Como agir em meio às guerras da vida (Aprendendo com Saul e Jônatas)

Toda vez que uma dificuldade, uma guerra, se apresenta em minha vida, meu modus operandi é o mesmo: desespero, frustração e medo, que são exteriorizados com atitudes ríspidas e uma falta de paciência mortal com qualquer pessoa que decidir cruzar meu caminho.

Muito cristã minha atitude.

Essa semana, enquanto fazia meu devocional, Deus confrontou meu coração e me mostrou claramente o tipo de pessoa que eu deveria ser enquanto passo pelo fogo, ao mesmo tempo em que apontou o tipo de pessoa que eu estou sendo. Tudo isso Ele me ensinou em I Samuel.

Então, deixa eu resumir um pouco da história dos capítulos 13, 14 e 15 e mostrar como eu me vi em um rei orgulhoso e aprendi que devo ser como seu filho.

O povo de Israel olhou para o lado e viu que todas as nações ao seu redor tinham um rei, enquanto eles estavam sendo guiados por juízes humanos e comandados pelo Rei Divino. Por querer se igualar aos povos vizinhos, Israel fez “birra” até que o Senhor concedeu a eles um rei – Saul (e isso é assunto para outro post… Essa necessidade de chorar até conseguir o que quer).

Saul reinava por um ano em Israel quando decidiu se levantar e ir guerrear contra os filisteus, povo que estava assolando a nação desde a época dos juízes. Ao tentar a primeira batalha, Israel encontrou um exército que tinha “tantos soldados quanto a areia da praia” (1 Sm 13:5 – NVI). O povo fugiu de medo e se escondeu em cavernas, buracos, cisternas e até mesmo túmulos!

Diante dessa grande aflição, a reação de Saul mostra muito bem como eu reajo nos problemas – com falta de confiança em Deus que leva à desobediência:

“Saul ficou em Gilgal, e os soldados que estavam com ele tremiam de medo. Ele esperou sete dias, o prazo estabelecido por Samuel; mas este não chegou a Gilgal, e os soldados de Saul começaram a se dispersar. Então ele ordenou: ‘Tragam-me o holocausto e os sacrifícios de comunhão’. Saul ofereceu então o holocausto, e quando ele terminou de oferecê-lo, Samuel chegou.”(1 Samuel 13:7-10 – NVI)

Saul não tinha autoridade para oferecer o holocausto, esse era o papel do sacerdote, no caso, Samuel. Mas quando o medo bateu na porta e ele viu seus soldados dispersando, Saul tomou para si a responsabilidade de “resolver as coisas”.

Eu sou assim também – quando o problema aparece, eu não obedeço a Deus confiando que Ele pode me socorrer. Eu olho para mim mesma e para aquilo que penso conseguir consertar com a força do meu próprio braço. Saul pensou que, oferecendo o sacrifício ele mesmo, conseguiria o favor de Deus para a batalha. Mas, as consequências de sua desobediência e falta de confiança foram muito diferentes daquilo que ele esperava: 

Você agiu como tolo, desobedecendo ao mandamento que o Senhor seu Deus lhe deu [disse Samuel]; se você tivesse obedecido, ele teria estabelecido para sempre o seu reinado sobre Israel. Mas agora seu reinado não permanecerá; o Senhor procurou um homem segundo o seu coração e o designou líder de seu povo, pois você não obedeceu ao mandamento do Senhor”. (1 Samuel 13:13,14 – NVI, grifo meu)

O medo, que levou à falta de confiança, que levou à desobediência custaram a Saul aquilo que ele tinha de mais precioso: seu trono.

O contraste dessa atitude tola do grande rei de Israel vem logo no capítulo seguinte, onde vemos a coragem de seu filho, Jônatas. O príncipe chamou seu escudeiro e saiu sozinho, escondido de seu pai, a guerrear contra os filisteus. Mas, ao contrário de Saul (e de mim), Jônatas não confiava em seu próprio braço:

“Vamos ao destacamento daqueles incircuncisos. Talvez o Senhor aja em nosso favor, pois nada pode impedir o Senhor de salvar, seja com muitos ou com poucos.” (1 Samuel 14:6 – NVI, grifo meu)

A atitude de Jônatas em frente a uma grande batalha foi a coragem de que DEUS PODIA VENCER A GUERRA. Não ele mesmo. Não seu pai, o rei. Nem sequer o exército todo de Israel (que estava covardemente escondido em túmulos e buracos).

Quando as guerras da minha vida aparecem, infelizmente eu sou mais como Saul do que como Jônatas.

Eu tomo o holocausto nas mãos e penso “o Senhor está demorando demais com esse livramento, vou resolver isso sozinha”. Ao invés de ter a coragem de dizer “Senhor, na TUA força eu posso vencer”. E ir à luta. E conversar o que precisa ser conversado. Resolver o que precisa ser resolvido. Amar quem precisa ser amado. Pagar o que precisa ser pago. E lutar minhas guerras na força de Deus, sabendo que Ele me dará as palavras certas pra falar, o dinheiro pra pagar, a força pra ser honesta, o amor pra corrigir, e qualquer outra coisa que eu precise para resolver meus problemas.

E adivinha? Jônatas venceu TODOS aquele filisteus sozinho com seu escudeiro (e lembra que eles eram tantos quanto a areia na praia?). Porque quando nós confiamos nEle, Deus opera milagres. 

A Bíblia diz que Deus é dono do Universo e opera o impossível. Então a pergunta não é se Ele pode ou não resolver qualquer que seja a situação difícil que você esteja passando. A pergunta é: você está confiando que Ele pode, ou está lutando essa guerra com suas próprias mãos?

Quando nós confiamos em Deus, Ele é capaz de operar milagres e vencer nossas guerras. Click To Tweet

Se a resposta correta em sua vida for a primeira, então sei que você está ganhando, como Jônatas, e Deus está te guiando em meio às suas guerras. Mas, se está tentando o caminho do medo e da desconfiança, eu creio que encontrará, ao invés de solução e paz, um amargo fim, como Saul.

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Existem muitas outras coisas que aconteceram depois que continuaram a mostrar o contraste entre o confiante e corajoso Jônatas e o medroso e orgulhoso Saul. Deixo aqui um quadro comparativo e te encorajo a ler esses capítulos e ponderar: Senhor, será que eu tenho sido mais como Saul ou Jônatas?

SAUL JÔNATAS
– Não confia em Deus (13:8,9) – Confia em Deus (14:6)
– Medroso (13:8,9/14:24) – Corajoso (14:13 e 43)
– Tolo e péssimo líder (14:24) – Sábio (14:29)
– Orgulhoso (14:39 e 44/15:12) – Humilde (14:43)
– Desobediente (15:20-23)
– Culpa outros por seus erros (15:20-23)

Em Cristo,
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