A Bíblia: Entendendo a Estrutura da Bíblia

“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça” (2 Timóteo 3:16)

Desde que o Senhor nos encontrou e converteu nosso coração, passamos a ler e estudar as Escrituras, certo? Mas, afinal, o que é a Bíblia? Podemos dizer que, sim, a Bíblia é um livro. Uma majestosa coleção de livros compilados! E, como todo livro, a Bíblia tem o propósito de ser lida. O Autor da Bíblia a fez justamente com esse objetivo: que ela fosse lida, compreendida, obedecida e vivida. Nesse aspecto, a Bíblia se assemelha aos demais livros escritos, entretanto, ela não é como qualquer outro livro. Não é nem mesmo “apenas” uma Bíblia, afinal, qualquer compilado de livros sobre qualquer tipo de assunto pode se chamar bíblia. A Bíblia é o Livro dos livros.  Para nós, a Bíblia é a Bíblia Sagrada, citando o teólogo R.C. Sproul, sua santidade reside em sua singularidade.

A Bíblia é um livro sagrado porque transcende e se mantém separado e acima de todos os outros livros. É santo porque seu Autor supremo é santo. É fiel e verdadeiro porque seu Autor é totalmente fiel e verdadeiro. Sua mensagem é santa, suas palavras são santas e seu conteúdo tem o objetivo de nos tornar como o Autor em sua santidade.

A Bíblia é um livro totalmente inspirado por Deus. Não meramente inspirado, no sentido que usamos a palavra de forma humana. Não é também inspirada por seu modo sobrenatural de transmissão via autores humanos, mas é inspirada por sua origem. A Bíblia não é um livro sobre Deus  – a Bíblia é um livro de Deus. A Bíblia não contém a Palavra de Deus  – ela é a Palavra de Deus. A Bíblia é inspirada por Deus, é a Palavra de Deus, é a verdade de Deus e é a voz de Deus. 

Deus não apenas nos deixou sua Palavra com a ideia de que nos virássemos para entendê-la e vivê-la. Deus nos deu um bom Livro totalmente coeso e organizado, com início, meio e fim, e com absolutamente tudo o que precisamos saber sobre ele, sua vontade, seus mandamentos.

Nós não podemos amar aquilo que não conhecemos, e conhecer a estrutura da Bíblia é importante para a nossa caminhada com o Senhor, se desejamos conhecê-lo mais para amá-lo mais. Conhecer e amar são ações inseparáveis; como poderíamos dizer amar o Senhor se não temos interesse nenhum naquilo que ele deixou escrito para nós? Por vezes oramos pedindo ao Senhor que nos ensine a amá-lo enquanto ignoramos a necessidade de conhecer bem sua Palavra. 

Veja, querida amiga, não é uma coisa ou outra – é um conjunto maravilhoso de ações para uma vida abundante no Senhor. Eis a importância de conhecer a estrutura do Livro que amamos: amar verdadeiramente o Autor do Livro. Então, aqui neste artigo, conheceremos um pouco mais sobre a estrutura do Bom Livro, e espero que terminemos a leitura amando um pouco mais nosso Bom Senhor.

Como a Bíblia está organizada

A Bíblia se divide em duas partes, o Antigo Testamento e o Novo Testamento, totalizando 66 livros divinamente inspirados.

A palavra Bíblia tem origem tanto no vocábulo grego como no latim. Em grego, o termo biblos significa “livro” e tem conotação de qualidade sagrada. No latim, a palavra bíblia é um substantivo feminino singular que igualmente exprime a ideia de “livro”. Por volta do ano 150 d.C. os cristãos começaram a usar o termo em grego para se referir ao conjunto de livros inspirados por Deus  – as “Santas Escrituras”, como diz o apóstolo Paulo em Romanos 1:2.

