A vaidade e suas marcas irreparáveis

Já falamos de vaidade algumas vezes aqui. Já tratamos por meio de outros textos sobre a necessidade de encararmos as verdades bíblicas a respeito do ego humano, bem como a busca da compreensão do caráter de Deus, e da necessidade do homem de estar perto de Deus.

Na maioria das vezes, quando nós, mulheres, tratamos de vaidade, tendemos a imaginar o aspecto físico, as idas ao salão de beleza, a compra desenfreada de roupas, maquiagem, a discussão sobre distúrbios alimentares e demais exemplos que, em tese, nos ajudariam a sermos mais felizes e seguras quando, na verdade, deixam-nos pior, porque nunca são o bastante.

Sabemos da importância de lermos a Palavra de Deus e de nos inspirarmos na mulher de Provérbios 31, por exemplo, e sempre tentamos criar rotinas programadas para termos tempo com o Senhor e sermos cristãs regulares em seus momentos devocionais e de orações.

Tudo isso é maravilhoso. Contudo, o que talvez não saibamos, amigas, e é isso que tentaremos discutir aqui hoje, é que para conseguirmos compreender o tamanho do milagre e amor que nos alcançou na cruz do calvário, precisamos compreender a seriedade de nossos pecados e as consequências graves que ele possui.

Este texto é um lembrete para todas nós, apenas uma breve exposição, acerca da vaidade e de como ela pode ser mais perigosa e profunda do que pensamos ser. Podemos não usar maquiagem todos os dias, podemos não nos importar com as tendências na moda e ainda assim, sermos um poço de vaidade e de pensamentos autossuficientes.

A verdade é que podemos não usar maquiagem todos os dias, não nos importar com as tendências na moda e ainda assim sermos um poço de vaidade. Click To Tweet

O dicionário nos diz que a vaidade é a “valorização que se atribui à própria aparência, ou quaisquer outras qualidades físicas ou intelectuais, fundamentada no desejo de que tais qualidades sejam reconhecidas ou admiradas pelos outros”.

De forma bem simples, é almejarmos o poder, a perfeição, a idolatria alheia acerca de quem somos ou de nossas conquistas porque nos achamos merecedoras disso. Achamos que somos as personagens principais de nossa história e, por isso, merecemos holofotes por nossas lutas e vitórias.

Não estou dizendo que não podemos admirar nossos irmãos em Cristo, nossos pastores, pessoas queridas. Devemos sim nos espelhar na caminhada de fé, amar as obras que produzem, e motivar-nos a não fazermos de nossa vida um tempo inútil para o Reino. Contudo, a vaidade pode surgir de forma sorrateira, e o que antes era apenas uma ideia, vira a base de nossa existência.

Amigas, a vaidade é autodestrutiva e nos cerca de tantas maneiras! Às vezes nem ao menos percebemos que já vivemos como prisioneiras deste mundo e de seus valores.

Já pararam para analisar a queda no Éden?

Mas a serpente, mais sagaz que todos os animais selváticos que o SENHOR Deus tinha feito, disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim? Respondeu-lhe a mulher: Do fruto das árvores do jardim podemos comer, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Dele não comereis, nem tocareis nele, para que não morrais. Então, a serpente disse à mulher: É certo que não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal. Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao marido, e ele comeu. (Gênesis 3:1-6)

Lemos essa passagem nas Sagradas Escrituras tantas vezes! Muitas de nós ensinam sobre esse texto nos departamentos infantis de suas igrejas quase que anualmente. Confesso que recentemente me prendi ao que aconteceu com Eva e temi pelo meu amor às coisas do mundo.

Ao ler esses versículos, tirei as seguintes conclusões e entendi que nossos pecados são fortes, capazes de nos dominar e destruir nosso relacionamento com o Senhor, com nosso Pai.

Eva sabia o que tinha que fazer para cumprir a ordem de Deus

Todas nós sabemos o caminho que temos que seguir. Todas nós temos nas páginas da Bíblia o modo como devemos viver e somos alertadas de quão estreita é a porta, o quão apertado é o caminho (Mateus 7: 13-14) que conduz para a vida.

Eva ouviu outra voz, que não era a voz do Senhor

Quantas vezes fazemos isso? Fico me perguntando, às vezes, sobre como Eva (e Adão) se sentiram ao longo da vida, com as consequências de seu pecado. Viver tanto tempo sabendo da gravidade do que fizeram, porque não ouviram o que o Senhor dissera a eles. Eles andavam em comunhão com o Senhor, viam a Sua providência diariamente, foram o ápice de Sua criação e, mesmo assim, ouviram a serpente. Não somos confiáveis, irmãs. Não confiem em si mesmas e nas suas próprias conclusões.

Eva abriu uma exceção para a Palavra de Deus

A árvore era agradável aos olhos, afinal. Será que Deus não estaria exagerando? Porque a Bíblia tem que ser tão restrita, tão cheia de regras e mandamentos? Porque que a vida de quem não segue a Cristo é tão mais simples, prática e objetiva? Viver nos padrões de Deus é exaustivo e sabemos que o pouco que conseguimos fazer é meramente pela graça. Muitas vezes nem precisamos desobedecer. Não estamos desesperadas por algo que o mundo nos oferece. Apenas… questionamos. Com tanta árvore naquele jardim, Eva realmente precisava daquela pra sobreviver? Todos os outros frutos estavam podres? Não. Ela só questionou. Desse momento de dúvida, sabemos bem o que aconteceu.

Eva quis ser conhecedora do bem e o do mal

Vaidade. É claro que não podemos catalogar esse momento tão intenso na história da humanidade e dizer exatamente o que Eva sentia. Mas sabemos o que a Serpente lhe disse. Sabemos o que a Bíblia frisou antes de nos contar que ela comeu do fruto: “Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento…”. Eva queria saber o que Deus não queria que ela soubesse. Ela queria dar um passo a mais e ser autossuficiente.

Eva queria ser mais do que ela foi feita pra ser

Segundo o comentarista da Bíblia de Genebra, referente a essa passagem em destaque, “Satanás tentou os primeiros seres humanos enfatizando a proibição de Deus em vez de Sua provisão, reduzindo a ordem divina a uma pergunta, lançando a dúvida quanto à sinceridade de Deus, difamando os motivos dEle e negando a veracidade de Sua ameaça. Eva gradualmente se rendeu às refutações e meias-verdades de Satanás…”.

Será que somos como Eva? Queridas, sabemos quem somos em Cristo. Temos ouvido da mensagem de salvação. Vamos confiar em Deus! Que possamos pedir ao Senhor que nos livre de nós mesmas e que possamos voltar nossa mente e coração para a única Verdade que liberta, a única pela qual vale a pena viver.

Que o Senhor nos livre de chegar ao final de nossa caminhada com o coração pesado de dor e arrependimento por termos jogado tanto tempo de vida fora. Nada que preencha o seu ego vai continuar com você. Tudo isso aqui vai passar. Apeguemos-nos Àquele que jamais passará.