Corajosas na oração

Suas orações são medrosas ou corajosas? Compassivas ou egoístas? Cheias de medo ou cheias de fé?

A Palavra nos diz que “a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos.” (Hebreus 11:1) Os filhos de Deus são chamados a viver pela fé, e crer naquilo que ainda não veem. Grande parte de nossa vida cristã é confiar, ainda que às escuras, que Deus é real, vivo e age em nós e através de nós.

Entretanto, por vezes Deus decide agir de maneiras que nos provam, ainda que não de forma direta, que Ele nos ouve e é real. Talvez você já tenha experimentado isso em sua vida – aquele momento em que uma oração foi respondida ou quando a pregação do domingo falou perfeitamente sobre aquilo que você estava passando. É como se Deus sussurrasse que é real, e estivesse nos provando que de fato sabe aquilo que pensamos antes mesmo daquele pensamento sair de nossa boca (cf. Salmo 139:4).

Eu já experimentei isso.

Você se lembra do furacão Patricia? Em Outubro de 2015 o mundo assistiu assustado enquanto os noticiários avisavam de um poderoso furacão que estava a caminho do México. Tendo começado como uma tempestade tropical, o Patricia passou para furacão de nível 5 (máximo) da escala Saffir-Simpson em 24 horas, com ventos de 325 km/h, e era esperado que seu impacto fosse catastrófico.

Eu me lembro de assistir ao noticiário e ver muitos amigos e familiares postando nas redes sociais imagens que diziam “ore pelo México”. Particularmente eu conhecia algumas pessoas que estavam no país naquele momento e meu coração pesou ainda mais. Me lembro de sair para a sacada do nosso apartamento na época, olhar para o céu e começar a clamar ao Senhor. Durante alguns minutos eu pedi que o Senhor usasse de Seu poder para enfraquecer aquele gigante que teria um impacto tenebroso no México. Eu lembrei o Senhor de que o poder dEle acalmou o mar, e declarei que eu cria ser possível que Ele fizesse o mesmo quanto a aquele furacão. Por fim eu disse, “Pai, eu sei que os homens dirão que foi a ciência e tentarão explicar como o milagre aconteceu, mas nós saberemos que foi o Teu poder, e Teu poder somente.”

Depois de ter feito aquela oração eu fui dormir.

Amanheci com a seguinte manchete em um dos maiores sites de notícias do Brasil: “Furacão Patricia é reduzido a tempestade tropical.”

Durante a noite, o Patricia foi de pior furacão da história do México a tempestade tropical, nível 1 na escala Saffir-Simpson.

Como eu havia previsto, os jornais tentaram explicar através da ciência os motivos pela queda brusca em periculosidade, mas eu regozijei e dei glórias a Deus porque sabia que tinha sido o poder e misericórdia dEle que haviam impedido um estrago maior em consequência do Patricia.

Eu não creio, claro, que tenha sido simplesmente a minha oração que tenha movido o Senhor a agir. Muitos estavam clamando pelo México naquela noite. Mas, ter visto de forma tão óbvia o agir de Deus foi algo que fortaleceu meu coração e encorajou minha fé. A fé é crer no que não vemos, mas quando o Senhor se faz real, nossa fé é fortalecida.

A oração tem poder. A Bíblia diz isso em Tiago, nos afirmando que a oração de um justo é poderosa e eficaz. Poderosa e eficaz. Quantas vezes acreditamos realmente nisso? Quantas vezes os problemas ou dificuldades aparecem em nossas vidas e corremos para todos os tipos possíveis de  recursos, deixando a oração por último? Isso quando ao menos corremos para ela. Quantas vezes nem sequer pensamos em clamar ao Pai por ajuda?

Tim Keller disse que a única pessoa que teria coragem de acordar um rei às 3 da manhã para pedir um copo de água seria o filho do rei. Esse é o tipo de privilégio que temos!

Podemos nos achegar aos pés do trono divino do Rei do Universo e clamar por ajuda. Por que, então, ignoramos tão grande privilégio?

Que privilégio tremendo poder clamar ao Rei do Universo por ajuda. Click To Tweet

A Palavra nos mostra, diversas vezes, Deus respondendo orações desesperadas. O capítulo 2 do livro de Jonas nos mostra um homem no fundo de sua humilhação, reconhecendo diante de Deus que não somente ele merecia o que havia acontecido, como não tinha capacidade de, por si mesmo, escapar daquele terrível cenário. Essa oração é escutada e atendida por Deus, que mostra misericórdia e livra Jonas de seu problema.

Agora pensem comigo – quantas vezes estamos nós também “na barriga de um grande peixe”? Quando palavras como dívida, câncer, desemprego, abandono, morte surgem em nossas vidas, será que, como Jonas, nos humilhamos sob a poderosa mão de Deus e clamamos a Ele em meio ao nosso desespero, reconhecendo que sem Ele nada poderá ser feito?

Tiago nos fala em seu livro que Elias orou fervorosamente para que não chovesse, e não choveu sobre a terra durante três anos e meio (Cf. Tiago 5:17). Quando olhamos para essa passagem podemos pensar, “mas Elias era especial, e Deus o escutava de forma especial por ser profeta”. Por isso mesmo Tiago adianta, ainda no mesmo texto, que “Elias era humano como nós.” (Cf. Tiago 5:17)

Humano como nós.

Minha amiga Elisabeth Elliot disse que “coisas acontecem por causa da oração que não aconteceriam sem ela. Não nos esqueçamos disso.” Não nos esqueçamos que por mais humanos que sejamos, Deus ainda nos escuta e age por nós e através de nós.

Vocês se lembram de nosso post sobre a Nigéria, da série Meninas como Nós? Depois de postar sobre aquelas meninas sequestradas por radicais islâmicos eu senti meu coração pesar. Pensei que era preciso envolver as meninas do Brasil pelas meninas da Nigéria de forma mais prática e real. Iniciamos um relógio de oração, onde vocês colocaram seus nomes e por 7 dias colocamos as meninas da Nigéria diante do trono de Deus com nosso clamor.

Depois de terminada aquela semana de intercessão uma leitora me enviou a seguinte notícia: “O emocionante reencontro familiar de estudantes sequestradas pelo Boko Haram na Nigéria”. Na semana que sucedeu nosso relógio de oração 21 daquelas meninas foram libertadas do poder dos sequestradores.

Sim, muitas ainda estão presas. Mas, por isso nossas orações continuam. Porque cremos, de todo o nosso coração, em um Deus que ainda escuta o Seu povo. Ele libertou 21 meninas, e continua agindo no mundo de maneiras que nós nem conseguimos imaginar.

Queridas, nosso Deus é real e Ele mesmo nos mandou orar. Sejamos corajosas ao fazer pedidos grandes e difíceis, sabendo que para nosso Deus nada é impossível. Quando oramos para que a vontade dEle seja feita e pedimos não com corações egoístas, mas cheios de compaixão por um mundo perdido, Ele tem prazer em nos responder. Ele ainda salva. Glórias a esse grande Deus!