A Reforma e a Mulher de 2017 – Entrevista com Isa Martins

Isa Martins é a esposa de Yago Martins, e tem seu próprio quadro, o “Mulheres em Reforma”, no canal Dois Dedos de Teologia.


Graça em Flor: Isa, nesse mês da Reforma no Graça nós tivemos a oportunidade de revisitar as doutrinas e posicionamentos antigos da Reforma Protestante, de décadas e décadas atrás. Nós vimos as mulheres desse movimento e a maneira como elas lidaram com as dificuldades de seu tempo, firmadas na Palavra. Quais são as dificuldades das mulheres de 2017, você acha, que as obriga a voltarem-se à Palavra para encontrar soluções?

Oi, querida Fran! Primeiramente, gostaria de agradecer pelo convite. Você, através do ministério Graça em Flor, tem abençoado a vida de muitas mulheres, inclusive a minha, por isso sou grata a Cristo por sua vida e pelo excelente serviço que tens prestado ao Reino de Deus. Estou muito feliz pela oportunidade de bater esse papo com você e com as leitoras do Graça.

Como nós pudemos ver durante toda a série sobre a Reforma Protestante, Deus usou mulheres diferentes, em épocas distintas e de diversos modos, mas todas elas foram motivadas e movidas pela graça de Cristo e pelo amor ao evangelho. Há um ponto que une todas as mulheres de Deus ao longo da história – elas amavam as Escrituras e não se rendiam às ideologias de seu tempo. E é exatamente assim que devemos buscar agir, não nos amoldando aos padrões mundanos, mas sendo diariamente transformadas e reformadas pela graça de Deus por meio de sua palavra. (Romanos 12:2)

Vivemos dias difíceis, onde os valores cristãos são cada vez mais desprezados e ridicularizados, e como mulheres enfrentamos uma forte pressão social para nos adequarmos aos valores (ou à inversão deles) e pensamentos de nosso tempo. Mesmo aquelas que foram criadas na igreja, como é o meu caso, não puderam escapar ilesas das ideologias feministas que dominam as questões referentes à feminilidade atualmente. A influência feminista é tanto mais danosa quanto mais sutil, e é por meio de sutilezas que ela vem ganhando espaço dentro de nossas igrejas. Se pararmos um pouco para refletir sobre nossas visões sobre trabalho, casamento, família e filhos veremos o quanto estamos conformadas com o presente século e distantes da vontade de Deus.

Nós olhamos para a história das grandes mulheres de Deus com certa admiração, mas poucas de nós desejariam ser como elas, e viver como elas viveram.

No fundo, achamo-nos mais espertas e inteligentes, pois somos mulheres modernas e independentes e conquistamos coisas que aquelas mulheres jamais sonharam conquistar. Conquistamos os mesmos direitos sociais que os homens, e isso nos faz olhar para a submissão como algo absolutamente retrógrado e inadequado. Conquistamos independência intelectual e financeira, por isso, não estamos dispostas a abrir mão de nossos cargos de sucesso para ficar em casa cuidando de crianças. Queremos desfrutar da liberdade que conquistamos o máximo que pudermos, e, para isso, estamos dispostas a abrir mão de casamento, filhos e até mesmo de nossa vida cristã em comunidade, se preciso for.

Diante desse cenário no qual nos encontramos é urgente que nos voltemos de corpo, alma e coração para o nosso Deus, lançando diante dele todos os nossos desejos, sonhos e conquistas, reconhecendo que por meio de nossos esforços podemos conquistar o mundo, mas jamais seremos capazes de conquistar a salvação. Devemos retornar às Escrituras, que é a manifestação da boa perfeita e agradável vontade de nosso pai para nós e buscar nelas transformação. Precisamos reconhecer que o nosso verdadeiro libertador é Cristo, pois foi Ele quem morreu por nossos pecados para nos garantir vida e vida em abundância. As conquistas políticas e sociais, embora boas e úteis, são desta vida e para esta vida, somente em Cristo conquistamos alegria, satisfação e liberdade eternas. Somente a cruz é verdadeiramente capaz de garantir redenção, pois ela não nos liberta simplesmente do machismo, ou da misoginia, mas nos liberta das algemas do pecado e da morte. Na cruz Cristo nos garantiu muito mais que vagas no mercado de trabalho, Ele nos concedeu lugar nas mansões celestiais junto ao Deus pai.

