Pedindo conselho a Deus

Consultando a Deus sobre nossas decisões

Leia: Josué 9

Pano de fundo: O povo de Israel tinha acabado de provar o amargo sabor da derrota – o povo da cidade de Ai os derrotara em uma batalha. Eles ficaram muito confusos: não foi o Senhor que nos mandou ir contra eles? Por que fomos derrotados? E então a verdade veio à tona: um homem do povo de Deus havia profanado o nome do Senhor, roubando alguns tesouros da cidade que eles haviam derrotado antes de lutarem contra Ai, Jericó (algo que Deus havia proibido). Josué lançou sortes e Deus mostrou quem havia sido o malfeitor. Depois que ele foi eliminado, Deus mandou que o povo voltasse a lutar contra Ai, pois dessa vez venceriam. Depois de uma armadilha muito bem feita, eles conseguiram vencer Ai e agora encontravam-se nesse momento pós-vitória que, creio eu, os deixou ligeiramente orgulhosos e susceptíveis ao que aconteceu a seguir, que estudaremos hoje.

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Quando Deus ordenou a Josué que tomasse o exército de Israel para guerrear contra Canaã e tomar posse da Terra Prometida, Ele deu algumas diretrizes de como isso devia ser feito: quando um povo de longe – de fora da Terra Prometida – fosse encontrado no caminho, os israelitas precisavam oferecê-lo paz. Se a cidade aceitasse, eles deveriam ser tomados como servos, mas mantidos vivos e bem cuidados. Se eles recusassem a paz, então a guerra seria travada.

Entretanto, para as cidades de dentro da Terra Prometida, não era permitido a Israel qualquer tipo de misericórdia – era preciso guerrear. Isso porque aqueles povos pagãos estavam sob o juízo do Senhor por causa de toda a sua maldade, e Deus não queria que eles permanecessem na terra, porque contaminariam Seu povo com seus costumes reprováveis (Ver Dt. 20:10-20). Os nomes desses povos condenados a uma destruição total; eram: os heteus, os amores, os cananeus, os ferezeus, os heveus e os jebuseus.

Essas leis estavam registradas e o povo tinha ciência delas. E, curiosamente, os povos condenados também.

Em Josué capítulo 9, nós vemos como um grande teatro mal feito foi capaz de enganar o povo escolhido de Deus, simplesmente porque eles escolheram ser surdos à Lei do Senhor. Israel tinha acabado de guerrear – e vencer – contra o povo da cidade de Ai, depois de já terem vencido o povo de Jericó, naquele episódio do muro que ruiu.

Eles estavam acampados, provavelmente em uma pausa para descanso entre as batalhas, quando um grupo curioso se aproximou. Montados em jumentos, vestidos com trapos, carregando sandálias rasgadas, odres de vinho furados e, acredite!, pão bolorento, esse grupo mais parecia uma grande piada.

Os príncipes até que foram sábios no início: perguntaram de onde eles vinham e se eram daquela terra – isso porque eles queriam saber se aqueles homens faziam parte do grupo condenado por Deus. Mas, ora, vejam só! Quando os homens disseram que eram um povo pobre, coitados!, vindo de longe e querendo apenas abrigo e paz, os “sábios” e “grandes” príncipes de Israel olharam um pro outro e disseram, “Acho que faz sentido, né? É? Então tá. Sejam bem vindos! Prometemos, em nome do nosso Deus, que não os mataremos!”. Olha como eles eram bonzinhos! Tão caridosos! Deus ia ficar satisfeito com tanta benevolência, com certeza!

É, mas a Bíblia denuncia a falha deles: “Então os Israelitas [provaram] as provisões [dos heveus], e não pediram conselho ao SENHOR.” (Js. 9:14, Atualizada). Os príncipes comeram um pedaço do pão bolorento (vai entender…) e ficaram satisfeitos com aquela evidência. Não pediram conselho ao Senhor, deram paz a um povo que Deus havia condenado, e assim trouxeram vergonha e consequências ruins às suas vidas e de suas famílias.

Eu sei que, infelizmente, eu já fiz isso também.

Tinha aquele rapaz… Ele era muito bonito, sabe? Educado também. E então ele veio cheio de bajulações e presentes. Mas, eu não tinha muita certeza se ele era de fato um cristão. Então eu esperei por evidências… Ele ia aos cultos, se vestia como crente, falava como crente, tinha uma Bíblia… Acho que era suficiente, não? Já provava o que eu queria ouvir.

E eu não pedi conselhos ao Senhor.

Nem preciso dizer que foi um grande desastre. Pela graça de Deus, mesmo sem pedir conselhos a Ele, meu Pai me enviou pessoas para me alertar e eu saí daquela armadilha antes que fosse tarde demais.

Mas, às vezes isso não acontece, e o Senhor permite que a gente fique na armadilha até estar tão embaraçada que não conseguimos mais sair. Isso é muito triste. As consequências daquela decisão nos amargarão o resto da vida.

É claro que existe graça, e existe redenção. O Senhor pode tornar o mal em bem (cf. Gn. 50:20), e Ele pode transformar a sua má decisão em algo lindo. Porque Ele te ama. Mas, Ele pode também te deixar provar do amargo sabor dos seus erros, para que você aprenda, ainda que pela dor, a pedir conselhos a Ele, e a buscar respostas não nas evidências externas – no pão bolorento ou na beleza física daquele rapaz – mas nas evidências eternas – na Bíblia.

Não busque as respostas aos seus problemas nas evidências externas, mas nas evidências eternas. Click To Tweet

Da próxima vez que você for confrontada com uma decisão difícil, não faça como os israelitas. Não se apresse a dizer “amém”, só porque algo PARECE bonito e muito correto.

Busque o conselho do Senhor, porque Ele é fiel em responder (só fique de coração aberto, porque às vezes Ele responde não… ;-)).

Em Cristo,
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