À minha amiga sem Jesus no banco da igreja

Querida amiga,

Quando eu tinha uns cinco anos de idade, minha mãe me levava à igreja junto com meu irmão. Eu me lembro de ir deitada no banco de trás do carro, olhando para o céu estrelado pela janela, e pensar “Não existe Deus”. Eu O desafiava. Lembro de dizer coisas como “se você existe mesmo faça isso acontecer agora!”.

Uma pequena ateia em formação, pronta para desafiar a existência do Todo-Poderoso.

Eu gostaria de dizer que isso mudou depois de alguns anos, mas a verdade é que eu passei mais dez anos da minha vida sentada nos bancos da igreja, sem Jesus.

Há tanta conversa no mundo hoje em dia sobre religião que é difícil tentar de fato ouvir alguma verdade. Por vezes nos encontramos nos bancos de igrejas com tantas perguntas e poucas respostas – seja por uma cegueira nossa, dureza do nosso próprio coração, seja por uma deficiência nas mensagens passadas pelos líderes daquela instituição.

A verdade é que muitas de nós estão sentadas nos bancos das igrejas evangélicas sem conhecer Cristo.

A verdade é que muitas pessoas estão sentadas nos bancos das igrejas evangélicas sem Cristo. Click To Tweet

Agora, deixa eu te perguntar uma coisa aleatória – Você já comeu donuts? Eu sei que parece meio esquisito perguntar isso, mas por favor me acompanhe em meu pensamento…

Se você nunca comeu donuts, eu gostaria de tentar te explicar o que é: à primeira vista ele não parece nada mais do que um pãozinho como outro qualquer. A aparência é de uma cor bege e ele é redondinho com um furo no meio. É quase como um sonho, aquele pão com recheio de creme ou chocolate que vemos sempre no Brasil. A diferença maior é que o donut é bem mais, como posso explicar, fofinho. A consistência é mais amaciada, e o sabor é de um doce não enjoativo. Pessoalmente eu não gosto de sonhos, então pra mim eles são bem diferentes. Os donuts têm um sabor delicioso! Eles desmancham na sua boca e não pesam… Eu poderia comer uns cinco de uma vez!

Bom, agora que eu expliquei, da maneira mais ilustrativa que consegui, o que é um donut, você já o conhece. Mas, se você nunca de fato comeu um, então por mais que agora você conheça sobre o donut, você ainda não conhece um donut. Há uma grande diferença.

E aqui é onde eu queria chegar com essa ilustração aleatória: talvez você conheça Jesus, mas não conheça Jesus. Talvez você já tenha ouvido falar da doçura dEle, mas nunca a tenha sentido em sua própria boca. Sua língua nunca de fato sentiu o sabor de conhecer Jesus, mas seus ouvidos já estão cansados de ouvir falar desse nome.

Muito provavelmente você tem pais que são cristãos e por isso frequenta a igreja desde criança. Ou talvez você tenha ido por vontade própria, mas até hoje não conseguiu entender exatamente o que está fazendo ali.

Pode ser que você tenha medo de morrer. Medo do inferno. Medo de passar uma eternidade longe desse Deus de quem você ouve falar mas ainda não conhece. Talvez você tenha medo até do próprio Deus.

Querida amiga, eu quero conversar com você. E quero que saiba que estou falando com o coração aberto como alguém que por anos esquentou os bancos da igreja sem de fato conhecer Jesus.

Como eu disse anteriormente, eu cresci indo aos cultos com minha mãe e aos 12 anos já ajudava como professora do ministério infantil, conhecendo a maior parte das histórias bíblicas de cor.

Por mais que meu coração estivesse completamente longe de Deus, meu corpo estava na igreja todo domingo e quarta-feira, e nos sábados que tinham programação.

