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Escalando
A hora do parquinho é aquela em que eu fico mais preocupada. São 20 crianças correndo, pulando, brincando, e eu preciso ficar atenta para que acidentes não aconteçam, discussões não saiam do controle e todos possam se divertir com segurança. Num dia desses um dos pequenos, um dos menores da turma, resolveu que queria escalar a lateral do escorregador. Não era nada de mais, na verdade, é uma lateral com aberturas próprias para que elas escalem e outras crianças já fazem isso sem dificuldades. Mas, sabendo que cada criança é totalmente única, eu fiquei atenta para ver se essa em específico conseguiria dar conta da escalada.
Me posicionei logo atrás, discretamente para que ele não se sentisse desencorajado pela minha presença, e fiquei esperando. Ele começou bem confiante, os pezinhos se movendo com agilidade. Mas, depois de subir toda a lateral, no último passo que faltava para passar para o outro lado, ele travou. Ficou segurando a parte de cima do escorregador com força, tentou algumas vezes passar o pé para o outro lado, mas logo desistiu. Percebi que ele olhou para um lado, olhou para o outro… Então perguntei: “você precisa de ajuda?”. Ele hesitou, acho que queria ter certeza que tinha chegado no seu limite. Tentou uma última vez passar o pé, mas não deu. “Eu não consigo”, disse por fim.
“Então desce”. Passei os braços ao redor dele e o ajudei a descer. Ele logo saiu correndo para outra brincadeira, mas aquilo ficou na minha cabeça. Como sempre, eu me vi naquela criança. Quer dizer, quantas vezes eu tentei fazer algo, especialmente porque outras pessoas estavam fazendo e tendo êxito, e não deu? Eu comecei confiante, me estiquei o máximo que conseguia… Mas, quando chegava naquele último passo, um último ato de confiança, eu desistia. Então olhava para todos os lados, tentando ver como ia descer dali. Também não ia conseguir.
Não podia seguir em frente e já não conseguia me desvencilhar do problema.
Mas, o que eu não percebo muitas vezes, como meu aluno não percebeu, é que a ajuda está ali.
O Senhor está me observando, Ele está me vendo – o tempo todo. De forma infinitamente melhor e mais segura do que eu observo meus alunos. Ele vê tudo. Ele viu meu coração e os motivos pelos quais eu quis começar aquela empreitada – foi orgulho? Inveja? Ansiedade? Ele viu cada passo que dei, e cada coisa que superei.
E agora que eu estava ali no final, sem saber como continuar, Ele diz “estou aqui. Minha destra te sustenta. Confia em mim”.
E quando aquele não é o caminho que Ele tem pra mim, Ele me diz “desce”. E Ele mesmo me livra daquela situação difícil em que eu me coloquei. E pela graça dEle eu posso me humilhar, me segurar nos braços dEle e descer.
Mas, às vezes, aquela escalada é exatamente onde Ele me quer. Ele quer que eu enfrente meu medo. E então Ele me dá forças para dar o último passo da escalada e confiar que Ele vai estar também do outro lado, me guiando a partir dali.
Porque, ao contrário de mim, Ele está em todo lugar e Ele vê tudo.
Por isso, quer eu desça ou prossiga, eu tenho certeza: Ele sempre está bem ali, no final das minhas próprias forças.
Deus sempre está bem ali, no final das minhas próprias forças. Click To TweetPublicado no Truth Faith Love, em 13 de Agosto de 2014.
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Queridas, peço perdão, mas por vezes preciso republicar coisas antigas por aqui. Os motivos geralmente são dois: me sinto seca, sem ter o que compartilhar e não consigo produzir nenhum conteúdo ou, o motivo da vez, estou sem tempo de verdade.
Espero que compreendam e que esse texto as abençoe da mesma forma. Eu fui abençoada ao relê-lo e lembrar que o Senhor é quem dá a capacidade de continuar quando meus dias parecem sem fim…
Em Cristo,
13 Comments
Que bom que você repostou, Fran, ainda não tinha lido esse 🙂
Que bom, Tamires! Por vezes repostagens são uma boa ideia, né? rs 🙂
Que texto maravilhoso! Uma bênção! Me fez lembrar que por vezes precisamos fazer renascer nosso coração de criança: que confia sem reservas no Pai. Saber que o amor e a soberania de Deus caminham lado a lado conosco refrigera nossa alma!
