Namoro: A pureza sexual

O que vem à sua mente quando ouve a palavra “pureza”?

Pessoalmente, eu penso em algo íntegro, que não foi contaminado, não se misturou com outros elementos e permaneceu fiel à sua condição original. 

E, pensando em pureza sexual, acredito que podemos continuar nos apoiando nestes mesmos conceitos: a integridade e a fidelidade à ideia original. Só existe um Criador para todas as coisas e sabemos que a criação pertence a Deus, e o sexo faz parte disso.

O desejo sexual foi criado por Deus

Tudo o que Deus criou é perfeito, para o seu próprio louvor e isso também vale para o sexo, desde que seja vivido de acordo com aquilo que Ele determinou. O padrão bíblico para um relacionamento sexual é claro: entre um homem e uma mulher, e somente após o casamento. Então, antes que se casem, o casal deve permanecer puro, tanto o homem quanto a mulher, aguardando o momento certo para desfrutar dessa benção. 

Uma vez que desejo sexual foi criado por Deus, senti-lo não é pecaminoso; no entanto, o inimigo usa esse desejo para nos confundir. Aliás, ele usa essa mesma artimanha desde o Éden: distorcer o que Deus diz. O diabo costuma atuar nos levando a acreditar que qualquer coisa que fizermos para satisfazer esse desejo seja aceitável. A ideia é afastar o sexo de Deus. Logo, a luta contra a tentação sexual é uma luta contra o inimigo das nossas almas. 

O sexo não é somente para a reprodução humana, mas Deus também o estabelece como uma expressão do amor que o homem e a mulher devem desfrutar em seu matrimônio. Desfrutar no sentido de aproveitar, se deleitar, “curtir”. E para que essa sexualidade seja desenvolvida, Deus nos deu limites que nos protegem e nos dão segurança, para o nosso bem. 

Certa vez, em uma pregação sobre casamento, ouvi o Reverendo Hernandes Dias Lopes dizer que só temos liberdade quando vivemos dentro dos limites estabelecidos: desde que obedeçamos às leis, podemos transitar livremente, sem culpa, sem multas, sem sermos presos. E é exatamente isso, por mais contraditório que possa parecer! O lugar seguro é viver no centro da vontade de Deus, dentro dos limites que ele nos comunica na sua vontade revelada de Gênesis a Apocalipse. Aquilo que Deus nos proíbe de fazer nos protege. Creia nisso!

Não caia nas ciladas do seu coração enganoso

Em toda a Escritura, não há um único versículo que nos dê margem para entender e praticar o sexo da forma que aqueles que não conhecem a Cristo entendem e praticam. O mundo age como se, nessa área da vida, houvesse a autorização para esquecer todos os mandamentos e sairmos impunes, já que o sexo é algo que traz prazer e foi criado de fato por Deus. Muitas vezes isso tem embaçado o nosso olhar enquanto cristãos e nos afastado daquilo que Deus desenhou.

Nosso coração é enganoso, corrupto e tenta nos convencer de que nosso desejo é legítimo. Ele sempre nos leva a crer que podemos dar mais um passo em direção ao fogo porque não vamos nos queimar. Já estamos sentindo o calor da fogueira, o cheiro e a fuligem chegando cada vez mais perto, mas continuamos convencidas de que estamos no controle da situação. A pureza sexual não é perdida do dia para a noite, ela é uma sucessão de escolhas que aparentemente são inofensivas, mas que lentamente estão nos levando ao abismo.

Alimentamos nossos desejos sexuais com nosso próprio egoísmo, pela ânsia que temos de saciar nossas vontades no momento presente, focando na satisfação a curto prazo, e com isso ignoramos as promessas que Jesus tem para aqueles que o obedecem. A obediência é um caminho de benção e de preservação da própria vida. Isso é o que nos promete a Palavra (Dt 6:24). 

Lembra da história de Esaú? Quantas vezes você talvez já o tenha criticado por ter trocado sua primogenitura por um prato de lentilhas só porque estava faminto (Gn 25: 29-34). A história de Esaú não fala sobre pureza sexual, mas seu foco em satisfazer a sua carne fez com que ele desprezasse as promessas que tinha como filho mais velho. No comentário bíblico de Warren W. Wiersbe, há a afirmação de que a graça de Deus jamais falha, mas podemos deixar de depender dessa graça. Se nos rendermos aos nossos sentimentos e emoções ou aos possíveis apelos de um namorado, conscientemente decidimos nos afastar do Senhor e, assim como Esaú, optaremos por aquilo que é secundário (Hb 12:16-18). 

Firmes na defesa e no cumprimento dos princípios de Deus

Sempre que defendemos o princípio bíblico da pureza sexual antes do casamento, somos vistas como, no mínimo, alienadas e, por conta disso, aos poucos, temos cedido a pensamentos que são contrários à Palavra de Deus. É como se estivéssemos num ambiente fechado respirando um ar contaminado por um gás que não percebemos; inalamos sem sentir, sem notar os sinais e, quando nos damos conta, estamos totalmente infectadas e com sequelas e dificuldades para reverter aquele cenário. É assim que o posicionamento do mundo em relação a esse tema tem se infiltrado na nossa vida: de uma forma muito sutil e contínua. 

