Quando Deus responde às nossas orações

Em 27 de Abril de 2017 meu coração estava tempestuoso. O Graça em Flor estava em uma época de grande alcance e crescimento com o lançamento do eBook “21 dias com minha amiga Elisabeth” tendo acontecido 2 meses antes, e o Senhor nos fazia frutificar como nunca antes. Apesar disso, minha alma estava seca e cansada. Eu queria parar. Eu estava prestes a deletar o site e seguir a vida, ignorando que o Graça em Flor jamais tivesse existido. Era o fundo do poço para mim.

Naquele dia eu escrevi exatamente o que estava sentindo com o objetivo de compartilhar com as leitoras nas redes sociais. Quando chegou a hora de postar, senti o Espírito me compelindo a esperar, a não publicar. Obedeci. Hoje compartilho com vocês exatamente as palavras que escrevi naquela tarde de Abril.

Hoje é o aniversário de 2 anos do Graça em Flor e eu quero compartilhar com vocês o que está em meu coração.

Infelizmente uma onda de desânimo tem me atingido, mandando para longe as expectativas e antecipação que eu mantive por um tempo em relação a esse ministério. Confesso que cheguei em um lugar onde encontro mais dúvidas e questionamentos do que respostas. Desde a conferência do The Gospel Coalition, há quase um mês, meu coração está agitado. Eu olho para esse projeto, esse ministério, e ele parece mais pesado do que de fato é, e me sinto tentando carregá-lo com minhas próprias forças.

Durante todos os meus anos escrevendo eu tive vários momentos em que me senti tão desanimada que quis parar, mas isso geralmente vinha de momentos de frustração ou crítica, e dessa vez veio após uma época muito frutífera do Graça, talvez a época mais frutífera de todas, quando vi muitas mulheres conhecerem nosso ministério por causa do eBook devocional, e vi o Espírito fazendo lindas obras através desse material.

Mas, meu coração permanece tentando navegar mares bravios. Há tanto questionamentos práticos quanto espirituais em minha alma, e confesso que não consigo repousar. Penso que grande parte desse momento se deva ao meu próprio pecado do pessimismo, o que me faz ignorar, de certa forma, as benção e maravilhas que o Senhor tem feito através do Graça. Eu sei, e isso é uma certeza profunda em mim, que esse projeto é dEle. Eu sei que não há nada em mim que poderia frutificar uma obra como essa, e se vidas estão não só sendo alcançadas como também abençoadas eu sei que é pela graça dEle sobre mim. E então sinto uma necessidade de reconhecer as bençãos e contá-las, de forma a encorajar (ou até mesmo forçar) minha alma a glorificar e levantar-se em louvor por tudo o que Ele tem feito.

Mas ainda assim, mesmo contando as bençãos, me sinto aquém das expectativas que tenho para mim mesma. Eu sei que sou uma serva falha, sei que não tenho as habilidades necessárias para servir todas as pessoas que chegam ao Graça. Eu tenho tantas dúvidas, não sei exatamente em que direção seguir e para onde levar o ministério. Me sinto como Moisés, pedindo ao Senhor que escolha outro.

E então meu coração se lembra das verdades que conhece – que assim como fez com Moisés, o Senhor me diz que não sou eu quem fala, não sou eu quem faz, mas Ele que fala e faz através de servos falhos como eu.

Queridas, por mais que pareça uma carta de auto-comiseração, essa é antes uma confissão de coração aberto. Beau e eu trabalhamos duro em um novo design para o site, e estamos com praticamente tudo pronto, mas me sinto em um deserto quanto às expectativas, e seca de capacidades. Mas, para honrar o que o Senhor tem feito até aqui e todas as horas que Beau passou criando esse novo site, quero começar hoje a contagem regressiva para que ele seja lançado. Eu estou muito orgulhosa de tudo que Beau criou, através dos dons dados por Deus, e feliz de poder compartilhar com vocês, ainda que meu coração esteja pecaminosamente desanimado.