Obrigada por compartilhar esse ensinamento conosco, Francine.
Beijos
Querida Victória,
esse relacionamento de pai e filho que temos com Ele é absurdo, né? Como pode, um Deus tão grande se preocupar com seres tão inúteis. Me lembro de uma frase que dizia “o único que pode acordar o rei às 3 da manhã para pedir um copo de água é seu filho. Nós temos esse privilégio.” (Acho que é do Tim Keller.)
Isso é maravilhoso demais!!
Oi Flor!
Amei você ter repostado esse texto! <3 Realmente ele nos ensina através dos pequeninos. E também nos ensina ao relembrar o que aprendemos vivenciando mas fica guardadinho lá no fundo da memória. Continue assim amiga, compartilhando de Deus e de seus feitos em sua vida para nos ajudar a ver nos pequenos detalhes!
Amo você :*
Flor,
que alegria ter você por aqui, amiga! Gosto muito.
E sim, Ele sempre me ensina através das crianças. Me mostra muito sobre quem eu sou e quem Ele é. Amo isso. Privilégio que temos em nossa profissão, né?
Beijos,
amo você, amiga!
Mais um texto maravilhoso, moça. Obrigada por tê-lo repostado.
Fico feliz que tenha gostado, Samiri! 🙂
Puxa! Que benção! Obrigada por compartilhar novamente. Que bom relembrar que o Senhor está sempre ali…tão perto de seus filhos, cuidando de nós como um Pai amoroso! Será que posso compartilhar em meu blog, mostrando a fonte? Meu blog é vivapelagraca.com
Querida Suzana,
realmente, que Deus maravilhoso nós temos, não é? Que nos ama, que nos cuida, que está sempre ali quando estamos prestes a cair…
Fico feliz que queira compartilhar em seu blog. Me sinto honrada!
Entretanto, eu tenho uma política de não permitir cópias totais dos textos por alguns motivos…
Primeiro porque sites de busca rejeitam dois sites com exatamente o mesmo texto, de forma que pode dar problema na hora das buscas.
Segundo, porque isso atrapalharia no meu controle da audiência que tenho e de como lidar com as diferentes pessoas, saber de onde elas vêm e porque estão lendo meus textos e quais textos são mais lidos (porque eu não teria como ver os dados do seu site, no caso). Como eu vejo o Graça como um ministério eu sinto que é importante manter contato com as pessoas, de forma específica, e não só com os números, sabe? E não consigo fazer isso quando o texto vai pra outros lugares, não conseguindo, por exemplo, responder a comentários em outros blogs que publicam meus textos, etc.
Como podemos fazer, então? Você pode fazer um “quoting”, ou seja, você pode escolher um texto e com suas palavras falar sobre a ideia dele, usando quotes, trechos do texto original. Você pode ver um exemplo aqui de uma leitora que fez assim e ficou muito bacana: http://essenciaemflor.blogspot.com.br/2015/08/meninas-como-nos.html
Espero que entenda. Se quiser fazer assim, ficarei muito feliz! Me manda o link 🙂
Beijos,
Fran
Olá, Fran, shalom!
Obrigada por ter repostado, não havia lido esse ainda, e me identifiquei muito. Casou muito bem com o momento que estou passando e que o Senhor me deu Hebreus 11 para refletir. Que o Pai continue te abençoando e inspirando para edificar vidas.
PS: desde quando você falou do livro “O Pelegrino” que fiquei extremamente curiosa pra ler, mas nunca encontrei pra comprar e não consigo manter um ritmo de leitura em PDF e hoje finalmente encontrei, muito ansiosa pra começar a ler.
Paz!
Querida H.,
que bom que se identificou! Esse texto ainda fala muito comigo, apesar de ser de 2014… Obrigada por indicar Hebreus 11 para que eu reflita também.
E que coisa boa você ter encontrado o Peregrino! Espero que a jornada de Cristão nesse livro te encoraje em sua própria jornada na vida cristã rumo ao Céu.
Beijos,
Fran
Thanks for sharing. I read many of your blog posts, cool, your blog is very good.