Se temos andado tão seduzidas por aquilo que as ideologias de nosso tempo têm a nos oferecer é porque estamos distantes da palavra. Uma mulher que conhece a beleza, a grandeza e o poder das Escrituras jamais irá trocá-la por qualquer coisa que o mundo lhe ofereça. Uma mulher que conhece a palavra de Deus é plenamente consciente de seu valor, dignidade e capacidade, ela sabe que é capaz de conquistar muito mais que lugares sociais, mas pela graça, tem o poder de trazer homens e mulheres de todas às cores, idades e etnias ao senhorio amoroso e libertador de Cristo. Por isso precisamos retornar a Cristo e às Escrituras para vivermos uma vida firmada na fé e na graça do Salvador para a glória de Deus.

Se estamos seduzidas pelas ideologias de nosso tempo, é porque estamos longe da Palavra. Click To Tweet

G: Com relação ao casamento, a Reforma trouxe de volta uma visão positiva do matrimônio abençoado por Deus. Em 2017 nós, mulheres cristãs, temos uma nova luta: como ver o casamento como uma benção, sem idolatrá-lo e sem o transformar no fim último da vida da mulher?

É triste ver que a cultura e não as Escrituras é que tem ditado as regras sobre nossos relacionamentos. Buscamos referências em filmes, séries, grandes personalidades, mas desprezamos a visão e os conselhos de Deus sobre o casamento. Como resultado, temos um aumento significativo do divórcio entre os casais cristãos. O antídoto para os males que afetam o casamento não é outro senão o evangelho de Cristo Jesus. É no evangelho que encontramos a força e a motivação necessárias para manter um relacionamento tão sacrificial quanto o casamento. O evangelho nos faz entender que a vida a dois não é florida como nos filmes e nas redes sociais, mas que o amor e a graça que de Cristo recebemos são suficientes para nos fazer amar e respeitar nossos cônjuges.

Como sempre digo, o casamento é o melhor instrumento usado por Deus para aperfeiçoar pecadores à imagem de Cristo. Mas, infelizmente, muitas mulheres cristãs têm uma visão completamente equivocada acerca do matrimônio, e esta visão errada tem resultado em medo de casar por parte das solteiras e infelicidade por parte das casadas. A Bíblia é bastante clara quanto ao significado de casamento, ensinando-nos que o matrimônio é uma manifestação da bondade e da graça de Deus, mas não é nem de longe um conto de fadas. O casamento deve estar alicerçado em Cristo e em sua Palavra, pois se não for assim, o transformaremos em um relacionamento sobre nós e para nós, o que nos trará decepções profundas. Somente Cristo pode transformar mulheres em esposas auxiliadoras e submissas, somente Cristo, pelo poder do evangelho, pode transformar homens em líderes amorosos, íntegros e fiéis. O casamento não se justifica e não se sustenta se ele se tornar um fim em si mesmo. Apenas quando compreendemos que o matrimônio é sobre Deus e para a sua glória, podemos encontrar felicidade e satisfação nessa união.

Meu conselho a mulheres que desejam um casamento firme, feliz e duradouro é que busquem primeiramente a Cristo, pois quando Ele se torna o centro, nossos desejos egoístas começam a diminuir e a felicidade passa a habitar em nosso lar.

Minhas queridas irmãs, não transformem o casamento em algo sobre vocês e para vocês, pois fazendo isto vocês se frustrarão e não conseguirão mantê-lo.

Somente um matrimônio construído por Deus e para Deus prevalecerá a todas as lutas da vida. Se você já é casada, e está enfrentando dias difíceis, lembre-se que podem existir milhares de motivos para desistirmos, mas apenas um deve ser suficiente para permanecermos: o que Deus uniu, não separe o homem. (Mateus 19:6)

G: Nós vimos nesse mês a vida de muitas mulheres que foram esposas de Reformadores, e que graças ao auxílio delas, o Senhor grandemente usou seus maridos. Você está casada com um pastor que, apesar de jovem, já tem muita responsabilidade nos ombros. Como é a vida de esposa de pastor, em 2017? Em que áreas você o tem auxiliado? Você tem medo de se limitar a esse título, ou busca criar seus próprios projetos e oportunidades para fora do ministério?

