A Pessoalidade do Espírito Santo
Às vezes temos o hábito de separar a Trindade em nossa mente. Vocês já fizeram isso? Tratamos Deus Pai como um ser distante e rigoroso, Jesus como o Filho bondoso e manso, e o Espírito como uma energia, uma força que nos nutre.
Precisamos ter cuidado com esses tipos de pensamentos, culturais e não bíblicos, para não acabarmos vivendo nossas vidas negando, na prática, a pessoalidade (e divindade) do Espírito, pautando nossos dias numa heresia grave.
Aqueles que negam que o Espírito é Deus e aqueles que negam sua pessoalidade, afirmando que Ele é apenas uma força, incorrem em um erro perigoso que precisa urgentemente ser corrigido, uma vez que acabam roubando de uma pessoa divina a adoração que lhe é devida, o amor que lhe é devido, a fé, a confiança, a entrega e a obediência que lhe são devidas.
Tendemos a esquecer do fato de que nosso Deus é um só. Embora subsista em três pessoas, essas três pessoas constituem um só ser, indivisível em sua essência: a Trindade Santa.
Assim, diferentemente do que culturalmente estamos acostumadas a assimilar, entendemos que o Espírito Santo é uma pessoa. Deus é verdadeiramente pessoal, no sentido de que tem vontade, sentimentos, inteligência, podendo relacionar-se com demais seres pessoais, como nós, sem ser confundido com a natureza ou qualquer força impessoal, energética, apenas.
Quando afirmamos que o Espírito Santo é uma pessoa, obviamente não estamos falando que ele necessariamente tem mãos, pés, olhos, nariz, ouvidos, boca, pernas ou qualquer outro membro. Não é sobre ter um corpo físico, palpável. Essas características físicas não são marcas de pessoalidade, são apenas indicadores de substância corporal existente.
A pessoalidade está em ser alguém que conhece, sente, pensa, exerce vontade, tendo corpo ou não. Afinal, nós, quando findarmos nossa jornada nesta Terra, deixaremos de ter um corpo, ainda que temporariamente, caso partamos deste mundo antes da volta do Senhor Jesus (cf. 2 Co 5.8). Ainda assim, seremos pessoas.
Segundo o pastor Paulo Anglada, em seu livro “Soli Deo Gloria – O Ser e Obras de Deus”, p. 138:
“Que o Espírito Santo não é apenas uma manifestação de Deus, mas uma pessoa, é evidente, visto que lhe são atribuídas características pessoais. Ele ordena (At 8:29; At 10:19,20), chama ou escolhe (At 13:2), ensina e lembra (Jo 14:26; Lc 12:12), guia na verdade (Jo 16:13) e conforta (Jo 14: 16,17). O Espírito Santo nos ajuda, intercedendo por nós (Rm 8:26) e ele também se entristece (Ef 4:30).”
Isso não é ótimo? O Espírito Santo de Deus se relaciona conosco!
O trecho citado acima, da obra do Rev. Paulo Anglada, não é exaustivo quanto à pessoalidade do Espírito Santo. Podemos ainda perceber nas Escrituras Sagradas diversos ensinamentos sobre quão pessoal o Espírito pode ser.
Confesso que, particularmente, me toca muito o coração saber que o Espírito testifica a nós, crentes, sobre a nossa adoção. A Bíblia diz em Romanos 8, nos versículos 16 e 17, que o próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus e que, se somos filhos, somos também herdeiros de Deus e coerdeiros com Cristo.
Queridas, isso é um bálsamo para nossa alma. Sabemos em nós, pelo Espírito Santo, que fazemos parte da família de Deus, que somos co-herdeiras com Cristo Jesus. Como fica mais fácil viver sabendo dessa verdade!
O Apóstolo Paulo ainda arremata no versículo 18 a concepção pela qual devemos pautar a nossa vida terrena. Ele diz: “Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós”.
Podemos passar pelas agruras da vida sabendo que, não apenas tudo isso vai passar, como também que o que virá é infinitamente melhor.
Ainda, saber que o Espírito Santo é uma pessoa traz para nós a possibilidade de relacionamento e não apenas de um monólogo de nossa parte, com uma lista de vontades e sonhos para serem realizados, ou uma atitude impessoal de mentalizar algo e esperar que se realize. Nosso Deus não está distante de nós e nos oferece comunhão.
Ao passarmos mais tempo na companhia do Espírito, aumentaremos nossa intimidade com ele. É muito comum, inclusive, em igrejas mais tradicionais, termos receio de falar sobre o Espírito Santo. Ouso dizer que, em alguns casos, é quase um tabu falar nele. Mas ele é Deus, nosso Deus, e nos sonda, nos ama, nos alerta, nos ensina… viver em comunhão com ele é a melhor coisa que podemos fazer para vivermos felizes e andarmos na verdade, que ele também testifica.
Somos nascidas de novo através da conversão pela fé em Cristo Jesus e, por isso, passamos a viver em novidade de vida, em um relacionamento com o Consolador, que nos prepara para o retorno do nosso Rei.
Percebemos na prática a mudança drástica de vida das pessoas que são transformadas após passarem a conhecer o Espírito Santo como uma pessoa. Essas pessoas são testemunhos vivos.
Contudo, é sempre bom frisar, queridas, que a voz do Espírito Santo se encontra sempre em conformidade com a Bíblia. Somos guiadas à luz da Palavra deixada a nós e falamos com o Senhor através de orações, louvores e súplicas, ainda que às vezes isso não saia da nossa boca, por nossa fraqueza e dor. O Espírito nos sonda e intercede por nós (cf. Rm 8:26-27).
Como crentes, devemos inclusive fazer uso do amor que provém do Espírito Santo nos nossos relacionamentos com nossos irmãos.
“Rogo-vos, pois, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e também pelo amor do Espírito, que luteis juntamente comigo nas orações a Deus a meu favor…” (Rm 15:30).
Podemos ver pela fala de Paulo no versículo acima que ele pede oração aos irmãos não apenas porque eles foram unidos em Jesus, mas também porque usufruem do amor que vem do Espírito. Ele nos ama e este amor é projetado para o corpo de Cristo.
Podemos amar nossos irmãos, por mais difícil que a situação seja, com a ajuda do Espírito Santo e de seu amor por nós.
Amadas, louvo a Deus pelas reflexões que ainda teremos nesta nova série. Por ora, importa que saiam desta página com a certeza de que não estamos sozinhas e de que não fomos abandonadas pelo Senhor em meio às lutas e provações deste mundo.
Relacionem-se com o Espírito Santo de Deus, busquem-no e vivam a verdade a qual ele testifica. Certamente ele as guiará para um porvir maravilhoso, incomparável com a realidade presente.
Esse post faz parte da nossa série de postagens de Outubro com o tema “A Pessoa do Espírito Santo”. Para ler todos os posts clique AQUI.
4 Comments
Amém!
Obrigada essas palavras. Muito me abençoaram. Deus a abençoe também.
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