nos criar, nos redimir, nos amar. E eu preciso escolher o mesmo – amar, apesar de tudo. Você está comigo?

Em Cristo,
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