Para “compor” a Bíblia, os livros tiveram de passar pelo cânon bíblico. A expressão “cânon” procede do hebraico, que tem o sentido de “vara de medir”. Em grego, o termo correspondente significa “régua”. Assim, na teologia, o cânon é empregado como uma norma de avaliação para identificar os livros sagrados. Em vista disso, o termo “canônico” passou a designar os 66 livros aceitos como divinamente inspirados  – 39 livros no Antigo Testamento e 27 no Novo Testamento. Em resumo, o Espírito Santo conduziu o seu povo a reconhecer a autoridade desses escritos como regra de fé e prática, e o cânon bíblico está completo  – não há absolutamente nada a acrescentar ou retirar das Sagradas Escrituras.

Os dois Testamentos bíblicos

O termo testamento vem do latim testamentum, que é a tradução tanto do grego (diatheke) e do hebraico (berith). Ambos têm o sentido de “aliança”, “pacto” ou “concerto” de Deus com a humanidade.

O apóstolo Paulo foi quem “inaugurou” a expressão “Antigo Testamento” (2 Co 3:14), para referir-se aos livros dos judeus conhecidos por Jesus Cristo como “as Escrituras” (Mt 22:29), “a Lei, os Profetas e os Salmos” (Lc 24.44). Os livros que compõem o Antigo Testamento estão divididos da seguinte maneira:

  1. Pentateuco – constituído pelos 5 primeiros livros da Bíblia: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio;
  2. Históricos – formados pelos 12 livros seguintes: Josué, Juízes, Rute, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis, 1 e 2 Crônicas, Esdras, Neemias, Ester;
  3. Poéticos ou de Sabedoria- compostos de 5 livros: Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cântico dos Cânticos;
  4. Proféticos- subdivididos entre Profetas Maiores: Isaías, Jeremias, Lamentações, Ezequiel e Daniel; e os Profetas Menores: Oseias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miqueias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.

O termo “Novo Testamento” foi usado para se referir ao cumprimento profético de Jesus Cristo como o Mediador da Nova Aliança (Jr 31:31; 1 Co 11:25, Hb 8:6-13, 12:24). Os livros do Novo Testamento foram reconhecidos pela Igreja após a morte e ressurreição do Senhor Jesus e estão classificadas em quatro grupos principais: 

  1. Evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João;
  2. Históricos: Atos dos Apóstolos;
  3. Epístolas – que se subdividem em Epístolas Paulinas (13 cartas escritas pelo apóstolo Paulo), sendo elas: Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1 e 2 Tessalonicenses, 1 e 2 Timóteo, Tito e Filemom; e Epístolas Gerais com 8 cartas, sendo: Hebreus, Tiago, 1 e 2 Pedro, 1, 2 e 3 João e Judas;
  4. Revelação: Apocalipse.

No total, temos 39 livros do Antigo Testamento e 27 livros do Novo Testamento inspirados pelo próprio Deus.

Vivendo as Escrituras

Sabemos que amamos melhor aquilo que conhecemos melhor. Mas, mais do que conhecer, nós precisamos viver as Palavras do nosso Deus. Conhecer a estrutura da Bíblia deve nos encher de maravilhamento com a perfeição do Senhor. Cada palavra escrita nas Sagradas Escrituras são inexplicavelmente poderosas para nos dar vida!

Como vimos, a Bíblia não contém a Palavra de Deus  – ela É a Palavra do Deus vivo e poderoso. É pelo poder da Palavra que somos transformadas diariamente à semelhança de Cristo; é na Palavra que encontramos instrução, sabedoria, conselho, correção e consolo. Sem a Palavra nós não sobrevivemos deste lado da Eternidade, porque Cristo é a Palavra encarnada e revelada e não há nada que possamos fazer sem ele.

Querida irmã, que grande privilégio temos em nossas mãos! O próprio Deus falando conosco e se relacionando conosco por meio da sua Palavra! Palavra viva, eficaz e poderosa para nos dar vida abundante aqui, e vida eterna no porvir! 

Corramos, sem demora, para ouvir tudo o que o Criador quer nos dizer em sua Palavra. Valorizemos devidamente as Sagradas Escrituras, sem duvidar do poder daquele que inspirou cada livro ali contido. Cada palavra contida no Bom Livro sai direto da boca do próprio Deus para transformar a nossa vida e o nosso coração.

Conheçamos, amemos e vivamos as Sagradas Escrituras! Amém! 


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