Dizendo adeus a um pecado secreto

Artigo escrito originalmente por Liz Curtis Higgs, e publicado aqui.
Traduzido, com permissão, por Francine Veríssimo.

Primeiro, uma confissão: eu costumava me envolver com um certo pecado, especialmente quando viajava. Eu comprava o que precisava nas lojinhas do aeroporto e então consumia aquilo no avião, torcendo pra ninguém estar me vendo. Não, não era chocolate, nem drogas ilícitas, mas algo igualmente viciante: livros românticos.

Histórias de amor são uma coisa. Isso era algo completamente diferente. Não eram livros cristãos com uma boa mensagem. Eram o outro tipo. Com belas flores na capa, títulos que soavam inocentes, mas com conteúdo que definitivamente não se qualificava como “tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro” (Filipenses 4:8).

Como uma mulher casada e feliz, eu me convencia que ler tais histórias era inofensivo. Eu racionalizava que, desde que não estivesse fantasiando sobre outros homens, nem machucando ninguém, nem quebrando nenhuma lei, então não podia ser tão ruim.

Sério, Liz?  

Tem um versículo que nos diz, “Não participem das obras infrutíferas das trevas; antes, exponham-nas à luz. Porque aquilo que eles fazem em oculto, até mencionar é vergonhoso” (Efésios 5:11,12 – NVI).

As histórias que eu escolhia – dezenas e mais dezenas – eram definitivamente infrutíferas, produzindo nada saudável em minha vida espiritual ou em meu casamento. E elas eram definitivamente vergonhosas. Eu fazia tudo o que podia para escondê-las, como ler na cama à noite, de costas para meu marido, ou ler em público, com uma capa de livro tapando a verdadeira capa.

Quando nós precisamos esconder o que estamos fazendo, precisamos nos perguntar o porquê.

Se precisamos esconder o que estamos fazendo, não deveríamos estar fazendo. Click To Tweet

Me perdoe se estiver apontando seu erros, amada. Não é meu papel te julgar, mas te mostrar o quanto Jesus ama Suas filhas. Tanto que Ele se coloca pronto para nos resgatar no momento em que nós percebemos que estamos afundando e clamamos por ajuda.

Para mim, esse momento aconteceu durante uma conferência para mulheres na Georgia, cerca de 20 anos atrás. Durante os minutos de encerramento, a palestrante ofereceu um convite para que as mulheres pudessem vir à frente e conversar de coração aberto com o Senhor.

Mas o detalhe é: eu era a palestrante que ofereceu esse convite.

A líder do louvor sentou ao meu lado, tocando uma música no teclado, enquanto eu encorajava nossas irmãs em Cristo a tomarem um corajoso passo de fé e virem à frente orar. Algumas vieram sozinhas, outras em pares, frequentemente chorando. O chão vazio começou a se encher de mulheres buscando o perdão dEle.

Sua vez, Liz.

Minhas palavras tornaram-se em silêncio. Aquele chamado em meu coração não era audível, mas eu sabia que era o Senhor falando comigo, e eu sabia o que Ele queria que eu fizesse.

Agora, Liz. Vai.

Eu coloquei o microfone na mesa, com mãos trêmulas, e acenei com a cabeça à musicista que continuasse tocando, e então desci e me ajoelhei no chão. Me perdoa, Senhor. Me ajuda, Senhor. Minha confissão saiu como um sussurro. E as minhas lágrimas caíram, quentes e cheias de culpa.

Conforme eu sentia a misericórdia dEle me lavando, minhas bochechas ficaram mais frias, e minha respiração mais calma. Eu fiquei com apenas gratidão e uma noção clara do que precisava ser feito quando chegasse em casa.

A pergunta era, e o que fazer agora? Milhares de mulheres assistiram enquanto sua palestrante abandonou a plataforma para orar. O que elas deviam estar pensando? Eu voltei ao palco e encarei a platéia. Na verdade elas não estavam pensando sobre mim, de maneira nenhuma. Elas estavam ajoelhadas. Em todos os lugares. No chão, nos corredores, em frente às cadeiras.

Não era ao meu convite que elas tinham respondido. Era ao convite de Deus.

Ele nos quer vivendo na luz de Seu amor, e nos manda deixar nossos atos das trevas para trás. O primeiro passo é o mais difícil: admitir que estamos com um problema. Mas, ah, a liberdade que ganhamos quando abandonamos nossos pecados secretos e entramos na Sua luz!