
Missionárias que Marcaram a História do Cristianismo: Corrie Ten Boom
Já passou pela sua cabeça colocar a sua própria vida em risco para salvar estranhos? Já se imaginou orando e agradecendo por estar presa em uma cela infestada de piolhos em um campo de concentração nazista? Você consegue amar os seus inimigos e interceder por eles? Essa é uma pequena parte da vida de Corrie ten Boom, missionária holandesa que usou seu lar para esconder judeus dos nazistas da II Guerra Mundial. Não só ela, mas toda sua família fizeram parte do grande plano de Deus para apresentar o evangelho em meio à guerra.
“Sei que as experiências de nossa vida, quando deixamos que Deus as use, se tornam a preparação misteriosa e perfeita para o trabalho que Ele nos confiará.” Corrie ten Boom
Corrie ten Boom e Família
Cornelia Johanna Arnolda ten Boom ou, como era conhecida, Corrie ten Boom, nasceu dia 15 de Abril de 1892 em Haarlem, na Holanda. Filha do Sr. Casper ten Boom e de Cornelia Johanna Arnolda-Luitingh e irmã de Betsie Ten Boom, Willem Ten Boom e Nollie van Woerden.
Aos cinco anos de idade, Corrie teve o seu encontro com o Senhor quando creu em Cristo, pela fé. Ao ser entrevistada pela apresentadora de TV Kathryn Kuhlman, no programa I Believe in Miracles, ela disse: “Ele veio e nunca me deixou!” E essa certeza foi o suficiente para fazer com que Corrie vivesse pela fé os dias mais tenebrosos de sua vida.
Era comum que toda manhã e toda noite, seu pai, Sr. Casper, fizesse a leitura da Bíblia para toda a família juntamente com uma oração. O que ela e seus irmãos aprenderam com seus pais foi um verdadeiro combustível para tudo o que haveria de acontecer mais à frente. Não pelo fato de ficarem mais “fortes” ou religiosos, mas, sim, porque se tornaram dependentes do Senhor e sensíveis à voz do Espírito Santo. A família ten Boom aprendeu a conhecer e a amar Jesus. Essa verdade era o tesouro de grande valor daquela humilde família.
Sempre é Deus
Talvez você imagine que tudo começou com a Corrie, seu pai e seus irmãos, afinal é a trajetória deles que estamos relatando, mas aqui ouviremos uma história no mínimo curiosa. Em 1844, o avô de Corrie chamou seu amigo até ao velho beje (a casa da família ten Boom), para orar pelos judeus e pela paz em Jerusalém. A partir desse dia, toda semana eles iam até ao beje para orar.
“Cem anos depois, naquela mesma casa, seu filho, quatro netos e um bisneto foram presos porque estavam salvando judeus. Foi uma causa nobre, mas não foi uma resposta para as orações dos judeus. Deus tem planos, sem problemas. Não há pânico nos céus.” Disse a Corrie na mesma entrevista a Kathryn Kuhlman.
Se você tiver a oportunidade de ler o livro da Corrie, O refúgio secreto, ou de ouvir suas histórias, verá que uma das suas grandes referências de vida cristã era a sua irmã Betsie. Enquanto Corrie lidava com o ódio em seu coração dentro do campo de concentração, sua irmã orava pelos inimigos, intercedia por suas vidas, amava os militares alemães e os entregava ao Senhor Jesus. Corrie costumava dizer que sua irmã parecia não ser deste mundo e ela não estava errada, como cristãos, somos peregrinos na terra. Devemos voltar nossos olhos e nosso coração às coisas do alto e não às terrenas.
Trago tudo isso para nos lembrar que esse ministério não é sobre o avô de Corrie que fez essa oração a Deus, não é sobre a Betsie que pedia perdão pela vida dos nazistas ou sobre a Corrie que enfrentou tudo para salvar vidas. No fim, todo esforço, toda entrega e tudo de bom que estiver em nós, vem de Deus. Sempre é e sempre será o Pai das luzes movendo seus filhos como bem lhe apraz, em direção aos planos que Ele tem para o mundo.
Nunca foi sobre a Corrie e a Betsie, nunca foi sobre nós — é sobre Jesus.
