O Poder do Derramar de Sangue (Cristo Como Cordeiro)
“No dia seguinte, viu João a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (João 1:29)
As lágrimas chegam a descer no rosto com essa fala de João Batista. Quando paramos para compreender o peso dessa afirmação, temos a certeza de que a salvação é um milagre do Senhor, uma decisão dele fruto de um amor imensurável.
Pelo Antigo Testamento podemos ver que o cordeiro era o animal que o povo judaico sacrificava a Deus como oferta para que seus pecados fossem perdoados. Imolar o cordeiro era não apenas um ritual, um ato de obediência, mas também simbologia de que aquele povo reconheceu seu pecado e se arrependia dele. Pecar é inerente ao ser humano desde a queda (Gênesis 3) e o referido sacrifício reconhecia não apenas o senhorio de Deus, mas também a grandeza de seu poder para perdoar e redimir os seus.
Difícil pensar sobre o sangue do cordeiro e não pensar logo em Êxodo 12 e em libertação, afinal a Páscoa judaica, por exemplo, é a celebração da liberdade do povo judeu da escravidão, a travessia pelo mar Vermelho, quando o povo liderado por Moisés passou para a liberdade na Terra Prometida. Para que isso pudesse acontecer, era preciso passar pela última praga, a morte de todos os primogênitos do Egito.
Porque, naquela noite, passarei pela terra do Egito e ferirei na terra do Egito todos os primogênitos, desde os homens até aos animais; executarei juízo sobre todos os deuses do Egito. Eu sou o SENHOR. O sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; quando eu vir o sangue, passarei por vós, e não haverá entre vós praga destruidora, quando eu ferir a terra do Egito. Este dia vos será por memorial, e o celebrareis como solenidade ao SENHOR; nas vossas gerações o celebrareis por estatuto perpétuo. (Êxodo 12:12-14)
O sangue nas ombreiras e nas vergas das portas já nos alinhavam com o plano eterno de salvação de Deus, visto que já nos remetiam ao perfeito retrato do trabalho expiatório de Cristo na cruz. A morte de um cordeiro sem defeito livrou o povo da morte e também libertou os hebreus de uma vez por todas da escravidão. Ora, da mesma forma, a morte de Jesus nos libertou da escravidão do pecado e nos livrou da morte eterna de uma vez por todas.
Quando João Batista se referiu a Jesus como o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”, imagino o que deveria passar na cabeça das pessoas que estavam ali naquele momento. Será que perceberam que o sangue mais precioso do mundo pulsava naquele homem divino? Será que sentiram as algemas do pecado em si mesmas e entenderam ali que o cordeiro sem defeitos as quebraria quando imolado?
O homem pecou contra Deus. Todos nós pecamos e carecemos de sua glória (Romanos 3:23). Sabemos muito bem – as Escrituras não deixam que nos enganemos – que o salário do pecado é a morte (Romanos 6:23). Morte eterna, dolorosa e agonizante em meio à ira santa de Deus, como consequência de sua perfeita justiça.
Diferente do que muitos podem achar por aí, nós não podemos nos limpar de nossos pecados, nem ao menos alcançarmos o perdão por nossas próprias forças e ações. Este fato, em um primeiro momento, poderia nos causar desespero. Contudo, Romanos 6:23 também nos dá a boa notícia de que a vida eterna é o dom gratuito de Deus em Cristo Jesus, nosso Senhor. O cordeiro (cf. Hebreus 9:27-28).
Querida, não importa quem você é, de onde você veio, quem é a sua família, qual a sua etnia ou nacionalidade. No momento em que você crê no Senhor Jesus, você encontra nele redenção e vida eterna. O sangue dele te purifica, te lava e te preserva da morte.
Só podemos ter esperança por causa disso. Por causa da providência do Pai, o caminho para nossa reconciliação. É através da morte do Cordeiro de Deus como o sacrifício perfeito pelo pecado – e pela sua ressurreição três dias depois – que podemos hoje viver sem medo, sem amarras. Somos livres!
O fato de que Deus mesmo providenciou por amor o sacrifício que expia nossas transgressões é parte da gloriosa e maravilhosa boa nova do Evangelho que é descrita em 1 Pedro 1:18-21. Realmente, fomos resgatadas do nosso fútil procedimento pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo, conhecido, com efeito, antes da fundação do mundo, por amor de nós que, por meio dele, temos fé em Deus, o qual o ressuscitou dentre os mortos e lhe deu glória.
Digno é o Cordeiro, amadas, de toda honra, glória, louvor. Ele vive! Ele recebeu sobre si todo juízo que deveria cair sobre as nossas cabeças e ele morreu pra nos libertar, para nos redimir, para nos reconciliar com Deus. Ele é o cordeiro que morreu, mas ele também é o cordeiro que ressuscitou. Ele é o cordeiro digno de ser adorado pois, graças a ele, a morte não tem mais a última palavra em nossas vidas.
É dezembro. Celebramos aqui no Graça a pessoa de Jesus com vocês. Lembrem dele como cordeiro. Lembrem dele como o sacrifício perfeito, a personificação do maior ato de amor que já existiu.
O cordeiro de Deus nasceu numa manjedoura. Ele derramou seu sangue, mas hoje vive. Para sempre reinará. Todos os sacrifícios anteriores a ele eram apenas suas sombras. Não precisamos de outro. Jamais precisaremos. De uma só vez, ele venceu e nós vencemos com ele. Aleluia!
Pelejarão eles contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, pois é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão também os chamados, eleitos e fiéis que se acham com ele (Apocalipse 17:14).
Esse post faz parte da nossa série de postagens de Dezembro com o tema “A Pessoa de Jesus Cristo”. Para ler todos os posts clique AQUI.
2 Comments
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