Culto Infantil: ter ou não ter?
Existe muita divergência quanto ao Culto Infantil. Eu já ouvi pessoas que respeito muito se posicionando contrariamente a ele. Esses irmãos defendem que as crianças precisam ficar no culto, junto com os adultos, para aprenderem
a se disciplinarem quietas, e ouvir a Palavra. Essas pessoas creem que as crianças podem entender a mensagem que o pastor prega, e que é imprescindível que elas estejam junto à igreja durante esse momento para sentirem-se parte da igreja e compreenderem como ela funciona – suas liturgias, costumes, etc.
Por mais que eu concorde com parte desse discurso, não consigo concordar por completo. E aqui peço que compreendam que essa é minha opinião pessoal – novamente, não é a regra. E encorajo vocês, inclusive, a pesquisarem um pouco sobre essa visão para formarem suas próprias opiniões.
Entretanto, o que creio, como Pedagoga, é que as crianças pequenas não conseguem compreender a linguagem utilizada na mensagem pastoral, o que faria com que apenas parte – ou nada – do conteúdo bíblico fosse apreendido por elas.
Penso que a beleza do Culto Infantil está justamente nisso: a lição bíblica é dada em uma linguagem que as crianças compreendem, com ilustrações que fazem sentido ao mundo e cognitivo delas.
Eu tenho um exemplo: um de meus tios se converteu, quando criança, por causa de um Culto Infantil. Enquanto seus pais estavam no salão da igreja, ele e os outros pequenos se dirigiram à uma salinha separada. Ali eles aprenderam com uma ilustração sobre o amor e cuidado de Deus que, se não me engano, era algo sobre galinhas e como elas cuidam de seus pintinhos, colocando-os debaixo das suas asas. Para meu tio, uma criança pequena, aquela ilustração fez todo o sentido, e ele compreendeu naquele dia sobre o amor de Deus como Pai. Eu me pergunto: será que se ele estivesse no culto normal, ele teria apreendido essa preciosa lição? Será que o Evangelho teria alcançado seu coraçãozinho? (E aqui cabe pontuar que eu creio em um Deus Soberano que o teria salvado de qualquer maneira, mas é importante ponderar a nossa responsabilidade em evangelizar da maneira mais compreensível ao público.)
Por causa dessa compreensão de que os pequenos precisam de uma linguagem deles, que eu defendo o Culto Infantil (cf. Neemias 8:3).
Mas, aqui cabem duas ponderações extras.
Em primeiro lugar, de maneira nenhuma eu defendo um Culto Infantil que sirva com o propósito único de “tirar a distração que as crianças são” do culto normal. O ministério infantil não é um depósito onde colocamos as crianças para que elas parem de atrapalhar o culto. Não é a salinha onde elas ficam brincando e vendo filmes. Se vamos tirar os pequenos do culto normal, então é imprescindível que eles também participem de um culto – ainda que na linguagem deles – com orações, louvores e lição bíblica. E é necessário que eles aprendam a disciplina e a reverência que um culto precisa ter, ainda que sendo Culto Infantil.
O ministério infantil não é um depósito de crianças. Elas precisam de um culto também. Click To TweetEm segundo lugar, eu acredito que somente as crianças pequenas devam sair para ter esse momento específico. E aqui eu faço a linha limite na idade de 6, 7 anos. Para mim, as crianças maiores que isso conseguem apreender bastante da mensagem pastoral, o suficiente para compreendê-la.
E aqui tenho meu ponto de convergência com os que não gostam do Culto Infantil: assim como eles, eu acredito que as crianças precisam conviver nos momentos da igreja, para sentirem-se parte dela e de suas práticas. Não é positivo que as crianças pensem ser de uma “igrejinha” dentro da igreja. Se salvas, elas são parte da Igreja, com “i” maiúsculo, e precisam entender isso. Por isso defendo que as crianças maiores e os pré-adolescentes participem do momento normal dos cultos – para compreenderem o que é ser igreja.
Dessa maneira, pessoalmente, eu defendo o Culto Infantil, desde que seja feito intencionalmente, com o objetivo de ensinar os pequenos sobre Cristo, e não de separá-los dos adultos para que não sejam uma “distração”.
Esse texto é um excerto do eBook “VOCÊ no Ministério Infantil”, escrito por Francine Veríssimo Walsh.
6 Comments
Ótimo texto! Pessoalmente, defendo que crianças de todas as idades fiquem com seus pais no culto. O momento de culto, louvor e pregação, biblicamente, é em família. Não há relatos bíblicos sobre retirar a criança do templo para uma palavra direcionada e acredito que esse papel é dos pais, para ser feito em casa durante os cultos domiciliares. Dentro do culto, as crianças aprendem a reverência e a disciplina, como você mesmo disse. O que vejo atualmente são pastores e pais retirando as crianças simplesmente porque elas atrapalham e são incômodas, esquecendo que elas também devem ser ensinadas a prestar culto ao Senhor, seja qual for a idade. De qualquer forma, consigo compreender como isso é complicado para crianças que não vivem num lar cristão. Na minha igreja, buscamos ensinar teologia verdadeira para os pequenos, utilizando desenhos, atividades e ilustrações próprias, mas com objetivo de ensinar as Escrituras e não apenas “contar histórias”.
Enfim, só queria colocar o meu posicionamento hihi mas pensar sobre isso é extremamente importante e oro para que o Senhor abençoe as nossas igrejas e que nossos pequenos não sejam esquecidos e sim, também ensinados a servi-Lo desde a mais tenra idade!
Beijinhos e graças ao Senhor por esse ministério do Graça ❤
Obrigada por dar sua opinião de forma tão respeitosa, Ivyan!
Minha visão sobre o ministério infantil é essa que culto infantil não é para os pais assistirem o culto enquanto cuidamos de seus filhos mas que desde pequenos os filhos saibam cultuar ao nosso bom Deus com louvor ,testemunhos palavra na linguagem deles e conversão deles ao Reino de Deus essa é o objetivo. Muito bom esse arquivo. Deus abençoe essa Obra. Meu nome é Natércia e sou discipuladora ministério infantil.
Para mim, estas salinhas não são biblicamente aprovadas, a criança deve ir à Igreja, não à salinha… Não há real motivo para elas receberem uma “pregação segundo a sua linguagem”, haja vista que “A Palavra de Deus é viva e eficaz, mais penetrante do que espada de dois gumes” (Hebreus 4:12), a palavra opera tanto no maior como no menor. Em nenhum momento na Sagrada Escritura é relatado que as crianças tivessem um culto em separado. Ministério Infantil é um erro gigantesco!!!
Discordo totalmente da colocação da última frase no texto, chamando o Ministério Infantil de um erro gigantesco. Para mim erro gigantesco é escrever essa frase no mínimo desprovido de compreensão e edificação.
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