Aprendendo a obedecer

2 Coríntios 10: 5 -10:

“Destruímos vãs filosofias e a arrogância que tentam levar as pessoas para longe do conhecimento de Deus, e dominamos todo o pensamento carnal, para torná-lo obediente a Cristo. E estaremos preparados para repreender qualquer atitude rebelde, assim que alcançardes a perfeita obediência.” (Versão King James)

Os versículos acima são palavras de Paulo, juntamente com Timóteo, contra os falsos apóstolos da igreja de Corinto. O discurso de Paulo no capítulo 10 defende sua autoridade como apóstolo designado por Deus, expõe a necessidade da igreja em decidir se irá escolher a defesa do evangelho e explica a necessidade de disciplina na congregação, quando isso se faz preciso. A igreja precisava se submeter à obediência a Deus, Paulo apresentava essa necessidade. Para que cada pensamento, ideia e desejo estivessem debaixo da ordem divina, um padrão de ensinamento, precisava reger a igreja. A luta de Paulo era pela preservação do puro conhecimento de Deus, então a obediência da igreja seria uma passo grande rumo à preservação do evangelho.

Escrever sobre esse tema, sobre o quanto ser insistente e firme em obedecer é necessidade dos que foram chamados por Deus, foi uma das coisas que me colocaram à prova. Não consegui, no primeiro momento, estruturar o pensamento e tornar o texto inteiramente claro diante de tamanho convite à glorificação do Senhor e o quanto isso envolve inteiramente meu ser, minha vida e meu coração.

Sei que isso se estende a você querida amiga, e por isso decidi compartilhar com nossa comunidade parte do que Deus tem me ensinado nessas últimas semanas.

A Palavra do Senhor nos traz verdades profundas e claras a respeito do prazer de Deus na obediência de seus filhos. E por que isso ocorre? Por que Deus se agrada dessa atitude em nossas vidas?

A realidade de uma vida de obediência a Deus revela amor a Deus, revela temor. Desse modo, estar em desobediência a Deus é estar provando o desagrado de Deus diante do pecado de não glorificá-lo por meio da humildade em ouvir a Sua voz e entender a Sua vontade.

A falta do conhecimento de Deus nos traz tropeços desnecessários! A falta de conhecimento de Deus nos desvia do louvor a Ele e nos faz trilhar por caminhos perigosos de egocentrismo e egoísmo, nos faz ignorar os conselhos de Deus e achar que temos o domínio e o poder de reger nossas vidas, nos faz esquecer de Suas palavras e nos deixa ouvir pensamentos e discursos secundários. Caímos em idolatria, caímos no erro da busca por satisfação em outras coisas e não no deleite do Senhor, de sua Palavra, de Sua presença. Deixamos de defender a fé, ficamos desencorajadas.

Viver e refletir uma aparência de obediência não é suficiente. A instrução bíblica para uma vida de santidade e obediência envolve o poder do Espírito Santo, envolve humildade de coração. Sabemos que um coração pecaminoso não pode ser maquiado por boas ações, mas nem sempre nos lembramos disso. Pense nos fariseus no tempo de Jesus, suas atitudes de obediência à Lei eram impecáveis, e com grande hipocrisia achavam que mereciam o céu por seus atos. Achavam-se dignos, achavam-se merecedores de recompensa. A Bíblia nos avisa, nossas obras mais justas ainda são consideradas como “trapos imundos” (Isaías 64:6). Ou seja, obedecer a Deus não está ligado totalmente ao que fazemos, mas o que nos motiva a fazer, agir e ser.

Um coração que ama a Deus O obedece. Essa obediência prova o amor (1 João 5:2-3), demonstra nossa esperança e confiança Nele (1 João 2:3-6), glorifica-O no mundo (1 Pedro 2:12) e nos traz bênçãos (João 13:17). Percebe o quanto a obediência nos auxilia na propagação das boas-novas? O quanto transforma realidades?

