Natal na Prática: Como Cultivar Relacionamentos Significativos no Natal
“Ah, o Natal! A época mais bonita do ano!”
Apesar do que os filmes clichês dos streamings querem nos fazer acreditar sobre a “mágica do Natal”, não é tão simples assim cultivar relacionamentos significativos nessa época do ano, seja com família, amigos ou até mesmo na igreja. Embora seja um tempo de presentes, reencontros e reflexões, há também uma carga emocional pesando nos ombros de todos nós, em relação ao ano que se passou ou situações que nos acometeram. Não quero soar pessimista, mas também não posso negar a realidade: estamos falando de seres humanos que não vivem em um mundo mágico de festas natalinas. Enquanto vivermos em um mundo que jaz no maligno, nossos relacionamentos serão imperfeitos, pois a maldita carne nos faz viver de forma distorcida ao plano original do Criador.
Como, então, vivermos mais próximas do propósito perfeito de Deus, sendo tão imperfeitas? Creio que o primeiro passo é reconhecer que não viemos “do nada”, somos uma sequência.
A lógica das Matrioshkas
Talvez você tenha visto por aí um item decorativo, feito de várias bonequinhas coloridas, fabricadas em forma de “escadinha” que se encaixam da maior até a menor. Elas são as famosas Matrioshkas, que já somam mais de 100 anos de uma história que começou na Rússia e se espalhou por todo o mundo.
Conta-se que Anatoly Momontov, dono de uma fábrica de brinquedos, idealizou, no final do século XIX, uma boneca de sistemas de encaixes, com formato, material, cores e motivos que remetiam à cultura russa, e acabou se popularizando rapidamente. O nome Matrioshka é o diminutivo de um termo feminino muito popular na Rússia antiga, “Matryona”, e provém da raiz latina “mater”, que remete à maternidade e à pessoa que leva todos dentro de si e abre seu ventre nos momentos de perigo, a fim de proteger a família.
Foi olhando para uma dessas aqui de casa que comecei a refletir sobre família e laços fraternos, no contexto das reuniões natalinas. Ao tirar uma bonequinha de dentro da outra, é inevitável pensar que todas nós viemos de algum lugar, somos fruto da história de outras pessoas e trazemos dentro de nós uma bagagem de experiências, modelos, referências e, inclusive, traumas.
Além de Adão, ninguém veio “do nada”, sem um histórico ligado a outro ser humano, e isso já aponta para um caminho interessante nessa jornada de relacionamentos significativos: se todos nós carregamos bagagens, também somos carentes de graça e perdão. Já nascemos marcados pelo pecado, mesmo sem ter feito essa escolha, e sem poder tomar providências para proteger nossos filhos dessa mancha. Temos nossas características pessoais, mas permanecemos ligadas a quem veio antes, ainda que não tenhamos mais contato com essas pessoas (e aqui faço referência aos laços de sangue). Ver as coisas dessa forma nos ajuda a oferecer a mesma graça e perdão que carecemos e recebemos de Cristo a nossos familiares.
Diferente das bonequinhas russas, nós não estamos fadadas a continuar encaixadas em certos cenários e replicando modelos que não produzem o que é bom, agradável e edificante. Na cruz, somos libertas das amarras hereditárias e temos a chance de, através de Cristo, alcançar cura e enxergar beleza saudável nos relacionamentos familiares. Estamos todos trilhando uma jornada árdua e pesarosa neste mundo caído. É evidente que más escolhas de quem veio antes impactam negativamente nossa história, mas somos nós isentas dessa mesma possibilidade com nossos filhos e netos? Rejeitar o ideal de família perfeita e relacionamentos “mágicos”, e, ao invés disso, usar as lentes da graça, pode nos ajudar a cultivar relacionamentos significativos e reais. É claro que esse assunto não é tão simples assim de lidar e pode exigir um longo período de tratamento, mas eu creio no poder do evangelho e no agir do Espírito Santo para gerar perdão e reconciliação no seio familiar.
“Mas Jesus respondeu: O que é impossível para o ser humano é possível para Deus.”
Lucas 18:27
Além dos laços de sangue
Relacionamentos significativos nem sempre acontecem dentro do contexto familiar. Muitas vezes, a graça se manifesta por meio de pessoas com quem nem imaginávamos construir amizade, ressignificando afetos para além de laços sanguíneos. Isso é ilustrado no filme “O pior vizinho do mundo”, em que o ator Tom Hanks dá vida a Otto, um viúvo, sem filhos, que mora sozinho, tem uma rotina diária sistemática e a fama de rabugento e pavio curto. Quando uma família mexicana se muda para uma casa na mesma rua, em um momento bem específico de sua vida, Otto se vê obrigado a socializar com os novos moradores, que pouco a pouco o cativam e mudam sua vida, trazendo novas experiências e possibilidades antes nunca cogitadas por ele.
Em uma das cenas, uma das personagens diz a Otto o que resume a importância dos laços e das relações pessoais que construímos ao longo de nossa existência: “Acha que precisa fazer tudo sozinho, né? Adivinha? Ninguém consegue.” Dessa forma, o rabugento se permite ser acolhido e todos aceitam o desafio de cultivar um relacionamento nada perfeito, mas com muito potencial de ser positivamente significativo.
É comum que isso aconteça, especialmente, no ambiente eclesiástico, pois a família da fé tem um potencial alto de acolhimento, por meio do amor de Cristo. Sei que este não é um padrão universal, novamente por conta da carne pecaminosa, mas foi assim que o Senhor idealizou e demonstrou na cruz.
Cristo foi direto em dizer que seremos seus discípulos se amarmos uns aos outros (João 13:35), e não há dúbio entendimento em suas palavras, certo? Porém, novamente, precisamos deixar o ideal de relacionamentos perfeitos. À sombra da cruz, somos desafiados a aceitar que não podemos fazer tudo sozinhas e precisamos continuar lutando por cultivar relacionamentos (no Natal e em todo o ano), ainda que isso implique renúncia, como aconselhou Paulo aos Tessalonicenses: “Tenham cuidado para que ninguém retribua aos outros mal por mal; pelo contrário, procurem sempre o bem uns dos outros e o bem de todos” (1Tessalonicenses 5:15).
A fórmula mágica
Se você chegou até aqui, já sabe que a fórmula mágica não existe, certo? Poucos minutos de comunhão já mostram o quão multiforme somos e, por causa disso, precisamos lutar para sermos pacientes, tolerantes, amáveis e perdoadoras. Cristo nos mandou fazer isso e ele mesmo trilhou o caminho da renúncia, dando o exemplo e apontando o caminho penoso do amor.
Não sei como será o seu Natal, quais são as expectativas dos encontros dessa época, ou como está seu coração para as interações que acontecerão na família, entre amigos ou na igreja. Entendo a possibilidade de desânimo, mas quero te encorajar a olhar para as mãos do Cordeiro de Deus, feridas pela nossa reconciliação com o Pai, e refletir sobre quão longe você ainda pode ir para amar (imperfeitamente) e se permitir receber o amor (também imperfeito), indo contra a lógica individualista do mundo caído e sintonizando com o plano de reconciliação do Eterno, fazendo coro com o apóstolo Paulo: “o que nos motiva é o amor de Cristo” (2 Coríntios 5:14).
“Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação; as coisas velhas já passaram, e surgiram coisas novas. Mas todas essas coisas procedem de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos confiou o ministério da reconciliação. Pois Deus estava em Cristo reconciliando consigo mesmo o mundo, não levando em conta as transgressões dos homens; e nos encarregou da mensagem da reconciliação.” (2 Coríntios 5: 17 a 19).
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7 Comments
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