Encontrando alegria na fraqueza

EComo seres humanos limitados que somos, várias vezes desistimos de sermos fortes. Alguns conseguem demonstrar sua fragilidade, mas a maioria esconde sua condição frágil ou a negam dando desculpas esfarrapadas para o cansaço físico ou emocional que esse fingimento traz.

A nossa falha está em pensarmos que Deus deve agir de uma maneira diferente em nossas vidas, ou da maneira que achamos que seria o correto. Mas não é assim que funciona. Enquanto não pensarmos em quem Deus realmente é e o que Ele já fez e ainda vai fazer, vamos continuar nos sentindo frágeis, sem esperanças, como se a nossa força sumisse. Não precisamos pensar assim.

O próprio Deus já disse em Isaías 55:9, “Porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim os meus caminhos são mais altos do que os seus caminhos, e os meus pensamentos são mais altos do que os pensamentos de vocês.” Deus nos conhece melhor do que ninguém e usa a nossa fragilidade para Sua perfeita obra.

Tudo o que acontece em nossa vida, acontece para que Deus possa demonstrar Sua glória através dela. E isso é maravilhoso.

Aprendamos com o apóstolo Paulo em 2 Coríntios 12, onde ele reconhece sua fragilidade e não pretende se gloriar mesmo tendo experienciado coisas que nenhum outro homem viveu. E ainda nesse capítulo ele fala sobre o seu “espinho na carne”, que o faz lembrar a todo o momento que ele não deve se exaltar e nem querer ser exaltado.

Devemos nos lembrar sempre de quem é Deus, o que Ele tem, o que Ele pode, o que Ele sabe e nunca o que somos ou temos, ou o que podemos ou sabemos. Temos que lidar com nossa fragilidade assim como Paulo lidou com o espinho na carne dele. Esse espinho pode ser uma limitação, um medo, uma sequela emocional e até uma doença. Essas coisas devem sempre nos lembrar de quem somos e de quem Deus é. Somos apenas humanos. Se Deus quer colocar esses espinhos em nós é para que Sua glória seja manifesta através deles e para dependermos a todo o momento dEle. E que bom que seja assim.

Encontrar gozo nos períodos frágeis da vida é um exercício de fé e de confiança total na soberania de Deus. A Bíblia dá vários exemplos de pessoas que tinham algum tipo de fraqueza e foram usadas por Deus para um propósito maior. Vemos o exemplo de Abrão que mentiu que Sara não era sua mulher por medo e para se proteger (Gênesis 20) e mesmo assim foi transformado por Deus e chamado de “pai de todos que tem fé” (Romanos 4:11).

Gozo é uma das virtudes que podemos desenvolver quando assumimos nossa fraqueza e fragilidade. Devemos sempre com sinceridade confessar a Deus nossos medos e limitações.

A fé, como já vimos, também não deve ser deixada de lado. Porém, há uma virtude muito importante quando o assunto é fragilidade: a humildade. Ser humilde é respeitar nosso estado frágil e pecador e nunca mentir sobre isso. Mais uma vez o apóstolo Paulo nos ensina a nunca esconder nenhuma fraqueza e sermos sinceros sobre nossos sentimentos. Em 2 Coríntios 6:11 ele diz, “Nós abrimos a nossa boca para falar com vocês, coríntios, e abrimos amplamente o nosso coração.” Nesse versículo ele se mostra vulnerável e se humilhando perante seus irmão em Coríntios ele parece aliviar a tensão e dissipar o medo. Isso é ser vulnerável e sincero. E é assim que devemos tratar nossa fragilidade.

Portanto irmãs, quando vocês estiverem se sentindo fracas, limitadas, frágeis, lembrem-se das promessas de Deus. Uma delas está em Zacarias 2:4-5, “E lhe disse: ‘Corra e diga àquele jovem: Jerusalém será habitada como uma cidade sem muros por causa dos seus muitos habitantes e rebanhos. E eu mesmo serei para ela um muro de fogo ao seu redor’, declara o Senhor, ‘e dentro dela serei a sua glória.” Ele foi, é e será sempre a proteção para nossa fragilidade. Ele estava, está e estará junto conosco nos dias de fraquezas. Como diz John Piper: “Nós somos frágeis, mas Deus não”.