E eu era extremamente ativa nas programações da igreja – professora do culto infantil, ajudante do coral das crianças, posteriormente ajudante no ministério de jovens, cantava no coral de adultos e no de jovens… Eu era até batizada! Tinha cumprido toda a “cartilha de crente”. Assim como o apóstolo Paulo, minha religiosidade era impecável. A boa menina. A boa crente.

Mas, assim como ele, meu coração estava tão, tão distante de Deus.

Talvez você se enxergue na minha história. Talvez seu coração esteja endurecido, ou confuso, ainda que seu corpo esteja fielmente presente em um templo. Talvez assim como eu você esteja vivendo como uma tola. E não sou eu quem diz isso, é o próprio Deus através de sua Palavra:

“Diz o tolo em seu coração: ‘Deus não existe!’ Corromperam-se e cometeram injustiças detestáveis; não há ninguém que faça o bem.” (Salmos 53:1)

Não há ninguém que faça o bem.

Talvez você saiba que isso é verdade. Você consegue olhar pra si e ver que não faz o bem. Que erra. Que cai. Que peca. Os bancos da igreja podem mascarar isso aos outros, mas não escondem a verdade de você mesma.

No fundo você sabe que precisa de algum tipo de salvação de si mesma.

Sabe como minha história mudou e eu fui de alguém que usava máscara de crente para alguém que de fato vive e morre por essa causa?

Eu reconheci que estava morta sem Jesus.

Foi numa noite de reunião de jovens. Assistíamos a um vídeo de um pastor que pregava de forma forte sobre nossa necessidade de salvação, e eu não tive para onde correr. Bom, na verdade eu corri – direto para o banheiro. E ali chorei como talvez nunca tinha chorado antes e reconheci que eu precisava de salvação. Todos os anos tentando provar que Deus não existia, ao mesmo tempo em que sofria terrivelmente o medo da morte, foram em vão. Perdidos e desperdiçados. Eu precisava de salvação. Eu estava morta e precisava de vida. Tudo em mim sabia disso, gritava isso. E gritava por perdão.

Minha arrogância foi quebrada e naquela noite eu conheci Jesus. A doçura de quem Ele é finalmente preencheu minha boca.

Querida amiga, eu escrevo para você para te dizer que eu sei o quão solitário é viver uma vida de falso cristianismo.

Talvez para tentar agradar alguém, talvez para tentar convencer a si mesma de que está tudo bem, de que não há perigo.

Mas, você sabe que não está. Não há segurança em sua alma. Todas as máscaras do mundo não podem te dar a paz que você tanto busca nesses bancos duros e frios. Você pode fazer parte da igreja, mas ainda não faz parte da Igreja.

Você sabe que não é perfeita, sabe de cada erro, cada sujeira, cada mancha em si. Mas, sabe, o Evangelho significa Boas Notícias justamente por isso – APESAR de todos os seus erros, Jesus ainda pode te salvar de si mesma.

Talvez você diga, “Francine, você não me conhece, não sabe do meu passado”. Querida, eu não preciso saber. Porque eu sei que QUALQUER que tenha sido seu passado, a Cruz ainda é suficiente. O Filho de Deus se fez homem para que, morrendo, aplacasse a ira que Deus sente contra seu pecado, contra seu passado.

Por causa de Jesus, do sangue dEle derramado, você pode se achegar a Deus e, assim como eu naquele banheiro gelado, gritar “Deus, me perdoa! Me perdoa! Eu preciso de Ti!”.

E Ele te encontra, assim como fez comigo naquele banheiro. Ele estende as mãos e te salva. Te salva do seu passado, das suas dores, da sua arrogância, das suas dúvidas. Glórias e aleluias, Jesus SALVA!!

Querida amiga, eu oro para que você deixe de estar nos bancos da igreja sem ser Igreja. Que você deixe de ouvir falar da doçura de Jesus para finalmente senti-la em seus lábios.

Sua amiga,
Francine

_______________

(Se quiser assistir ao vídeo que eu assisti quando Jesus me converteu, e entender melhor o evangelho, clique aqui)