Pela graça de Deus, Yago e eu fazemos parte de uma igreja saudável onde os irmãos compreendem que todo cristão deve trabalhar na obra de Cristo exercendo auxílio, cuidado e discipulado, independente de ter ou não um cargo oficial. Sendo assim, eu não me sinto pressionada, não sou mais nem menos cobrada por ser esposa de pastor. Sou vista pelas mulheres de minha comunidade, muitas delas mais velhas e experientes que eu, como uma irmã em Cristo, sujeita às mesmas falhas e pecados que elas.

Meu maior desafio como esposa de pastor não se dá na igreja, mas sim em meu próprio lar. Eu preciso ser forte e corajosa para ajudar meu marido a suportar as cargas do ministério, este é o meu mais importante papel como esposa de um pastor. Preciso ser compreensiva para entender que nem o meu esposo nem a minha casa são exclusivamente meus. Meu marido passa horas trancado na biblioteca preparando sermões, já deixamos de sair para comemorar datas especiais por conta de atividades da igreja, minha casa deve estar preparada para receber visitas inesperadas a qualquer hora do dia e da noite. Nem sempre é fácil e prazeroso aceitar essas coisas, eu luto constantemente para ser mais compreensiva, amorosa e hospitaleira e, pela graça, tenho aprendido a amar o ministério do meu marido assim como eu o amo.

Eu não acredito no pastorado feminino, pois não existe base bíblica para isso, mas defendo que Deus designou um importante ministério para nós, mulheres, como está descrito em Tito 2:3. Como esposa de pastor, tenho buscado desenvolver esse ministério auxiliando as mulheres da minha comunidade e tem sido uma experiência maravilhosa crescer em unidade e amor. Eu tenho visto a graça de Deus florescer nas mulheres da minha igreja e me alegro em fazer parte disso. Sou grata por estar cercada de mulheres mais velhas e cheias de virtudes, com as quais tenho aprendido muito sobre humildade e serviço. Também me sinto imensamente agraciada em poder ajudar aquelas que estão à minha volta, pois nisso percebo o poder de Deus se aperfeiçoado em meio às minhas fraquezas.

Tenho planos maravilhosos para o futuro, desejo aumentar o número de trabalhadores da seara do Senhor através da maternidade. Estou certa de que ser esposa e mãe são os maiores e melhores ministérios através dos quais uma mulher pode servir a Cristo. Desejo profundamente que o Senhor me conceda a graça da maternidade e me capacite para instruir os filhos e filhas que ele me confiar. Eu não posso imaginar alegria maior que uma casa cheia de crianças, cultos domésticos em volta da mesa, viagens missionárias em família. A maternidade traz vislumbres da graça em meio ao caos da rotina e eu estou ansiosa e empolgada para vivenciar tudo isso. Orem por mim, meninas!

G: A gente sabe que as mulheres dos Reformadores sofreram não só críticas, mas ameaças às suas vidas, por causa da fé. O Yago, seu esposo, tem uma visibilidade grande na internet o que é positivo por um lado, por dar a ele a oportunidade de falar de Cristo a um grande número de pessoas, mas negativo por outro, ao trazer críticas e comentários duros. Como tem sido pra você lidar com a negatividade da internet? Sei que muitas leitoras do Graça não têm blogs ou canais, mas sofremos acusações e críticas a todo momento em nossas vidas, só pelo fato de sermos cristãos. Como podemos então, como cristãos, responder a essas situações?

Enquanto minha experiência como esposa de pastor na igreja tem sido uma verdadeira benção, ser casada com alguém que possui um ministério na internet não tem sido tão tranquilo assim (risos). Eu já sofri muito com as críticas que meu marido recebe, já cheguei até a pedir que ele abandonasse a internet. Mas hoje eu compreendo que os meios de comunicação virtual são espaços carentes de pessoas que preguem a verdade do evangelho e que seria muito egoísmo e imaturidade da minha parte querer que o meu marido se afaste disso pelo desconforto que as críticas, preconceitos e julgamentos nos trazem. O chamado do evangelho é de negação das nossas próprias vontades (Lucas 9:23), servir a Deus sempre trará riscos e desconfortos, seja como missionário em uma tribo africana ou em um canal do Youtube, propagar a mensagem do evangelho sempre nos trará danos.

