A vergonha é minha, de novo
Artigo escrito originalmente por Vicki Courtney, e publicado aqui.
Traduzido, com permissão e algumas alterações, por Francine Veríssimo.
Aconteceu de repente e sem aviso.
Uma hora eu estava sentada num sofázinho, com meu filho mais novo, rindo e bebendo café no campus da faculdade dele. Na hora seguinte, eu estou dirigindo para longe do campus da minha faculdade, vendo uma farmácia de esquina que traz uma lembrança dolorida do meu passado.
Essa era a mesma farmácia em que uma das minhas colegas de quarto e eu entramos um dia, tarde da noite, para comprar um teste de gravidez. Ela estava atrasada e pensou o pior. No final, deu negativo – mas poderia ter sido eu comprando aquele teste.
Na verdade, aos 17 anos, fui eu, por isso aquela farmácia de esquina me trouxe memórias de vergonha naquele dia. Daquela vez, era eu que estava comprando um teste de gravidez, exceto que o meu deu positivo. Isso acabou me levando a decisão de interromper a gravidez. Eu já falei abertamente sobre essa parte do meu passado e tenho tido vitória por anos, mas, por vezes, os sentimentos de vergonha ainda voltam.
E é isso que a vergonha faz. Ela aparece sem ser convidada para roubar sua alegria e acusar sua alma.
O dicionário define vergonha como “o sentimento dolorido que vem da consciência de algo desonroso, impróprio, ridículo, etc., feito por você mesmo ou por outros.”
Nós evitamos falar sobre vergonha porque é algo embaraçoso.
Nós vemos a mais antiga menção à vergonha no resultado do pecado de Adão e Eva no jardim (Gênesis 3). Antes do pecado deles, a Palavra nos diz que eles estavam ambos sem roupa e sem nenhuma vergonha. Um capítulo para frente eles estão cosendo folhas de figo e brincando de esconde-esconde com Deus.
Com aquela primeira mordida proibida veio nosso primeiro saborear do gosto amargo da vergonha.
Como Adão e Eva, nosso instinto humano é esconder nossa vergonha. Nós tentamos cobri-la com folhas de figo modernas, que vão desde vícios até estar sempre ocupada. Nós enterramos nossa vergonha por baixo de nosso perfeccionismo, boas ações e, sim, até mesmo serviços ministeriais. Eu já fiz isso.
Algumas pessoas têm uma tendência maior a sentir vergonha, enquanto outras parecem melhor equipadas para evitar sua ferroada através de um entendimento saudável de vergonha e graça. Aqueles que cresceram em um lar onde a vergonha era a base da dieta familiar, com frequência se voltam para servir isso aos seus próprios familiares, passando a vergonha de geração a geração.
Vergonha não é igual a culpa. A culpa diz, “O que você fez foi ruim.” A vergonha diz, “O que você fez foi ruim, portanto, você é uma pessoa ruim.”
Vergonha não é igual a arrependimento. Arrependimento diz, “se eu pudesse voltar atrás e fazer tudo diferente, eu faria isso… ou aquilo.” A vergonha diz, “Eu nunca vou fazer isso direito. Eu sou um fracasso.”
Vergonha não é igual a constrangimento. O constrangimento diz, “Todo mundo passa por momentos embaraçosos.” A vergonha diz, “Aí está mais um lembrete de que eu sou um perdedor e nada vai mudar esse fato.”
Culpa está sempre conectada com comportamento, enquanto vergonha está sempre conectada com identidade. Enquanto a culpa nos leva para mais perto de Deus, a vergonha nos manda para longe dEle.
Nós não podemos evitar completamente que os pensamentos doloridos de vergonha voltem e nos assombre, mas nós podemos recusar a abrir a porta para eles.
Não abra as portas de sua mente para os pensamentos de vergonha. Click To TweetE é isso que eu fiz quando passei por aquela farmácia de esquina, assim que a vergonha tentou aparecer. Eu apertei o botão “ejetar” e com firmeza declarei o versículo, “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus.” Romanos 8:1
Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. Rm 8:1 Click To TweetVez após vez, eu o proclamei até que eu mesma acreditasse. Eu mostrei à vergonha a porta de saída. E você pode também.
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Que recordação maravilhosa esse texto nos traz: já não NENHUMA condenação para aqueles que estão em Cristo! Todo nosso passado foi apagado e perdoado, e Ele lançou nossos pecados no fundo do oceano.
Que Deus maravilhoso e que preciosa graça!
Você tem alguma coisa do passado que volta para te assombrar e te acusar? Vamos conversar sobre isso nos comentários e ajudar umas às outras.
Em Cristo,
4 Comments
Em alguns momentos eu também tenho muita vergonha das coisas que já fiz, chego a pensar que algumas coisas não acontecem na minha vida por causa desses pecados cometidos no passado! Como uma consequencia, um castigo! Mas eu me lembro dos versiculos de Lamentações 3 e busco ter na minha mente q o que Deus perdoa está perdoado, consumado! Rs dá hora o texto Fran já compartilhei! ????
Querida Bianca,
temos que nos lembrar que a Palavra diz que Ele jogou nossos pecados no mar do esquecimento. Ele olha pra você e vê a pureza do sangue de Cristo, e não sua sujeira passada.
Descanse nisso.
Beijos!
Que texto maravilhoso, Fran.
Por vezes a vergonha de nossos pecados nos faz ficarmos cegas para o perdão e a graça de Deus.
“Porque onde abundou o pecado, superabundou a graça”.
Glória a Ele.
Que verdade maravilhosa. Obrigada!
Amém, Samiri! Esse versículo vem de encontro ao texto. Que verdade maravilhosa, de fato!!
Ele é tão bom!