Lembrai-vos da mulher de Ló

Tanto se tem falado sobre as mulheres na Bíblia, uma vez que o feminismo tenta tomar conta das igrejas cristãs. Não condeno essas autoras que estão didática e sabiamente escrevendo sobre Eva, Rute e Ester. Mas aqui nesse texto atrevo-me a seguir os passos de Jesus e pedir que vocês se lembrem da mulher de Ló.

Quando perguntei para o meu filho de oito anos quem era a mulher de Ló, ele disse que era uma mulher que desobedeceu a Deus e virou uma estátua de sal. A história da mulher de Ló não é só sobre desobediência. Podemos encontrar muito mais coisas que desagradaram a Deus na vida daquela mulher.

“Lembrai-vos da mulher de Ló.” (Lucas 17:32)

O contexto em que Jesus disse essa frase foi quando Ele falava da sua segunda vinda aos seus apóstolos, e isso me deixa bastante intrigada. Jesus podia estar falando sobre os pecados da mulher de Ló para seus inimigos e sobre como esse pecado a destruiu transformando-a em uma estátua de sal. Mas não, Jesus estava falando com seus amigos mais chegados.

Porque então não falar de Rute, de Sara ou do próprio Abraão para lhes pedir que tenham fé até que Ele volte? Porque Ele escolheu a mulher de Ló?

Jesus sabia que seus discípulos lhe pediriam por mais fé e Ele quis que eles se lembrassem que sem fé ninguém entrará no reino de Deus.

E é aí que se encaixa a mulher de Ló. Por ser casada com o sobrinho do pai da fé, Abraão, ela também era sobrinha dele. Provavelmente ela viu as ações de Deus na vida do seu tio. E mesmo assim, quando advertida que sobre aquilo que poderia lhe causar um dano maior, ela não acreditou nas palavras dos anjos e olhou para trás. Ela nunca teve fé.

A aparência de religião que aquela mulher parecia ter de nada lhe adiantou. O problema daquela mulher é que ela não queria deixar aquela cidade cheia de pecados e prazeres carnais. Ela amava aquele mundo.

Pouco se sabe sobre ela, mas ela podia até falar do Deus do tio de seu marido, podia até ter algum sentimento religioso, podia até adorar externamente o Deus de Abraão, mas, ela não tinha o desejo de viver nos padrões celestiais e principalmente, não manifestava frutos de graça recebida. O amor daquela mulher era ao mundo.

Em seu livro “No alvorecer dos deuses: desvendando as idolatrias profundas do coração”, o pastor Yago Martins diz que a esposa de Ló é “um exemplo radical do homem se tornando aquilo que adora.” Ela se transforma naquilo que destruiu sua cidade. No livro de Sofonias 2:9 lemos que somente urtiga e poços de sal sobraram de Sodoma e Gomorra.

Sabemos que a verdadeira fé opera através do amor ela tinha amor naquilo que nunca a salvaria. Em 1 João vemos que aquele que permanece em Deus, O ama e ama ao seu irmão e não ao mundo.

Jesus, pedindo aos seus discípulos para lembrarem da mulher de Ló, os chama à santificação. Santificação é a separação do apego natural ao pecado e ao mundo colocando um princípio novo em seu coração. Jesus deseja que seus discípulos não sejam rebeldes (sem fé) como aquela mulher, mas que eles creiam que Ele fará tudo para livrá-los da escravidão do pecado no mundo, justificá-los e santificá-los através de Sua morte vindoura.

Vejamos agora um pouco sobre a diferença da justificação e da santificação: justificação é a declaração que um homem é tornado justo através de Cristo enquanto a santificação é o avançar progressivo da justiça no interior do homem.

A mulher de Ló, possivelmente, não se esforçou em avançar espiritualmente. Ela não viveu sua vida terrena em preparação para a vida eterna, e não agradou a Deus e muito menos teve a graça do Espírito Santo para buscar a santificação.

Esse é o segredo e este texto poderia se resumir a isso: sem a graça do Espírito Santo nenhuma santificação é alcançada. Essa irmã que escreve este texto foi criada na igreja evangélica que seus pais se casaram. Eu cresci frequentando escolas dominicais e acampamentos. Porém, não entendia a graça. Não conseguia enxergar essa vida terrena como um preparatório para o céu. Não me arrependia de meus pecados. Muitos deles eu nem considerava. Ah, se eu soubesse quão horrendo é o pecado para Deus. Mas agora eu sei! E sei também que o inferno é real. Por isso resolvi escrever essas palavras a vocês queridas irmãs.

Não errem como a jovem Érica e não se gloriem em seus próprios pensamentos, em suas próprias crenças, em suas próprias orações. Glorifiquem apenas a Jesus Cristo, o nosso único Salvador.

Irmãs, não posso prometer que ao seguir a Jesus e carregar a sua cruz vocês não encontrarão pedras no caminho. Mas, confiem que Ele as tornará santas através dessas provações.   

Por fim, fujam do pecado. Confessem até aqueles que estão escondidos em seus corações. Meditem em Gálatas 5:24, “E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências.” No versículo anterior a esse lemos que o domínio próprio é fruto do Espírito Santo. Eu as exorto: dominem seus pecados e, assim, vivam em comunhão com Deus. Levem Deus a sério e vivam essa vida sem olhar para trás como a esposa de Ló fez. Que essa sua breve passagem por esse mundo seja para a glória de Deus e que te prepare para a vida eterna. Vivam não com estupidez, mas com sabedoria. Salomão nos diz: “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria” (Provérbios 9:10). Escutem-no.

Deus as abençoe.