O segredo para enfrentar as críticas e acusações vindas da exposição nos ambientes virtuais é ter convicção daquilo para o qual Deus lhe chamou. Se o seu blog ou canal for apenas materialização de um desejo de diálogo com as pessoas, se for apenas um meio de transmissão das suas próprias ideias, você certamente será atingida pelas ofensas vindas dos expectadores e não conseguirá permanecer. Mas se você encarar o seu trabalho na internet como um serviço ao Reino de Deus e como um meio de propagar a mensagem do evangelho, você se manterá firme, mesmo diante de perseguições e afrontas.

Antes de colocar a sua cara na internet, coloque-se diante do Senhor, peça a Ele que sonde o seu coração e as suas intenções e que lhe revele como você pode ser útil em sua obra. Talvez ele não queira lhe usar como uma blogueira ou youtuber, mas sim através da sua atuação anônima na igreja, no seu trabalho, na universidade, ou em qualquer outro lugar. Talvez ninguém numa conheça o seu nome, mas você seja usada para fazer o nome de Cristo conhecido por muitos. Coloque todos os seus planos e sonhos diante da cruz, deixe que ela os cubra, pois somente quando a cruz for maior e mais importante do que os seus planos é que você estará pronta para ver os planos de Cristo se realizarem através da sua vida.

G: Em relação às possibilidades de ministérios de mulheres, você tem escrito alguns artigos para blogs femininos, como o Mulheres em Apuros, e fez tem seu próprio quadro no canal Dois Dedos de Teologia. Pensando nessa área ministerial que existe para as mulheres, na internet, qual você acha ser o limite seguro para mulheres e moças se exporem na rede, tentando compartilhar de Cristo? Até que ponto podemos ir, e quais terrenos devemos deixar para os homens?

Eu acredito na necessidade e na relevância da atuação de mulheres cristãs na esfera pública, pois isto abre portas e concede oportunidades de levar a mensagem de Cristo a muitas outras mulheres. Mas precisamos constantemente avaliar nossas motivações para não confundirmos nossas funções, querendo assumir postos que o Senhor designou exclusivamente para os homens, como é o caso da liderança eclesiástica, nem termos o nosso senso de valor atrelado aquilo que realizamos. O fato de sabermos que Deus nos criou igualmente dignas e capazes, não significa que precisamos utilizar nossos talentos exatamente da mesma maneira que os homens utilizam os deles. Deus tem propósitos e funções específicas para nós e devemos buscar conhecê-los e executá-los afim de glorificá-lo. Não precisamos entrar em uma espécie de competição para saber quem é mais útil ao Reino, mas sim buscar fazer aquilo que o Senhor nos confiar com amor e zelo, sabendo que a recompensa virá dele.

Meu conselho para as mulheres que desejam uma atuação pública é que se apliquem no estudo das Escrituras a fim de se tornarem habilitadas para transmitir o conhecimento de Deus. Tomem também cuidado com seus corações, pois vocês serão constantemente tentadas a transformar seus ministérios em algo sobre vocês mesmas e assim, acabarão ofuscando a mensagem do evangelho. Não tenham medo de abrir mão de seus planos e conquistas, se preciso for, pois mais importa agradar a Deus que aos homens (Atos 5:29). Use seu tempo e suas habilidades em favor do Reino, floresça onde você for plantada, seja em casa, no trabalho, na universidade, na igreja ou na internet. Lembre-se que há um tempo determinado pelo Senhor para todo propósito debaixo do céu, não ande ansiosa pelas coisas que você não consegue fazer, pelos projetos que deseja realizar. Sirva a Deus com alegria e humildade com os dons que ele lhe concede hoje e ele, no devido tempo, muito mais talentos lhe acrescentará.

G: Sei que você está bastante envolvida na área acadêmica. Nós vimos em um dos textos de nosso mês da Reforma que muitas mulheres daquela época se envolveram intelectualmente com o movimento, produzindo literatura e auxiliando os homens a escrever livros. Qual você pensa ser a melhor postura para um cristão de 2017 que quer seguir a carreira acadêmica, especialmente se for uma mulher? Como não se deixar levar pelo pensamento esquerdista, ateu e feminista que predomina nas universidades?  