Eu peço que vocês orem por mim, como minhas amigas que são. Eu vejo os e-mails que me mandam, e mensagens pedindo ajuda, e me sinto tão seca de respostas, tão incapaz… Eu quero ajudá-las. Sei que meu papel como cristã é ajudar, discipular e encorajar minhas irmãs em Cristo, mas me sinto incapaz. Então peço que carreguem esse fardo comigo. Que levantem esse ministério diante do Senhor e peçam a Ele que me ajude a sair desse poço de auto-comiseração e me ajude a ver que não é sobre mim, é sobre Ele e sobre a força que Ele tem e eu não.

Eu as amo em Cristo, e quero continuar compartilhando a caminhada cristã com vocês.

O tema dessa nova fase do ministério é “Juntas Florescemos” e creio que seria apropriado começá-la sendo sincera e pedindo que vocês floresçam juntamente comigo ao me levantar em oração ao Pai.

Que Cristo continue brilhando forte em nossas escuridões,

Sua amiga, Francine

Por que compartilho isso com vocês hoje? Porque quero falar do que aconteceu em seguida e encorajar seus corações.

Como eu disse, o Espírito não me deixou compartilhar meus pensamentos publicamente. Entretanto Deus me mandou compartilhar com alguém, e minha amiga Danny foi a escolhida. Contei a ela o que estava sentindo, e confessei o desejo de parar. Infelizmente eu deletei nossa conversa no WhatsApp, mas o que ela me disse, com grande amor e firmeza, foi basicamente, “Amiga, sinto que preciso ser Jetro em tua vida e dizer: é hora de delegar – talvez você precise começar a pensar em um time”. 

A ideia foi como um sussurro de Deus ao meu coração. Assim como Moisés (cf. Êx. 18) eu estava cansada de levar nas costas, sozinha, uma carga que o Pai nunca me mandou carregar sem ajuda. Era hora de começar um time e deixar o Graça em Flor ser nosso, e não meu.

Em 20 de Maio de 2017 começamos o processo de busca por voluntárias para o Graça em Flor, e em 6 de Junho de 2017 o Senhor confirmou as 14 mulheres para o time.

Ontem, quando completamos 1 ano desde a chegada delas, o Senhor me lembrou desse texto-desabafo que escrevi em Abril de 2017, e quando o li novamente quase chorei. Me emocionei porque vi que Deus realmente é El-Roi, “Deus que me vê”. Ele viu as palavras da minha alma. Ele escutou que eu estava seca, pronta para parar. E Ele enviou Danny e deu a ela sabedoria. Ele enviou as 14 mulheres para me ajudar.

Desde que elas chegaram meu coração tem respirado tranquilamente, e nesse ano pude florescer como nunca antes, criando projetos novos, terminando antigos, e confiando que o Senhor ama o Graça em Flor e cada mulher que é abençoada/encorajada/desafiada através dele.

Minha querida amiga, o que estou tentando dizer nesse post é – Deus foi El-Roi para mim e Ele é El-Roi para você. Talvez como eu estive, você esteja hoje em um momento de deserto, de seca. Talvez suas orações parecem em vão. Mas eu sei, eu sei, que seja daqui uma semana, um ano, ou na eternidade, você verá que Ele tinha Sua mão nesse momento, e que esse deserto colaborou para o seu bem eterno.

Eu sei, amiga, que seja daqui uma semana, um ano, ou na eternidade, você verá que Ele tinha Sua mão nesse momento, e que esse deserto colaborou para o seu bem eterno. Click To Tweet

Ore. Confie. Ele vê. Ele responde. Ele é fiel. Não desista de confiar, Deus respondeu à minha dor, responderá à sua também.

Em Cristo,
Vossa amiga e serva,

 

E às minhas queridas Ana Cláudia, Carla, Carolina, Deborha, Fernanda, Gabriela, Jaqueline, Juliana, Kethelyn, Luana, Marília, Nayane, Olindina, Prisca, Thais e Victória, meu mais profundo obrigada. Vocês foram expressões claras, tão claras, do amor de Jesus por mim durante esse ano. As amo.