O Refúgio Secreto
“‘Como um cristão deveria agir quando o mal estava no poder?’ Foi uma pergunta que Corrie se fez e não sabia como responder. O que Deus espera de seus filhos quando a guerra acontece? Quando a Holanda já havia sido tomada pela força nazista alemã, judeus já estavam sendo expulsos de suas casas e muitos desaparecimentos começavam a acontecer, Corrie orou em seu coração: ‘Senhor Jesus, eu me ofereco ao Seu povo. De qualquer forma. Em qualquer lugar. A qualquer momento.’” (Refúgio Secreto, p. 117, versão Kindle).
E, então, a cada dia aparecia um judeu em sua porta. Ela ajudou bebês, jovens, velhos, casais, famílias inteiras a irem para lugares de abrigo seguros em toda a Holanda. Junto consigo, seu irmão Willem, seus sobrinhos Kik e Peter, e amigos como Pickwick que faziam parte da resistência, estavam lado a lado, unindo forças para salvar os judeus. Até o seu pai, Sr. Casper, chegou a dizer que, em seu lar, o famoso beje, o povo de Deus era sempre bem-vindo. Então, quando menos se esperava, todos da casa estavam cooperando e, por onde iam, encontravam pessoas para se juntar ao movimento.
A sua ajuda foi tanta e seu envolvimento com a resistência holandesa ganhou tamanha força que um arquiteto da resistência, de codinome Smit, foi até a sua casa inspecionar um possível lugar de refúgio e segurança para eles e para quantas vidas conseguissem salvar. Assim, dentro de uma parede falsa do seu quarto, foi construído um refúgio secreto. De forma clandestina tijolos, tintas e madeiras chegavam à sua casa. E foi no dia 28 de Fevereiro de 1944 que seis pessoas, dentre eles quatro judeus, ficaram escondidos quando a Gestapo (polícia secreta da Alemanha) fez uma batida no beje e levou Corrie, Betsie, Sr. Casper, Willem, Peter e Nolie para a prisão de Scheveningen. Depois de 47 horas, todos os seis que estavam escondidos no refúgio foram resgatados em segurança.
Campo de concentração
É muito difícil escrever sobre essa história, mas é reconfortante saber que Deus estava lá. Quando foi presa junto com seu pai, sua irmã, seu sobrinho e irmão; Corrie sabia que Deus estava com eles, pois já havia tido essa visão por cerca de três vezes. Quando comentou com sua irmã e perguntou o por quê tivera uma visão tão perturbadora, Betsie disse: “Não sei, mas, se Deus nos mostrou tempos ruins pela frente, para mim é o suficiente saber que Ele os conhece. É por isso que Ele às vezes nos mostra as coisas, sabe? Para nos dizer que isso também está em Suas mãos.” (p. 103, versão Kindle).
Durante esses momentos de prisão houve choro, dor, luto, tristeza e guerra, mas houve também amor, milagres, esperança e fé.
O pai de Corrie morreu ainda na prisão, ela não teve notícias de quando aconteceu, soube apenas depois, assim como também foi separada dos outros e só conseguiu encontrar sua irmã Betsie quando foram levadas juntas ao campo de concentração em Ravensbruck.
Mais uma vez elas contavam unicamente com a graça de Deus. A ajuda divina apareceu de inúmeras formas que davam combustível para elas continuarem. As duas conseguiram ter a Bíblia nas mãos e passar por várias vistorias sem serem notadas e, lá dentro, naquele lugar hostil e sem esperança, elas levavam as palavras de vida eterna! Cultos de orações aconteciam dentro do alojamento 28. Mulheres que antes brigavam entre si, se ajudavam, oravam juntas e, o principal, conheciam a Deus. Não é possível explicar uma fé que suportasse tudo o que suportaram, se não tivesse sido o próprio Jesus a sustentá-las.
É difícil entender como Deus nos faz chegar a lugares assim, de um sofrimento inimaginável, mas é certo de que era exatamente ali onde essas mulheres deveriam estar, em Ravensbruck. Vidas foram salvas naquele campo de concentração, e eu não estou falando de vida terrena, mas da vida eterna. Encontros com Jesus aconteceram no alojamento 28 infestado de piolhos, pelos quais as duas irmãs eram gratas, pois era graças a essa praga que os soldados ficavam longe do seu alojamento, sendo possível a pregação do Evangelho sem que fossem punidas por isso.