Sendo bem honesta, eu não sou o que poderia se chamar de uma acadêmica, os motivos que me levaram ao mestrado, por exemplo, são pessoais e pouco ambiciosos do ponto de vista secular. Estou concluindo o mestrado em educação porque desejo praticar educação domiciliar com os meus filhos, e isso tem sido motivo de zombaria entre os meus colegas de sala. Eles não entendem como eu vou desperdiçar meu tempo e os meus conhecimentos ficando em casa e sendo professora das minhas próprias crianças. Já eu, não consigo imaginar melhor investimento do meu tempo e da minha intelectualidade do que este.

Ingressei na universidade com o propósito de me tornar professora universitária, mas, conforme fui conhecendo mais da vida acadêmica percebi que aquele não seria o melhor lugar para uma mulher casada e que desejava ser mãe como eu. A academia exigiria de mim mais tempo e mais esforços do que eu estava disposta a oferecer. Não haveria a possibilidade de exercer a maternidade como eu creio que as Escrituras nos comissionam se eu assumisse um cargo público com dedicação exclusiva de no mínimo oito horas diárias. Diante de duas possibilidades praticamente auto-excludentes, eu me coloquei perante o Senhor e pedi que ele me direcionasse a fazer aquilo que o agradasse. E ele tem colocado muito mais amor pela domesticidade e pela maternidade em meu coração do que eu jamais senti pela vida acadêmica.

Embora eu veja a atuação como esposa e mãe como prioridade, isso não significa que eu irei matar minha intelectualidade e passar o resto da vida trocando fraldas e ensinando as lições de casa dos meus filhos. O conhecimento que Deus me deu através da universidade pode e deve ser usado em favor da igreja e da sociedade, por isso eu devo buscar ser útil em todas as esferas das quais participo. O tempo vai passar, meus filhos e minha casa não irão mais demandar tanto tempo e dedicação, chegará o momento de me dedicar com mais empenho a outras funções, talvez haja a oportunidade de trabalhar como professora em uma faculdade, como diretora de uma ONG, por que não? Meu desejo é ser usada por Deus no tempo e no lugar que ele desejar. Hoje, eu creio que é tempo de me dedicar ao meu lar e a minha igreja, mas ele pode mudar os planos, então, eis-me aqui.

Também gostaria de deixar claro que o meu modo de vida não deve ser encarado como a única maneira correta de viver e glorificar a Deus por todas as mulheres cristãs. Deus tem planos específicos para cada uma de nós. Algumas não irão casar, outras não terão filhos, muitas terão que assumir a responsabilidade de sustentar suas casas, e para isso precisarão trabalhar fora. Então, não se frustrem olhando para a vida das mulheres a sua volta, mas busquem glorificar a Deus da maneira que vocês podem. Não abram mão das suas prioridades e não se desanimem diante das dificuldades da vida. Lembrem-se que o seu maior objetivo não é agradar aos outros ou a vocês mesmas, mas viver de maneira digna e agradável diante de Deus.

Gostaria de deixar uma palavra final aquelas que, assim como eu, estão na universidade. Minhas irmãs, quão hostil é este lugar para quem deseja amar e servir a Cristo com integridade, mas não desanimem, completem suas carreiras acadêmicas, abracem cada oportunidade que Cristo lhes conceder e façam o melhor para ele. Em meio aos muitos trabalhos e leituras, não se esqueçam da palavra de Deus, pois se vocês se afastarem dela serão facilmente seduzidas e enganadas pelas ideologias do mundo. Rejeitem o esquerdismo e o feminismo que imperam na universidade, mas amem e sejam misericordiosas com as feministas e marxistas que estão a sua volta. Vocês não são melhores, não são superiores e mais dignas, o que lhes separa delas são os muros da graça. Não percam a oportunidade de falar do amor de Deus para suas colegas de curso, não se envergonhem do evangelho. (Romanos 1:16) O deus deste século tem cegado o entendimento dessas pessoas (2Coríntios 4:4), mas você tem em suas mãos e em seu coração a verdade que liberta e traz nova visão, então proclamem as boas novas de salvação na universidade, não tenha medo de sofrer perseguição e afrontas por causa disso, pois o cordeiro é digno de receber a recompensa de todos os nossos sofrimentos. As nossas leves e momentâneas tribulações irão passar e no céu receberemos um peso de glória muito maior que todas elas. (2Coríntios 4:17)

Muito obrigada por ficarem comigo até aqui. Um abraço carinhoso!