Ela conseguiu o que queria

Artigo escrito originalmente por Lynn Cowell, e publicado aqui.
Traduzido, com permissão, por Francine Veríssimo.

Então ela lhe disse: Como dirás: Tenho-te amor, não estando comigo o teu coração? Já três vezes zombaste de mim, e ainda não me declaraste em que consiste a tua força. E sucedeu que, importunando-o ela todos os dias com as suas palavras, e molestando-o, a sua alma se angustiou até a morte. (Juízes 16:15,16)

Apesar de que eu deveria estar escutando cada detalhe sobre as reparações necessárias, a voz do mecânico desaparecia enquanto meus pensamentos ficavam mais altos: Por que você tinha que ter esse carro? Olha o quanto isso está te custando! Você devia ter escutado o Greg. 

Anos atrás, quando nosso primeiro bebê estava a caminho, eu tinha em mente o tipo exato de carro que eu queria. Sem querer perder tempo, eu fui até à loja, escolhi o carro “perfeito” e dirigi até meu marido, Greg.

Ele me cumprimentou… mas não com as palavras que eu queria ouvir.

“Lynn, esses carros têm a reputação de não serem confiáveis. Eu acho que precisamos continuar procurando.”

Mas, eu tinha achado o carro que eu queria e não queria ouvir qualquer razão que me dissesse que eu não deveria dirigi-lo direto da loja para casa naquele dia. Tentando manter sua jovem esposa feliz, meu marido aceitou meu desejo.

Agora, aqui estava eu, em uma borracharia, ouvindo o conselho sábio do meu marido na minha cabeça: Nós precisamos continuar procurando. Infelizmente eu o tinha manipulado para conseguir o que eu queria, e agora eu desejava não ter feito isso.

Eu acho que Dalila deve ter se sentido do mesmo jeito.

Em Juízes 16, nós lemos do amor de Sansão por Dalila, e como ela queria saber o segredo de sua força. Ela choramingou. Ela manipulou. O versículo de hoje nos diz, “importunando-o ela todos os dias com as suas palavras, e molestando-o, a sua alma se angustiou até a morte” (v. 16).

Eventualmente, sua importunação funcionou: ela conseguiu o que queria, e Sansão revelou seu segredo.

Eu me pergunto o que Dalila pensou quando ela conseguiu o que queria. Infelizmente Dalila compartilhou esse segredo com os inimigos de Sansão que usaram dessa informação para o capturar, furar seus olhos e jogá-lo na prisão. Será que ela pensou, “Não era isso que eu queria”?

Às vezes quando nós conseguimos o que queríamos, nós descobrimos que também não queríamos aquilo.

Dalila conseguiu o que ela pediu, mas não o que ela realmente queria… e custou a ela tudo. Seu relacionamento com Sansão. A liberdade de Sansão. E, eventualmente, custou até a vida de Sansão.

Dalila sabia o poder das palavras de uma mulher – como ela eventualmente consegue tudo o que quiser, se persistir. Ela usou de forma errada o poder de influência que Deus a tinha dado.

Por vezes eu me comportei exatamente como Dalila, manipulando para conseguir o que queria.

Quando meu filho pede permissão para alguma coisa e minhas palavras dizem “você pode escolher”, mas minhas atitudes depois dizem “eu não gostei da escolha que você fez”.

Quando meu marido expressa o que quer, mas eu manipulo para o que eu quero.

E quando uma briga com meu filho termina em lágrimas ou a refeição com meu marido é feita em silêncio, como Dalila, eu percebo que o que eu consegui não era o que eu queria.

É difícil de admitir, mas eu já agi como Dalila.

E você?

Já se encontrou pressionando alguém para conseguir o que você pensa que quer?

Pause por um momento. Pense nessa questão quando suas emoções estão agitadas: onde isso vai parar? Em uma briga? Em palavras dolorosas? Ressentimento? Dívida? Divórcio? Afastamento?

Nós podemos aprender muito com Dalila. Nós podemos tirar um momento para nos perguntarmos: se eu continuar insistindo, onde isso vai parar?

Porque talvez nós podemos conseguir o que queremos, mas isso é realmente o melhor? É o que Deus quer? Felizmente, nós podemos parar e mudar nosso rumo enquanto ainda há tempo.

Porque talvez nós podemos conseguir o que queremos, mas isso é o que Deus quer? Click To Tweet

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Esse texto vai bem na alma, né? Eu já tinha lido um texto parecido, da Leslie Ludy, onde ela diz que suas filhas pequenas já entenderam o poder feminino da manipulação: quando querem alguma coisa ou gritam ou choram. E eu tenho a impressão que isso não para na infância… Quem já usou dessas manipulações para o que queria? Eu, com certeza. Mas, o que gosto nesse texto da Lynn é que ela vai além: ela mostra as consequências. Tenho me desafiado a não fazer uso de manipulações para conseguir o que quero. Você se junta a mim?

Em Cristo,