Deus odeia o pecado, sabemos disso, e a relação sexual antes do casamento debocha da união física e espiritual que Deus definiu para esse momento. Você poderá sentir prazer, emoção ou qualquer outra coisa na experiência sexual fora do casamento, mas não haverá enriquecimento. O pecado sexual afeta diretamente nosso corpo, degrada e abusa daquilo que é o templo do Espírito Santo.

O capítulo 2 da carta aos Hebreus nos lembra do perigo de negligenciarmos a nossa salvação, todos os ensinamentos, e nos desviarmos. E esse seria meu conselho: “é preciso que prestemos maior atenção ao que temos ouvido, para que jamais nos desviemos.” Nossa mente e coração precisam ser abastecidos com o que o Senhor tem para nós. É muito fácil seguir o que a maioria diz e nos desviarmos. Muitas vezes é impopular agirmos como salvos e isso nos incomoda; então, nossa tendência é desistir. Mas diante de tão grande salvação, comprada pelo sangue do Filho perfeito de Deus, como podemos negligenciá-la?

Antes de sermos salvas, éramos filhas da desobediência (Ef 2:1-3) , mas, como novas criaturas, nossa vida deve resultar em obediência a Deus. As pessoas no mundo dizem que são livres e fazem o que têm vontade, mas, no fundo, elas estão sempre imitando umas às outras. E nós, como crentes, a quem devemos imitar? Jesus. Devemos buscar uma vida em santidade porque Ele é santo. Ser salvo é um privilégio, mas implica responsabilidades (Ef 1:4). 

Deus nos revela que a sua vontade é que sejamos santificadas, que não sejamos como aqueles que não o conhecem. Precisamos nos dedicar em conhecê-lo e Ele nos habilitará a resistir e a não prejudicar outros irmãos, pois uma vida sexual antes do casamento prejudica não somente você, mas um futuro cônjuge e outros cristãos que são impactados ao saber daquela conduta. 

Meu testemunho pessoal sobre pureza sexual 

Eu conheci Jesus aos 23 anos e já tinha tido relacionamentos fora dos padrões bíblicos. Eu não conhecia o Evangelho, mas consigo ver o quanto Deus me preservou. Porém, mesmo depois da minha conversão, eu e meu namorado da época continuávamos com um namoro fora dos padrões de Deus; a pureza sexual não fazia parte da nossa vida, mesmo ele também sendo cristão.

De uma forma muitíssimo resumida: depois de 4 anos desagradando a Deus nessa área, o Espírito Santo passou a nos incomodar, individualmente. No coração de cada um Deus colocou o desejo de consertar tudo e viver um namoro santo. E optamos por viver a pureza sexual no nosso relacionamento, deixando para trás aquela prática que tanto nos atrapalhava e não era o que Deus esperava de nós. Ficamos noivos e nos guardamos para o nosso casamento, que ocorreu 6 meses depois. Estamos casados há 16 anos, temos dois filhos e Deus tem nos abençoado generosamente. Um pecado perdoado também tem suas consequências, mas, mesmo tanto tempo depois, eu provo da fidelidade do Deus que se alegra com a obediência.

Quando eu e meu namorado decidimos parar com a prática sexual antes do casamento, adotamos a estratégia dada pela própria Palavra: fugíamos. Evitávamos ficar muito tempo sozinhos, não dávamos longos beijos. Fugíamos e estávamos sempre vigiando. E é isso! Fujam da tentação! Assim como José fugiu para que não pecasse ao ser tentado pela mulher de Potifar (Gn 39).

A graça de Deus nos habilita a vencer

Quando Paulo fala aos coríntios (1 Co 6: 9-11) sobre os pecados sexuais, ele diz que alguns deles tinham praticado aquelas coisas, “…mas vocês foram lavados, foram santificados, foram justificados no nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus” (1 Co 6:11). Temos o poder em nós, nossa vida foi transformada e precisamos agir diferente do mundo. 

Jesus nos libertou, e por isso somos capazes de não viver mais escravos do pecado. Acredite nisso! Por mais difícil que possa parecer resistir a essa tentação, é possível! 

A graça de Deus permite que nos arrependamos e, diante de um coração genuinamente arrependido, Deus sempre libera perdão e nos refaz. Eu sou um exemplo dessa graça; a minha família é um exemplo da misericórdia e graça abundante.

O teólogo Jonathan Edwards dizia que a perseverança é uma consequência da salvação. Se você crê na salvação em Cristo Jesus, persevere em busca de uma vida que agrada a Deus. Não desista. Siga renovando sua mente com o que é puro e verdadeiro (Fp 4:8). 

Deus nos convida a abandonar os prazeres pecaminosos e o estilo de vida ímpio. Jesus deixou conosco o Espírito Santo que nos permite vencer as tentações e glorificar ao Senhor com as nossas escolhas. Escolha depender da graça! É na presença dele que há plenitude de alegria. Não troque as bênçãos prometidas por Deus por um prato de lentilha. 

Que você possa honrar e glorificar o nome de Deus também nessa área e possa ser uma benção para outras mulheres que estejam enfrentando essa tentação.

 “A vontade de Deus é que vocês vivam em santidade; por isso, mantenham-se afastados de todo pecado sexual. Cada um deve aprender a controlar o próprio corpo e assim viver em santidade e honra, não em paixões sensuais, como os gentios que não conhecem a Deus. Nesse assunto, não prejudiquem nem enganem um irmão, pois o Senhor punirá todas essas práticas, como já os advertimos solenemente. Pois Deus nos chamou para uma vida santa, e não impura.” (1Ts 4: 3-7)


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