Amando os seus inimigos
“Tenho pena dos pobres alemães, Corrie. Eles tocaram a menina dos olhos de Deus.” (Refúgio Secreto, p. 110, versão kindle)
Com Deus, nunca existe um plano pela metade. Era interesse do Senhor que elas orassem não somente pelos judeus e prisioneiros sofrendo naquele lugar, mas, sim, por todos os perdidos e isso incluía os militares alemães e todos os outros que carecessem do amor de Deus. Para Corrie, essa era uma realidade muito difícil de imaginar e praticar, já para Betsie, sua irmã mais nova, parecia ser algo tão natural quanto beber água. Ela entendia que esse era o motivo para estarem ali em Ravensbruck: orar por todos. Amar os inimigos sem esperar nada deles, mas interceder para que a graça de Deus os alcançasse e todos fossem salvos.
Aqui, amadas, eu confesso, é mais difícil do que imaginamos chegar nesse lugar de amor e serviço. É preciso realmente aprender com o Senhor Jesus. Beber da Fonte. Se entregar em seus braços e pedir que Ele nos ensine a ser como Ele. Corrie aprendia com a sua irmã, enquanto sua irmã se permitia aprender de Jesus. E, assim, uma fortalecia a outra naquilo que um discípulo jamais pode deixar de fazer: conhecer o seu Senhor e a Sua vontade.
“Então descobri que a cura das engrenagens do mundo não está em nosso perdão, muito menos em nossa bondade, mas em Jesus. Quando Ele nos diz para amar os nossos inimigos, juntamente com a ordem, Ele nos dá o próprio amor.” Corrie ten Boom
Cumprindo a vontade de Deus
É difícil dizer que ser presa, confinada, espancada e maltratada em um campo de concentração fosse a vontade de Deus, mas Corrie e Betsie entenderam que tudo o que elas viveram nesses dias de terror precisava ser compartilhado. Haviam almas sedentas para conhecer o Amor de Jesus. Elas ganharam na eternidade o que jamais poderiam ter aqui na terra: um tesouro que não se corrompe!
Após a morte de sua irmã Betsie, Corrie seguiu no campo de concentração esperando pela sua libertação, um dia que parecia nunca chegar, mas, no fim de Dezembro de 1944, aconteceu. Foi apenas em 1959 que ela descobriu, em uma visita a Ravensbruck, que a sua própria libertação teria sido um erro administrativo; uma semana depois de sua soltura, todas mulheres da sua idade foram levadas para a câmara de gás.
Qual a vontade de Deus com tudo isso? Falar do seu amor, da sua graça e da Sua Palavra. O que o mal tentou calar, Jesus deu voz! Corrie voltou para casa de seu pai, encontrou seus irmãos Willem e Nollie, recuperou-se, pois estava com um corpo enfermo precisando de muitos cuidados. Após a guerra acabar em 1945, assim como prometera à sua irmã Betsie, Corrie abriu um centro de reabilitação para vítimas da guerra. O livro O refúgio secreto conta que o lugar que chegou até ao conhecimento da Corrie era exatamente igual ao que sua irmã Betsie lhe dizia que seria. Deus já estava lá! Ele já havia preparado tudo.
O que podemos tirar dessa história são as palavras da própria Corrie: “Nenhum poço é tão profundo que Ele não possa alcançar. Com Jesus, mesmo nos momentos mais difíceis e sombrios, o bem permanece e o bem maior há de vir.”
Estou certa de que a doçura da irmã Betsie, a bravura e o temor da Sra. Corrie e a fé de todos da família ten Boom nos ensinam sobre obediência, fé, amor e acima de tudo, fidelidade ao nosso Senhor Jesus. Que possamos continuar a viver os nossos dias gastando as nossas vidas para adorá-Lo e fazê-Lo conhecido.
Referências:
TEN BOOM, Corrie; SHERRILL, Elizabeth; SHERRILL, John. O Refúgio Secreto.
Kathryn Kuhlman – Eu Acredito Em Milagres – Corrie Ten Boom – Parte 1 Legendado. YouTube, 18 de agosto de 2017. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=qytE5mPsa7E. Acesso em: 03 mar. 2024. .
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