Que amor é esse?

Vazio. Escuridão. O nada.

Só Ele. Eles. O Pai, o Filho, e o amor entre eles, o Espírito. E Eles eram perfeitos e suficientes em si mesmos.

Mas, porque aquele amor que Eles tinham era tão grande, precisava ser compartilhado. E então Eles planejaram – criariam outros seres. Seres que refletiriam quem Eles eram, e serem que receberiam Seu amor.

Mas, Eles sabiam. Sabiam que qualquer ser criado fora dEles seria imperfeito e rebelde, e cairia. Então planejaram uma forma de resgatá-los: era necessário morte. Só morte gera vida. Mas, quem iria? O Filho quis ir. Seria o Justo pelos injustos. Ele olhou para o que seria, viu a dureza do coração deles, viu as dores, as angústias. Viu o ódio profundo que eles seriam capazes de sentir. Viu o quanto eles O odiariam. E Ele quis ir. Ele viu a sujeira e quis sofrer por ela. Viu a podridão e quis ser massacrado por ela. Viu o pecado e quis ser triturado por ele.

Por nós. Pelos Seus.

Ele amou os Seus.

Ele viu o meu pecado e quis ser triturado por ele. #Evangelho Click To Tweet

E então criaram tudo. E viram que era bom. A criação que perfeitamente os refletia, em cada molécula. Reflexo de Sua complexidade e perfeição. De Seu equilíbrio. De Sua força. De Seu poder.

E então criou-nos. Reflexo de quem Eles eram. Mas caídos. Imperfeitos. E amados.

E Eles nos deram regras, nos deram leis. E disseram que devíamos ser Santos como Eles eram. Será que Eles não sabiam que não podíamos? Que, mesmo que quiséssemos, não podíamos? Pior, será que Eles não sabiam que nem queríamos?

Eles sabiam. E Eles nos mostraram lá naquele começo a resposta: a morte. A morte traz vida. O sangue derramado dos cordeiros e animais que aplacavam a fúria de um Deus que queria perfeição.

E isso era só um reflexo do que viria.

Muita coisa aconteceu, muitos anos passaram, e Ele mostrava, história após história a maravilha que, desde antes da fundação do mundo, estava planejada. Ele mostrou sobre nossa eleição quando escolheu Abraão e sua descendência para amar, entre todos os povos da terra. Ele mostrou sobre nossa libertação da escravidão quando livrou Israel do Egito. Ele mostrou sobre sua escolha baseada não nas aparências no pequeno Rei Davi. Ele falou pelos profetas, contando sobre o Rei que viria. Um Rei humilde, pobre, feio. O Rei da Glória.

E então Ele veio. Aquele plano traçado desde a eternidade se cumpria.

Mas, Ele não era o grande Rei que os israelitas queriam, esperavam. Ele era pobre. Um homem de mãos calejadas, de tanto bater na madeira com seu pai. Um homem da cidadezinha de Nazaré. Um desprezado.

Ele mostrou do Seu poder: curou, livrou da morte, livrou das garras do mal. E as pessoas não entendiam. Quem era esse? Como Ele tinha tanto poder?

E Ele pacientemente lhes apontava o caminho – Ele mesmo. O caminho, a verdade e a vida.

E Ele amou os não amáveis. Os desprezados. Os sujos. Ele estava nos ensinando que essa era Sua essência. Desde quando Ele, o Pai e o Espírito eram suficientes em si mesmos, mas decidiram criar e amar os não amáveis, desprezados e sujos. Ele nos apontava o plano que criara desde a eternidade.

Ele fez amigos e nos mostrou a importância de sermos amigos e servos uns dos outros, como Ele foi. Ele ensinou, mostrou do Pai, mostrou de Si, mostrou do amor e do perdão. Pregou arrependimento, pregou o Reino dos Céus.

Então chegou a hora. O Deus Homem se afligiu. Ele sabia o peso da sua missão. E Ele humildemente perguntou: Pai, é possível passar de mim essa missão? Mas, Ele sabia a resposta. Ele queria resgatar os Seus. E Ele o fez.

Ele viu a dor, e não se acovardou. Ele sentiu os flagelos e não fugiu. Ele suportou o peso de cada pecado de cada um dos Seus amados, como milhões de punhais que o acertavam, e se manteve ali. Pendurado. Por mim. Por você.

E pela primeira vez em toda eternidade, Ele sentiu a maior de todas as dores: Ele sentiu o abandono do Pai e do Espírito. Deus Pai, Deus Espírito, por que me abandonaste? Porque era preciso. O Deus Filho, Cordeiro perfeito, pagando de uma vez por todas o preço do pecado. Pelos Seus. Por aqueles que Ele viu antes de tudo.

Por amor Ele recebeu a ira. O cálice cheio da ira do Pai. A ira de um Deus perfeito sobre o pecado – sobre o assassinato, sobre o estupro, sobre a mentira, sobre o orgulho, sobre o adultério, sobre o genocídio, sobre o preconceito, sobre a arrogância, sobre… tantas coisas. A ira de um Deus que é bom e odeia o que é mal. O bondoso Filho recebeu essa ira.

Que era minha. Que era sua.

E agora?

Agora eu estou aqui, tentando viver essa vida. Essa vida que não é minha. Quando Ele me achou, eu estava morta. Uma morta-viva, achando que vivia, quando só estava morta. E Ele pegou a minha morte e trocou por Sua vida. Eu, crucificada com Ele. Morta com Ele. E então ressurreta com Ele. Porque Ele ressurgiu. Ao terceiro dia Ele reviveu. Ó morte, onde está teu poder? O amor perfeito dEle não pôde ser vencido!

E porque Ele vive, eu vivo. Não mais Francine, Cristo em mim.

Agora eu olho pra Cruz e vejo toda minha existência fazendo sentido ali.

Porque Ele me amou desde a eternidade até a eternidade.

E então a vida faz sentido, a vida tem razão.

E eu quero mostrar às pessoas, a quantas pessoas eu puder, eu quero gritar: OLHA ELE NA CRUZ!

Olha “Cristo [que] morreu pelos nossos pecados” (cf. I Co. 15:3).

 

Ah, Jesus. Meu Jesus. Que amor é esse?

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Ah, a simplicidade do Evangelho. Precisamos nos relembrar dele sempre, e eu quero começar a escrever mais sobre isso aqui.

E a sua história? Onde você morreu? Que tal me contarem nos comentários quando e como vocês foram a Cristo?

No amor dEle,