A Rebelião Contra Deus e a Revelação Redentora (Sobre a Queda)

A Queda do Homem foi um evento que trouxe escuridão à vida humana. O relato bíblico nos conta que Satanás, o diabo disfarçado de um animal sagaz, habilidoso, faz Eva questionar a palavra que Deus havia ordenado a ela e Adão que não comessem da árvore do meio do jardim do Éden, a árvore do conhecimento do bem e do mal.

Ao proibir que eles comessem do fruto daquela árvore Deus exerce sua soberania colocando limitações às ações deles mas, ao ser tentada, Eva ouviu a voz da serpente e conversou com ela. Satanás usou então suas armadilhas de sedução, disfarce e dúvida para atrair a mulher e despertar o mal em seu coração. Ela viu a árvore como desejável para dar entendimento e a tomou. Adão, recebendo o fruto da sua mulher, não o negou e comeu. Adão teve o poder de escolha e escolheu fazer uma escolha má. Ao contrário da mulher que foi seduzida por Satanás, Adão podia ter escolhido não pecar, mas o fez, tirando de toda a humanidade a opção de escolher não fazer o mal.

O efeito imediato do pecado foi a vergonha e a culpa por estarem nus. Ali, o primeiro homem e a primeira mulher experimentariam o início da morte que é a separação da comunhão com Deus. A morte espiritual aconteceu imediatamente, já a física viria 900 anos mais tarde para Adão.

O primeiro pensamento que a ação do pecado traz é o de escondê-lo. Adão e Eva ficaram entre as árvores do jardim, tentando se cobrir com folhas de figueira, mas a tentativa foi inútil. Deus, ao perguntar ao homem onde estava, não desejava saber a localização geográfica deles, uma vez que Ele é onisciente, mas fez a pergunta para que eles reconhecessem seu próprio erro.

A resposta de Adão afirmando que teve medo não é de todo ruim, afinal um passo importante ao se dar conta do pecado é temer a Deus. Deus continua interrogando o homem para fazer esse confessar sua culpa. Adão não o fez, e ainda culpa a mulher pelo erro cometido e ela culpa a serpente. Note que na passagem bíblica Deus não questiona a serpente indicando que não há redenção para anjos caídos.

As consequências são listadas: a serpente teria que comer pó da terra o resto de sua vida, a mulher teria as dores de parto, e ao homem caberia se fatigar para conseguir alimento que antes vinha sem esforço nenhum. Deus também sacrifica animais, retira as peles deles e cobre a vergonha do casal. Houve ali um anúncio então de que para o pecado ser coberto seria necessário haver morte e sangue derramado. Por fim, o acesso ao jardim, criado para que Adão e Eva vivessem em plena comunhão com Deus, foi-lhes negado e agora querubins, ministros do juízo de Deus, guardavam o caminho da árvore da vida.

Nossos primeiros pais agora entram em um estado de pecado, morte e corrupção. Esse aspecto da condição humana é muito importante para o entendimento do mundo de desespero em que vivemos agora. A condição em que poderíamos viver se a queda do homem não tivesse acontecido é muito diferente da que vivemos hoje, cheia de dores, soberbas, invejas e morte. Mas, tudo mudou quando eles se submeteram às mentiras da serpente e quebraram a lei de Deus.

A queda nos traz a realidade da necessidade do evangelho para nossas vidas, porque sem ele, não teríamos nenhuma chance já que “Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer. A garganta deles é sepulcro aberto; com a língua, urdem engano, veneno de víbora está nos seus lábios, a boca, eles a têm cheia de maldição e de amargura; são os seus pés velozes para derramar sangue, nos seus caminhos, há destruição e miséria; desconheceram o caminho da paz. Não há temor de Deus diante de seus olhos” (Romanos 3:10-18). O homem é totalmente depravado. Mas, graças à mão de Deus, ele raramente realiza todo o seu potencial para o pecado.

Esse evento literal e escuro presente em Gênesis 3 nos traz alguns pensamento para nossa devoção diária.

Primeiro, resista a tentação. Como Eva, a todo o momento somos tentadas e enganadas pelas dúvidas que surgem em nossos corações, pelos disfarces que o pecado pode ter e pela mentira. Olhamos, desejamos e comemos. A questão agora não é o que comemos, ou o que entra pela nossa boca, mas sim, o que dela, passando pelo nosso coração, sai. “Mas o que sai da boca vem do coração, e é isso que contamina o homem” (Mateus 15.18). Lutemos forte contra a tentação.

Em segundo lugar, reconheça os efeitos da queda e o prover para a salvação. No versículo 15 de Gênesis 3 lemos: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.O proto evangelho é a promessa fundamental de todas as outras promessas. É a primeira promessa que o Redentor viria resgatar o homem. O Filho de Deus se tornaria Filho do Homem para expiar os nossos pecados através de sua morte na cruz. A queda, apesar de seu sombrio relato, nos traz a mensagem que a morte de Cristo nos proporciona redenção e salvação.

Nossa oração deve ser para que Deus nos deixe saber sempre os trágicos resultados da queda, e assim, possamos entender ainda mais a beleza do evangelho. Todos os crentes deveriam agradecer ao Senhor por não ter nos banido da graça, como baniu os anjos caídos, por causa da rebelião do homem contra Deus. Graças ao nosso Redentor!


Esse post faz parte da nossa série de postagens de Novembro com o tema “Gênesis”. Para ler todos os posts clique AQUI.