O primeiro ponto que me despertou e constrangeu foi que obedecer a Deus está totalmente ligado ao permanecer Nele, estar munido de Deus e dentro Dele, conhecendo-o cada vez mais. Estar unido a Cristo é obra inteiramente realizada pelo Espírito Santo, e uma vez ligada a Ele a responsabilidade de conhecê-lo torna-se uma das missões mais desafiadoras e essenciais na caminhada cristã.

Em um dos sermões de domingo, esse confronto chegou. Louvado seja o Senhor por isso, não bastou um sermão, mas uma série de exposições foram trazidas à congregação sobre o tema e as diversas faces da exigência do Senhor em glorificá-lo. Sabe quando as palavras ditas no domingo ainda martelam na segunda, e também na terça e assim por diante? A Palavra liberta e a obra do Senhor Jesus é feita, simples assim.

Me dei conta de que meu conhecimento de Deus estava pequeno, murcho, em baixa porcentagem. Abandonei minha responsabilidade, abdiquei o conhecimento de Deus, tornei minha comunhão com Ele um segundo plano, meu tempo tornou-se escravo de meus afazeres e deveres. Meus pensamentos não rejeitavam a Deus, mas não estavam em conformidade com a Sua vontade. Minhas atitudes não eram maldosas ou demonstravam um espírito rebelde, mas não demonstravam o fruto de um coração arrependido e voltado à humildade. Meu coração não estava triste ou frio, mas não ardia em temor ao Senhor ou por compreensão e devoção à Sua palavra.

Conhecê-lo – essa é uma das chaves que nos trarão maturidade e temor. Conhecê-lo deixará nossas mentes, corações e desejos rendidos diante de sua majestade e santidade. Sua perfeita sabedoria e amor farão nossas almas estarem rendidas em humildade, por amor e conhecimento de Deus.

Comunhão – o relacionamento firme. A comunhão com o Senhor é um dos presentes mais belos e grandiosos do plano redentor. A oração nos torna mais próximas de Deus e fiéis ao que Ele deseja de nós.

Compreender que estar em comunhão com o Senhor no processo de conhecimento de seu poder e graça requer do meu coração e da minha vida humildade, ânimo e força, deixou meu coração relutante em meus conceitos, tornou-me mais dependente e desesperada em mudar a realidade mórbida em que me encontrava.

Versículos como Jeremias 15:6 nos deixam em alerta sobre a indignação do Senhor em relação ao pecado. Lembrar da divina justiça através desse versículo deve nos deixar estremecidas diante de tamanha grandeza.

Tu me rejeitaste, afirma Yahweh, e retrocedeste; por isso, estenderei a minha mão contra ti e te destruirei; estou, pois, cansado de demonstrar minha compaixão e misericórdia! (versão King James)

Que nossos corações estejam em conformidade com a vontade de Deus, que nosso coração esteja aquecido com a Santa Escritura e uma vida de oração, que nossa mente seja instruída e auxiliada pelo calor da comunhão com Deus e nossos irmãos.

O caminho de salvação nos levou a um novo lugar, uma outra maneira de sermos tratadas por Deus. Ele nos deu meios, nos deu seu Santo Espírito, que nos auxilia. Como não caminhar por esse caminho de amor e bondade por meio do conhecimento de Deus através de Sua palavra, por meio da oração e comunhão com a família que Ele nos deu?

Hoje compreendo por meio desse caminho de paz o que Deus quer da minha vida. A salvação nos traz o presente da obediência e nos exige isso. É um convite grande diante de nossa pequenez, mas é transformador.

A salvação nos traz o presente da obediência e nos exige isso. É um convite grande diante de nossa pequenez, mas é transformador. Click To Tweet

Convido você a estar comigo em constante devoção e busca pelo conhecimento de Deus. Convido você a estar munida da comunhão pura e agradável através de orações que não cessam. O convite inclui uma família, a família dos santos que o próprio Deus preparou para nos ajudar. Nós somos parte dessa família. Podemos ficar alegres e encorajadas a trilhar pela obediência.

Com amor,
Tairine Corina